Título original: Fé não pode se sobrepor à ciência
por Sandro José de Souza para Folha a propósito de
A pesquisa abre espaço para interpretações otimistas e pessimistas. Os otimistas dirão que 67% dos brasileiros acreditam na evolução. Os pessimistas, que 25% não acreditam na evolução e que 59% acreditam que a evolução tenha sido um processo guiado por Deus. Tanto otimistas quanto pessimistas têm razões para comemorar.
Não é desprezível que 2/3 da população brasileira acreditem na evolução, principalmente se nos compararmos com países de indicadores educacionais mais sólidos. Contudo também não é desprezível que 1/4 da população ignore as evidências científicas sobre a evolução. Mesmo entre aqueles com curso superior, 17% acreditam que Deus criou o homem.
A ideia de uma primeira causa na figura de um Deus, apesar de não ser científica, é legítima.
Esta corrente do criacionismo, o evolucionismo teísta, é a mais moderada, no sentido que aceita todas as evidências científicas, mas mantém Deus como agente causal. O evolucionismo teísta, no entanto, não pode ser tratado como ciência devido à sua natureza metafísica. A existência ou não de Deus não pode ser testada e por isso não é científica, e sua aceitação depende de um estado da mente chamado de fé. A evolução, por outro lado, é fato corroborado por evidências científicas acumuladas nos últimos 150 anos.
Me incluo entre os otimistas.
Contudo, a predominância de uma visão teísta na população brasileira gera um risco de que assuntos da fé sobreponham-se a assuntos da ciência. Aulas de ciência devem se ater à ciência.
Temos visto figuras públicas manifestarem-se a favor da equiparação entre evolucionismo e criacionismo. Escolas brasileiras já ensinam criacionismo em aulas de ciência. Tal absurdo coloca em risco a formação de milhões de brasileiros.
Sandro José de Souza é pesquisador do Instituto Ludwig e autor de A Goleada de Darwin.
> 'Na escola, o respeito aos outros não pode ser amparado em divindade'.
por Roseli Fischmann em março de 2011
por Sandro José de Souza para Folha a propósito de
Não é desprezível que 2/3 da população brasileira acreditem na evolução, principalmente se nos compararmos com países de indicadores educacionais mais sólidos. Contudo também não é desprezível que 1/4 da população ignore as evidências científicas sobre a evolução. Mesmo entre aqueles com curso superior, 17% acreditam que Deus criou o homem.
A ideia de uma primeira causa na figura de um Deus, apesar de não ser científica, é legítima.
Esta corrente do criacionismo, o evolucionismo teísta, é a mais moderada, no sentido que aceita todas as evidências científicas, mas mantém Deus como agente causal. O evolucionismo teísta, no entanto, não pode ser tratado como ciência devido à sua natureza metafísica. A existência ou não de Deus não pode ser testada e por isso não é científica, e sua aceitação depende de um estado da mente chamado de fé. A evolução, por outro lado, é fato corroborado por evidências científicas acumuladas nos últimos 150 anos.
Me incluo entre os otimistas.
Contudo, a predominância de uma visão teísta na população brasileira gera um risco de que assuntos da fé sobreponham-se a assuntos da ciência. Aulas de ciência devem se ater à ciência.
Temos visto figuras públicas manifestarem-se a favor da equiparação entre evolucionismo e criacionismo. Escolas brasileiras já ensinam criacionismo em aulas de ciência. Tal absurdo coloca em risco a formação de milhões de brasileiros.
Sandro José de Souza é pesquisador do Instituto Ludwig e autor de A Goleada de Darwin.
> 'Na escola, o respeito aos outros não pode ser amparado em divindade'.
por Roseli Fischmann em março de 2011
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