Priscilinha disse que fiéis são na verdade
trabalhadores em regime de escravidão
|
Além de não ter salário, os fiéis são submetidos à lavagem cerebral para que doem à seita todos os seus bens. Eles doam também benefícios como aposentadoria e bolsa-família.
Essas denúncias são da ex-fiel Priscilinha (foto), 17, e da microempresária Valdete Ferreira da Silva, 60, que há cinco anos têm duas filhas e um neto trabalhando nas fazendas, entre outros parentes que com os quais perdeu o contato.
Priscilinha e Valdete são de Rio Preto, cidade mineira de 5.000 habitantes a 367 km de Belo Horizonte, a capital.
Em 2005, a seita foi investigada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal sob a suspeita de explorar 64 pessoas de Rio Preto que abandonaram a família para trabalhar nas fazendas.
Naquela ocasião, um dos integrantes da seita disse que “as doações eram para o Espírito Santo”.
O líder da seita é o pastor José Cícero Araújo, que se mantém distante da imprensa. Ele teria transformado a seita em uma associação para escapar de processos judiciais de familiares de fiéis.
“Os trabalhadores são vigiados o tempo todo e vivem à base de doações. Eles só recebem produtos básicos de higiene”, disse Priscilinha, que ficou oito anos na seita. A mãe e a avó dela continuam nas fazendas.
Valdete está preocupada com o seu neto Lucas Lourenço de Almeida, 17.
A seita teria imposto um duro castigo ao rapaz porque ele teve uma relação sexual com a filha de um dos pastores.
Valdete falou que a sua filha Valéria, a mãe de Lucas, esteve ao final do ano passado em Rio Preto para sacar R$ 55.000 de uma ação trabalhista do marido. O dinheiro teria sido entregue ao pastor Araújo. Valéria não visitou a mãe.
Priscilinha afirmou ter ficado desnutrida porque a base de sua alimentação era quirela, alface, miúdos. Às vezes, tinha carne de caça, como a de coruja e macaco.
Os pastores – segundo ela – pregam que os fiéis devem se martirizar.
“Eles afirmam que Jesus sofreu por nós e que nós devemos sofrer também.”
Com informações da Agência Bom Dia.
Tweet
Casos de fanatismo religioso