por Marcelo Idiarte a propósito de
Filho estuprador de dono do RBS obtém liberdade assistida
Mais um exemplo concreto da iniquidade jurídica brasileira. O Ministério Público e a Justiça de Santa Catarina acabam de chancelar um desfecho absolutamente lastimável para um episódio muito grave.
Eu, como cidadão, estou profundamente envergonhado por esta decisão vinda de Florianópolis. Sobretudo porque não é difícil conjeturar que, se os personagens deste triste evento estivessem em papéis invertidos, ou seja, se a vítima fosse egressa de família influente e os abusadores fossem cidadãos comuns, muito provavelmente o fim seria outro: aplicar-se-ia uma pena bem mais condizente com o tipo de crime cometido.
Infelizmente, por razões que a própria razão desconhece, o MP-SC apenas oficializou aquilo que se antevera desde o início, mas que se tentara acreditar que não ocorreria - para o bem dos poderes constituídos.
Chega a ser uma piada de mau gosto que os promotores catarinenses considerem "violência" apenas o emprego de violência física, ignorando solenemente a violência psicológica que é indissociável em um caso desta natureza.
Ora, a vítima era MENOR e estava INCONSCIENTE - neste estado um abusador pode ser até "delicado", utilizar "carinho", dizer palavras doces, pedir "com licença" e ainda sussurrar para cometer um abuso "sem violência", afinal qual a resistência que ele encontraria?
O pior de uma decisão estapafúrdia é que invariavelmente a justificativa é mais estapafúrdia ainda. E este caso apenas comprova isso. Coitada da vítima, que, não bastasse ter que conviver com o abuso em si, agora ainda vai carregar o sentimento de que o Estado não agiu para reparar de forma equitativa o crime ao qual ela foi submetida.
É duro dizer isso, mas nosso país é deprimente.
Filho estuprador de dono do RBS obtém liberdade assistida
Mais um exemplo concreto da iniquidade jurídica brasileira. O Ministério Público e a Justiça de Santa Catarina acabam de chancelar um desfecho absolutamente lastimável para um episódio muito grave.
Eu, como cidadão, estou profundamente envergonhado por esta decisão vinda de Florianópolis. Sobretudo porque não é difícil conjeturar que, se os personagens deste triste evento estivessem em papéis invertidos, ou seja, se a vítima fosse egressa de família influente e os abusadores fossem cidadãos comuns, muito provavelmente o fim seria outro: aplicar-se-ia uma pena bem mais condizente com o tipo de crime cometido.
Infelizmente, por razões que a própria razão desconhece, o MP-SC apenas oficializou aquilo que se antevera desde o início, mas que se tentara acreditar que não ocorreria - para o bem dos poderes constituídos.
Chega a ser uma piada de mau gosto que os promotores catarinenses considerem "violência" apenas o emprego de violência física, ignorando solenemente a violência psicológica que é indissociável em um caso desta natureza.
Ora, a vítima era MENOR e estava INCONSCIENTE - neste estado um abusador pode ser até "delicado", utilizar "carinho", dizer palavras doces, pedir "com licença" e ainda sussurrar para cometer um abuso "sem violência", afinal qual a resistência que ele encontraria?
O pior de uma decisão estapafúrdia é que invariavelmente a justificativa é mais estapafúrdia ainda. E este caso apenas comprova isso. Coitada da vítima, que, não bastasse ter que conviver com o abuso em si, agora ainda vai carregar o sentimento de que o Estado não agiu para reparar de forma equitativa o crime ao qual ela foi submetida.
É duro dizer isso, mas nosso país é deprimente.
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