O número de funcionários da France Telecom que se mataram desde março de 2008 aumentou para 46. Só neste ano, foram 11.
Houve que se jogasse de janelas do prédio da empresa e quem se enforcasse em sua sala de trabalho.
Alguns casos se deram em circunstâncias dramáticas, com o do técnico de manutenção que cortou o ventre com um punhal durante uma reunião.
Houve quem preferiu morrer em casa.
Alguns suicidas deixaram por escrito uma explicação: o assédio moral da empresa tinha se tornado insuportável.
Um funcionário que se matou no ano passado escreveu um bilhete a sua mulher: “Faço isso por causa do meu trabalho. É o único motivo”.
Didier Lombard, então presidente da empresa, minimizou a morte com um deboche: “Isso virou moda”.
Por causa da pressão da opinião pública e dos sindicatos, Lombard teve de pedir demissão.
Depois, em novembro de 2009, Louis-Pierre Wenes, o número dois da Telecom, também renunciou. Ele era tido como o carrasco-chefe. Mas as mortes continuaram.
No começo deste mês, a Justiça decidiu investigar as causas da onda de suicídios.
É a primeira vez, na França, que a administração de recursos humanos de uma empresa é levada ao tribunal.
Os sindicatos afirmam que o clima de terror na Telecom começou em 2006, quando a direção da empresa anunciou um drástico corte de funcionários.
A France Telecom foi privatizada em 1997. Dos 100 mil funcionários na época, já foram demitidos mais de 40 mil.
Para a direção da empresa, nem todos funcionários se adaptaram a uma gestão de disputa do mercado, ao mesmo tempo em que houve a extinção de benefícios como férias prolongadas e aposentadoria precoce.
Mas para sindicalistas, nada justifica o moedor de carne humana em que se transformou a France Telecom.
Com informações do Le Monde.
Só neste ano, 23 funcionários da France Telecom se mataram.
setembro de 2010
Casos de assédio moral. Casos de suicídio.
O CVV É UM SERVIÇO DE PREVENÇÃO AO SUICÍDIO.
TELEFONE: 141. TEM ATENDIMENTO ON-LINE E POR E-MAIL.
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