da BBC Brasil
A crise econômica que afeta Portugal desde 2008 está levando portugueses a emigrar em busca de melhores condições de vida. Um dos principais destinos desta nova onda é o Brasil, por causa do crescimento da economia brasileira.
Ao contrário do que acontecia no século passado, quando portugueses com destino ao Brasil não tinham formação acadêmica – muitos eram semianalfabetos ou analfabetos –, a maior parte dos lusitanos que formam a onda atual tem curso superior.
"São pessoas cada vez mais especializadas. Constitui uma de fuga de cérebros, mas desta vez o destino é o Brasil. Não é uma migração dos países menos desenvolvidos para os países ricos, como se dizia nos anos 60", afirma o cônsul do Brasil em Lisboa, Renan Paes Barreto.
Segundo o serviço consular da representação, o número de pessoas que têm o Brasil como destino vem aumentando.
"No ano passado foram cerca de 1,5 mil vistos de trabalho, praticamente o mesmo número de 2009. Este ano, nos primeiros três meses foram 500", conta o funcionário do consulado responsável pela seção de vistos, José Luiz Neves.
Segundo Neves, o número do consulado não é o definitivo. Além da representação de Lisboa, há também a do Porto. E há outras formas de obter o visto de trabalho, através de casamento, por exemplo.
"As pessoas normalmente não começam o processo aqui. Aqui é concluído. Começa no Ministério do Trabalho e do Emprego, com o pedido por parte da empresa."
Sobre o perfil do português que busca o visto para trabalhar no Brasil, Neves relata que "são predominantemente engenheiros e técnicos de plataformas de petróleo. Mas há outras profissões, como arquitetos".
O oficial de náutica Bruno Pereira, de 26 anos, é um dos que fizeram fila no consulado para receber o visto de trabalho. Ele trabalha em navios que fornecem a logística para plataformas de petróleo.
"Lá (no Brasil) o negócio do petróleo está muito forte. Em Portugal, não teria chance de conseguir trabalho nessa área", conta.
Pereira, que trabalha para uma empresa alemã, afirma que os salários estão aquecidos no Brasil.
"Eu recebo salário europeu. Nas empresas brasileiras, os oficiais de náutica recebem perto de R$ 10 mil por mês, mais previdência privada e seguro de saúde. Nas empresas europeias recebemos um pouco menos do que isso e sem seguro de saúde nem previdência privada".
Para o arquiteto Pedro Ribeiro (foto), de 40 anos, o Brasil vai ser o caminho para fugir da crise.
Especializado em remodelação de interiores, com mais de 15 anos de profissão, ele escolheu o Recife como destino por conta dos contatos profissionais que tem na cidade, muitos dos quais trabalharam em Portugal.
Na fila do consulado, ele explicou sua decisão por três razões. "Primeiro, porque é um país que tem forte crescimento econômico; segundo, pela familiaridade da língua; (terceiro) por questões familiares, porque eu sou casado com uma brasileira."
Ribeiro comparou a situação portuguesa atual com a de 2007, de antes da crise internacional. "Estamos agora com metade da quantidade de trabalho e metade das margens de lucro".
Apesar da alta demanda por engenheiros no Brasil, o presidente da Ordem dos Engenheiros de Portugal, Carlos Matias Ramos, diz que é difícil ter dados exatos sobre o número de profissionais lusos que atravessaram o Atlântico.
A única forma de conhecer esse número é através dos pedidos de inscrição no sistema Confea/CREA, os conselhos de engenharia e arquitetura brasileiros. No final do ano passado havia pelo menos 1,2 mil engenheiros portugueses praticando engenharia no Brasil, diz Matias Ramos.
O chefe da Ordem acredita que o número de engenheiros portugueses no Brasil vai aumentar. "O PAC 2 propõe investimentos que só uma engenharia de qualidade pode suportar."
Por outro lado, ele diz que muitos engenheiros portugueses enfrentam problemas para ter seus títulos reconhecidos no Brasil e que, em alguns casos, se forem cumpridas todas as exigências, "o reconhecimento do título de engenheiro pode levar 24 meses".
Em outros casos, como o da mestranda Graça Rodrigues (foto), que está se especializando em museologia, os planos de quem deixa Portugal "não têm a ver com a falta de emprego", e isso com a oportunidade de ampliar os horizontes.
Com uma bolsa de estudos para estudar três meses na Bahia, ela diz quer ver como está o mercado profissional brasileiro em sua área, a de produtora de exposições.
"Isso não tem a ver com falta de emprego. Eu trabalho numa galeria de arte em Lisboa", afirma.
A escolha da Bahia se deve à sua formação em História da Arte com especialização no barroco.
"O Brasil tem um trabalho muito forte sobre o barroco. Gostaria de estabelecer uma relação entre as universidades de lá com equipes portuguesas de universidades portuguesas para trabalharem em conjunto."
Comentários
Para vocês verem o quanto os brasileiros são motivos de chacotas em Portugal.Chega até ao ponto de outros estrangeiros que moram naquele país também fazerem pouco dos brasileiros.No youtube tem uma iraniana que mora em Portugal desde que tinha 10 anos,e agora tem por volta dos 25 anos,á comentar horrores dos brasileiros.Essa situação é completamente lamentável.Não tratem com respeito quem os tratam com total falta de humanidade.Acordem brasileiros
Meu nome é Ramiro Lopes Andrade, sou cidadão brasileiro (natural de Niterói – Estado do Rio de Janeiro) que vive e trabalha em Portugal desde 1990, e tenho licenciatura em engenharia civil desde 1988.
O motivo desta carta é pura e simplesmente uma denúncia contra os governos brasileiro e português.
Desde que fui trabalhar em Portugal, sou impedido de exercer minha profissão livremente, pois não posso assinar projectos de engenharia, nem tão pouco termos de responsabilidade técnica, porque meu curso é do Brasil.
No entanto, os cidadãos portugueses que tiram o curso em Portugal, actuam livremente no Brasil, sem nenhum impedimento, podendo inclusive assinar projectos etc.
Eu peço a todos os cidadãos brasileiros que levem esta carta, que denunciem esta situação tão injusta para 153 engenheiros brasileiros que vivem e trabalham em Portugal.
Nós, 153 engenheiros brasileiros, não somos uma ameaça aos mais de 5 mil engenheiros portugueses.
Quando Brasil recebeu centenas de milhares de cidadãos portugueses de braços abertos no século XX, todos foram bem recebidos, muitos inclusive, puderam ser eleitos deputados estaduais e federais e ascender a lugares de destaque na sociedade brasileira, por mérito próprio.
É injusto que cidadãos brasileiros sejam discriminados em Portugal, quando cidadãos portugueses foram tão bem recebidos no passado recente no Brasil.
O que Portugal faz hoje é um erro grosseiro em relação ao futuro, pois não se sabe, se um dia, não virá a precisar outra vez do Brasil, como foi no passado recente (40 anos atrás). É conveniente não esquecer, que em 1975, cerca de 250 mil portugueses que fugiram das antigas colónias africanas, e também de Portugal (após a revolução que derrubou o regime ditatorial de Salazar), e vieram se refugiar no Brasil, sendo todos bem recebidos.
Outra questão tem sido nosso governo, que tem sido incompetente para resolver esta questão. O mínimo que poderia fazer era retaliar na mesma moeda; ou seja, cancelar todas as licenças profissionais de cidadãos engenheiros portugueses no Brasil, até que o problema em Portugal estivesse resolvido.
Como se tudo que foi dito bastasse, ainda por cima, estes profissionais portugueses actuam livremente no Brasil, sem a devida fiscalização dos órgãos competentes (CREA e CONFEA).
O presidente Fernando Henrique Cardoso esteve em Portugal em Março 2000, a comemorar os 500 anos de Descobrimento.
É um insulto a todos os profissionais brasileiros não ter essa farsa resolvida. O Presidente Fernando Henrique Cardoso é cúmplice desta situação.
Não me digam que já indo no segundo mandato presidencial, ainda não teve tempo de resolver esta questão, sobre as equivalências aqui em Portugal.
Aproxima-se o dia 22 de Abril (data da Descoberta do Brasil).
Seria bom que o Brasil e Portugal resolvessem esta questão, mas como os governantes, tanto brasileiros como portugueses, são uns hipócritas, só me resta divulgar esta mensagem pela Internet e via fax, a todos os brasileiros de boa vontade, e esperar a solidariedade de todos na divulgação desta injustiça.
Talvez, os cidadãos brasileiros num futuro muito próximo, comecem a tratar os portugueses no Brasil, da mesma maneira que os portugueses tratam os cidadãos brasileiros em Portugal. “Nesta altura vamos ver o que sentem e pensam os portugueses no Brasil.
ramiro.lopes.andrade@gmail.com
Venho dar conhecimento da carta enviada ao Sr. Eng. José Tadeu da Silva,
Presidente do Confea, sobre o assunto em epígrafe.
Venho tambem pedir á todos os Presidentes dos Crea´s no Brasil, que
cancelem todos os pedidos de inscrição de Engenheiros Portugueses para
emissão de carteiras profissionais do Crea, devido a termos no Brasil a
mesma reciprocidade em relação ao ato racista da Ordem dos Engenheiros
Portugueses em relação á 153 engenheiros Brasileiros em Portugal, que nunca reconheceram os 153 profissionais em Portugal.
Aguardando vosso prezado contacto para qualquer esclarecimento adicional, apresento meus cumprimentos.
Ramiro Lopes Andrade
Engenheiro Civil
Carteira Profissional nº RJ-881003779/D
Reg. nº 1988100377
Exmo. Sr. Presidente do Confea José Tadeu da Silva
Meu nome é Ramiro Lopes Andrade, sou Engenheiro Civil Reg nº 1988100377, Carteira Profissional nº RJ-881003779/D, Cidadão Brasileiro.
Vivo em Portugal desde 1990.
Desde esta data, 1990, tenho tentado minha inscrição na Ordem dos Engenheiros Portugueses, não tendo conseguido.
Tentei a Ordem dos Engenheiros Portugueses.
Tentei a Embaixada Brasileira.
Tentei os tribunais portugueses, foi tudo tempo e dinheiro perdidos, ao longo destes 22 anos.
A atitude da Ordem dos Engenheiros Portugueses foi sempre de empatar, e ganhar pelo cansaço, conseguiram ............ foram sempre pessoas baixas e racistas em relação aos brasileiros.
Agora vejo os portugueses a voltarem ao Brasil, e EXIGIREM direitos para poderem trabalhar livremente no Brasil ( engenheiros , arquitectos , etc .......), em plena concorrência desleal com os engenheiros brasileiros.
O que o Confea vai fazer em relação a esta invasão de profissionais estrangeiros ( principalmente portugueses ), depois do tratamento racista que tiveram em relação á 153 profissionais Brasileiros, em Portugal ????
Devíamos dar do mesmo veneno aos Portugueses, e não deixar trabalharem no Brasil.
Vi no blogue um comentário seu:
http://www.blogizazilli.com/index.php/destaques/coluna-marco-alzamora/comment-page-1#comment-32397
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Engenheiro civil. José Tadeu da Silva
“Entrada de profissionais estrangeiros preocupa sistema profissional”.
Brasília, 29 de maio de 2012.“A entrada de profissionais estrangeiros no país é uma situação que vem nos preocupando imensamente. Esta semana, inclusive, estamos discutindo o assunto com os presidentes de todos os Creas e com representantes das Entidades Nacionais. Trata-se de um problema de todos nós, profissionais brasileiros. E, nesse caso, de responsabilidade do Sistema CONFEA/CREA.”Engenheiro civil. José Tadeu da Silva
Presidente do CONFEA-Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
Será que verei de parte do Confea, e do Sr. Presidente Engenheiro José Tadeu da Silva,
a devida resposta à Ordem dos Engenheiros Portugueses, com a mesma reciprocidade do que fizeram à 153 profissionais Brasileiros em Portugal ?
Caro Sr. Presidente Engenheiro José Tadeu da Silva, sei que não é culpado desta situação dos 153 profissionais Brasileiros em Portugal, mas agora é o presidente do Confea, e tem responsabilidades, peço que actue no sentido de negar, e dificultar ao máximo a vida dos profissionais portugueses no Brasil, em reciprocidade ao que fizeram a mim ( Ramiro Lopes Andrade ), e aos meus outros 152 colegas aqui em Portugal.
Aguardando vossas prezadas notícias, apresento os votos de muito sucesso no Confea.
Ramiro Lopes Andrade
Engenheiro Civil
Obs: Esta carta foi com conhecimento a todos os órgãos da Ordem dos Engenheiros Portugueses.
geral@oern.pt; madeira@madeira.ordemdosengenheiros.pt; geral.acores@acores.ordemdosengenheiros.pt; portalegre@sul.ordemdosengenheiros.pt; santarem@sul.ordemdosengenheiros.pt; evora@sul.ordemdosengenheiros.pt; faro@sul.ordemdosengenheiros.pt; castelobranco@centro.ordemdosengenheiros.pt; leiria@centro.ordemdosengenheiros.pt; aveiro@centro.ordemdosengenheiros.pt; correio@centro.ordemdosengenheiros.pt; delegacao.vilareal@oern.pt; delegacao.viana@oern.pt; delegacao.braganca@oern.pt; delegacao.braga@oern.pt; secretaria@sul.ordemdosengenheiros.pt
Arquiteto e Urbanista
CAU 9044-1
www.alzamora.arq.br
alzamora@alzamora.arq.br
Caro Sr. Arquitecto Marco Alzamora
Li seu artigo sobre “Entrada de profissionais estrangeiros preocupa sistema profissional” do Engenheiro civil José Tadeu da Silva.
Muito me agradou o tema, por razões óbvias.
Venho solicitar que continue a divulgar o tema, também aproveito para denunciar a invasão de profissionais engenheiros e arquitectos ( espanhóis e portugueses ), na zona envolvente de Itaboraí, no Complexo da Comperj, e nas obras envolventes na cidade de Itaboraí / Rio de Janeiro.
Os profissionais estrangeiros em sua maioria estão ilegais, entram como turistas e começam a trabalhar nas empresas estrangeiras, competindo de forma ilegal com profissionais brasileiros.
Peço que denuncie no Crea e Confea esta situação.
Quanto a minha situação referente a Ordem dos Engenheiros Portugueses continua na mesma, e nunca reconheceram meu título académico em Portugal.
Já desisti de Portugal, e irei me mudar definitivamente para o Brasil, ainda este ano.
Um abraço, e votos de muito sucesso.
Ramiro Lopes Andrade
Engenheiro Civil
E-mail: ramiro.lopes.andrade@gmail.com
existem por acaso parque industrial e construções significativas nestes países?
Não! são o próprio terceiro mundo na União Européia e nada acrescentam ao parque industrial brasileiro...
existe muita ilusão e principalmente desespero nos Hispanos(portugueses e espanhóis)pensam que precisamos deles, etc...
não precisamos, não queremos e não serão bem vindos!
Não tem, nem terá, pois ninguém investe um centavo neste país falido, é perder dinheiro na certa
Ana Clara Simões
iria atrasar a vida do Brasil, xô tugueses!
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