Um dos principais sites acessados é o Women on Web, que é, ao que me parece, uma empresa disfarçadada em organização não-governamental que afirma ter como objetivo combater os riscos de abortos clandestinos.
Há uma versão em português (de Portugal) deste site em http://www.womenonweb.org/index.php?lang=pt. O site está hospedado em servidor do Canadá.
Há lá a informação de que se trata de um “serviço de ajuda às mulheres a ter acesso a um aborto medicinal seguro”, de modo a reduzir o número de mortes em decorrência de procedimentos inadequados. Informa que a cada 7 minutos morre uma mulher por causa de um aborto clandestino. Não cita a fonte da informação.
O próprio site incentiva os abortos clandestinos a colocar à venda medicamentos como o mifepriston e e misoprostol, que são entregues pelo correio.
Esses medicamentos, diz, “têm uma taxa de sucesso de 97%”. Mas ressalva: “O aborto pode ser feito com segurança em casa desde que [a interessada] esteja bem informada e tenha acesso a cuidados médicos de emergência caso ocorram complicações”.
Ou seja, se houve problema, o site não se responsabiliza, porque pode recorrer à desculpa de que avisou que deveria haver a facilidade de socorro médico.
Não fica claro se as drogas são vendidas ou se são entregues mediante a doação mínima de 70 euros, dinheiro a ser pago por cartão de crédito. O que, de uma forma ou de outra, dá no mesmo: a pessoa terá de desembolsar o equivalente a R$ 180, sem o custo do frete.
De acordo com a reportagem de Jane Dreaper, as mulheres que se submetem a esse tipo de medicamentos correm elevado risco: pelo menos 11% delas acabam tendo problemas, como hemorragia, e precisam passar por cirurgia.
Ainda assim, muitas mulheres se mostram agradecidas com o Women on Web.
O “Bristish Journal of Obstetrics and Gynaecology” publicou pesquisa na qual 58% das mulheres de um universo de 200 afirmaram que os medicamentos foram eficientes. Outros 31% admitiram que tiveram estresse, mas que não se arrependeram de comprarem os medicamentos.
Ativistas antiabortos estão preocupados com a proliferação dos sites que comercializam drogas abortivas. “Esses medicamentos têm efeitos colaterais e o número de tragédias irá aumentar”, afirma o ativista Josephine Quintavalle.
No Brasil, se usa várias drogas, inclusive alguns caseiros, chás que fazem parte da tradição popular. Todos são de elevado risco.
O Centro Feminista de Estudo e Assessoria estima que ocorram no país 1 milhão de abortos ilegais por ano. O atendimento é feito por milhares de clíncias, que estão concentradas no Sul e Sudoeste do pais.
Algumas clínicas ficam em fundo de quintal, literalmente, outras, em bairros elegantes --oficialmente são clínicias de ginecologia. Há também clínicas de abortos dentro de insuspeitos hospitais.
Nunca houve empenho do governo em combater essas clínicas, embora na maioria dos casos funcionem em condições precárias.
O Centro Feminista estima que por ano ocorram 250 mil internações de mulheres que tiveram problemas com abortos ilegais, em clínicas ou não. Quase a totalidade dessas internações é pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, tentou colocar em debate a legalização do aborto, mas sofreu forte resistência dos conservadores, dos religiosos e de integrantes do próprio governo. Ultimamente, o ministro tem evitado falar do assunto.
Mas mais dias ou menos dias a questão terá de ser decidida ou pelo Legislativo ou pelo Judiciário. O que não pode ficar é do jeito que está. A Lei já permite aborto quando a gravidez coloca em risco a vida da gestante ou quando se trata de uma concepção de um estupro.
Enquanto não se legaliza o aborto (ou o desautoriza para valer), as clínicas clandestinas se proliferam e os sites como o Women on Web, de venda de medicamentos abortivos, estão aí à disposição de todos.
Comentários
As estimativas divulgadas na nota mostravam o que se fazia no Brasil em torno de, no máximo, 150 curetagens por ano em centros de saúde. Esse número envolve não só os possíveis abortos causados, mas também os casos em que o bebê morria - sem culpa da mãe - no ventre materno e, então, fazia-se a curetagem para extrair o corpo da criança.
Pode ser pequeno o número oficial, mas são esses os que o Ministério da Saúde possui. Também não quer dizer que sejam só esses, pois como o aborto é clandestino, não exitem dados nem estimativas oficiais do número exato. Isso ao menos que o Governo ou alguma ONG esteja controlando algo clandestino no Brasil, o que seria um escândalo.
No mais, no projeto de Lei que visa legalizar o aborto no Brasil, PL 1135/91, foi tirado do corpo do texto, pela deputado do partido comunista e candidata a prefeita do Rio de Janeiro Jandira Fegali, a parte onde obrigava a realização do aborto nos hospitais públicos.
Logo, eles mentem quando dizem que querem legalizar o aborto para favorecer as mulheres pobres. O que esse projeto faria é apenas legalizar as clinicas clandestinas particulares.
Quem me alertou para isso foi a Dra. Gisela Zilsch em seu discurso na Câmara dos Deputados. Depois troquei e-mails com ela, onde a informação foi confirmada.
Os números de mortes maternas, em decorrencia do aborto(150 por ano), parecem se referir não só aos clandestinos provocados, mas também aos demais, como os espontâneos.
Isso para contrariar a tese de que o aborto é uma questão de "saúde pública".
Sobre o número de abortos praticados, não existe estimativa.
Veja a notícia abaixo:
http://www.zenit.org/article-8675?l=portuguese
Citei-o porque não sabia que ele foi contestado. Agora, tal número me parece, de fato, exagerado.
Mas que há muitos abortos no Brasil, há, ainda que não possam ser quantificados com precisão, pelo motivo óbvio de que não existem registros oficiais.
Portanto, seja qual for o número real, o aborto é uma questão a ser debatida e resolvida pela sociedade.
No mais, agradeço os esclarecimentos do leitor.
principalmente nas comunidades carentes e sem condição financeira.
Não fazem isso pq a igreja é contra e vcs não querem ficar contra a igreja.
Pq os movimemtos feministas não investem na conscientização?
Pq muitas mulheres tem um comportamento promíscuo, junto com homens promiscuos,
toda mulher sabe que em seu período de maior desejo sexual(período fértil)
tambem é onde ocorre 90% da graviz indesejada, e onde as mulheres mais se arriscam
simplesmente para satisfazer seus desejos sexuais, sem pensar nas consequencias.
Ai, lógico, quem vai pagar mais na frente é a pobre criança de 3 ou 4 meses,
ainda na barriga da mãe! Já disse Jesus: "Bem aventurado aquele que não se condena
à sí mesmo naquilo que aprova" !!
A hipocresia foi o forte dos fariseus e judeus que mataram a jesus,
deixem de ser hipócritas !
A mulher assim como o homem tem responsabilidade legal, e social,
se a pessoa é deficiente mental podemos entender, mas uma pesso normal,
mulher, sabe que se receber semem de um homem no seu ventre pode engravidar,
pq ela não evita? pq não se previne para q isso não ocorra?
A lei proteje os abusos contra a mulher que engravida contra sua vontatde
mas deve tambem punir os abusos das mulheres contra a vida !!
Aborto é a mesma coisa que homicídio, e mais qualificado, pra mim a pena deveria
ser de 12 anos. no mínimo !!!!
pq ela não evita? pq não se previne para q isso não ocorra?"
Hoje em dia existe os comprimidos anticoncepcionais, que devem ser tomados todos os dias pela mulher, impedindo-a de ovular. Porém, mesmo que tomados corretamente, há uma pequena chance de acontecer a concepção.
A camisinha, outro método anticoncepcional de baixo custo, também tem um índice de falhas, e pode estourar. Quando isso acontece, a mulher toma a pílula do dia seguinte - que também tem um índice de falhas.
Conclusão: para não engravidar indesejadamente, só não fazendo sexo mesmo! Proibir o aborto só será correto quando encontrarem um método anticoncepcional 100% seguro! Enquanto isso, mulheres continuarão engravidando sem ter culpa alguma, carregando um corpo estranho e indesejável dentro de si, por longos 9 meses, arruinando suas vidas por causa de um governo IRRESPONSÁVEL!
mais. o custo de aquisição desses mesmos medicamentos no mercado negro é no mínimo umas 10 vezes maior, sem garantia NENHUMA de eficácia ou procedencia. (há um IMENSO mercado negro no brasil para esses medicamentos, voce sabia?)
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