A Bíblia, no Velho Testamento, diz que Caim matou Abel. No livro "Caim" que será lançado ao final de outubro, José Saramago acusa Deus de ter sido o autor intelectual do crime.
Gênesis 4:3,4 conta que Deus preferiu como oferta os primogênitos das ovelhas de Abel aos frutos de Caim. E este, irado, assassinou o irmão.
"Deus não é de se fiar. Que diabo de Deus é esse que, para enaltecer Abel, despreza Caim?”, provoca Saramago.
Essa é a segunda vez que o escritor português submete passagens da Bíblia à sua irreverência. A primeira ocorreu com “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, vinte anos atrás, quando foi alvo da fúria de religiosos.
Ateu convicto, Saramago afirma que, desta vez, não deverá ser “crucificado” pelos religiosos, ao menos pelos cristãos, que não leem o Velho Testamento. Em relação aos judeus, ele tem dúvida.
Para o escritor, é incompreensível o fato de o povo judeu levar a sério o Velho Testamento, tendo-o como livro sagrado.
“É uma enxurrada de absurdos que um homem só seria incapaz de inventar e, por isso, foram necessárias várias gerações para produzir essa monstruosidade”, disse ele, de acordo com o jornal italiano La Repubblica. O escritor já foi acusado de antissemita.
Aos 88 anos, Saramago deu conta de que, por ser única, a vida torna-se mais valiosa quando se aproxima do fim, como observou Nietzsche, e tem escrito a média de três livros por ano, embora por vezes a ideia de uma história permaneça anos em germinação.
Esse foi o caso de Caim. Ele começou a escrevê-lo em dezembro de 2008, e quatro meses depois o livro estava pronto. “Eu pensava escrever Caim há muitos anos.”
Saramago (foto) afirma que esse seu romance é um ajuste definitivo de contas com os homens que inventaram Deus.
“Não percebemos que, tendo inventado Deus, imediatamente nos tornamos Seus escravos.”
Morre Saramago, o escritor para quem a Bíblia era idiotice
18 de junho de 2010
Gênesis 4:3,4 conta que Deus preferiu como oferta os primogênitos das ovelhas de Abel aos frutos de Caim. E este, irado, assassinou o irmão.
"Deus não é de se fiar. Que diabo de Deus é esse que, para enaltecer Abel, despreza Caim?”, provoca Saramago.
Essa é a segunda vez que o escritor português submete passagens da Bíblia à sua irreverência. A primeira ocorreu com “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, vinte anos atrás, quando foi alvo da fúria de religiosos.
Ateu convicto, Saramago afirma que, desta vez, não deverá ser “crucificado” pelos religiosos, ao menos pelos cristãos, que não leem o Velho Testamento. Em relação aos judeus, ele tem dúvida.
Para o escritor, é incompreensível o fato de o povo judeu levar a sério o Velho Testamento, tendo-o como livro sagrado.
“É uma enxurrada de absurdos que um homem só seria incapaz de inventar e, por isso, foram necessárias várias gerações para produzir essa monstruosidade”, disse ele, de acordo com o jornal italiano La Repubblica. O escritor já foi acusado de antissemita.
"Que diabo de Deus é este?" |
Esse foi o caso de Caim. Ele começou a escrevê-lo em dezembro de 2008, e quatro meses depois o livro estava pronto. “Eu pensava escrever Caim há muitos anos.”
Saramago (foto) afirma que esse seu romance é um ajuste definitivo de contas com os homens que inventaram Deus.
“Não percebemos que, tendo inventado Deus, imediatamente nos tornamos Seus escravos.”
Morre Saramago, o escritor para quem a Bíblia era idiotice
18 de junho de 2010