O apóstolo Valdemiro Santiago (foto), da Igreja Mundial, disse que o missionário R.R. Soares (foto), da Igreja da Graça, ”prega bonito”, mas nos bastidores age como “bandido”.
Ele estava se referindo ao fato de ter perdido para Soares o seu horário na Rede TV!, embora estivesse na emissora havia sete anos com índices crescentes de audiência.
Durante a renegociação do seu contrato com a emissora, Valdemiro foi atropelado por Soares, que ofereceu R$ 200 milhões para ficar com o horário da Mundial por três anos.
Valdomiro, que diz ser instrumento de Deus para fazer paralítico andar, cego enxergar, etc., além de curar Aids e câncer como quem cura resfriado, não conseguiu um milagre que o fizesse cobrir a oferta. Restou-lhe então, como mau perdedor, atacar o inimigo.
Em um vídeo postado no Youtube, ele afirma que R.R. Soares é “mentiroso” por espalhar que a Mundial não estava conseguindo pagar a emissora e que, por isso, desistiu do horário.
“Não entreguei o programa. Eu queria renovar o contrato, mas esse missionário não permitiu”, diz, que desta vez não soltou as suas costumeiras lágrimas de crocodilo.
Valdomiro acusa Soares de ser racista porque o chama de “bispo preto“, nunca pelo nome.
Ele afirma que se refere a Soares como “tio” por causa de sua avançada idade. “Não é uma ofensa.” Soares tem 63 anos e Valdemiro, 47.
Em nenhum momento citou o nome de Soares. Só fez referência. Disse, por exemplo, que o missionário tem uma pregação “macia” que esconde um hipócrita. “Mas quem é vítima de você [R.R. Soares], como eu (sofro perseguição ao longo de anos), sabe muito bem que tipo de caráter você tem.”
O valor que Soares pagou pelo horário e a fúria de Valdomiro por ter sido desalojado da emissora dão ideia sobre a importância da tv para as seitas pentecostais na colheita de dízimo e doações dos fiéis.
Para o líder da Igreja da Graça há, nesse caso, a vantagem adicional de deter, ao menos por ora, o avanço da Mundial, que é a seita que mais tem crescido nos últimos anos.
Valdemiro, cujos programas continuam em várias emissoras regionais, promete reagir. “As coisas mudam”, diz.
Programação religiosa ocupa por semana 140 horas das TVs
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