A Igreja Católica da Irlanda fez de tudo para impedir a divulgação de relatório de uma comissão independente sobre os abusos sexuais de sacerdotes no país entre 1930 e 1990.
Houve pressão até do Vaticano, informam as agências internacionais, apesar de o papa Bento 16 se mostrar preocupado com os casos de padres pedófilos registrados em vários países.
Mas o relatório acabou sendo divulgado ontem (20).
A estimativa é de que naquele período 12 mil meninos e meninas foram violentados sexualmente por padres e freiras. O relatório, que tem 2.600 páginas, foi elaborado a partir de informações de vítimas.
Na Irlanda, os católicos mantinham uma rede de escolas e reformatórios para dar assistências às crianças com problema de delinquência ou abandonadas pela família ou ainda de mães solteiras.
Eram dessas crianças que os sacerdotes se aproveitavam, com a conivência da hierarquia da igreja.
A Igreja Católica afirma que há exagero no relatório, mas ela nunca elaborou um documento que tivesse como objetivo quantificar as vítimas, embora, em tese, tenha informações para fazê-lo.
Irlanda foi uma teocracia que tratou mulheres como escórias
Irlanda regasta a história da vergonha das lavanderias católicas
Irlanda se libertou do catolicismo ao aprovar o casamento gay
A responsabilidade dos comentários é de seus autores.