A pedra de 6 cm é oferecida
em uma caixa de acrílico
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O governo da Bahia doou à organização Obras Sociais Irmã Dulce 2.000 pedrinhas da implosão do estádio Fonte Nova. O pretexto foi de que a freira gostava de futebol. Ela era torcedora do Esporte Clube Ipiranga.
O estádio foi fechado em 2007 após o desabamento de parte de sua arquibancada. Sete pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas.
Cerca de 70 mil fiéis deverão comparecer à cerimônia de beatificação, de acordo com a expectativa de Maria Rita Pontes, sobrinha de Dulce e presidente da organização.
Ela está entusiasmada com o aumento que haverá no turismo. Informou que, mesmo antes da beatificação, houve aumento de 40% no fluxo de romeiros.
"Santa Paulina [Santa Catarina] e a cidade do Frei Galvão [Guaratinguetá, em São Paulo] se transformaram com as romarias”, disse. “Irmã Dulce é uma santa atual, da nossa era, e imagine o que pode acontecer com Salvador.”
Com informação da Folha e do site da organização Obras Sociais de Irmã Dulce.
junho de 2010
Comentários
Primeiro foram fragmentos da cruz, que se reunidos, na anedota clássica, Jesus teria sido crucificado sobre uma floresta inteira. Depois as pedras do sepulcro, que juntas construiriam um tumulo cujo diâmetro ultrapassaria as sete colinas de Roma. O que mais a ignorância, o fanatismo, a obsessão por relíquias e a cobiça dos supersticiosos irá inventar? O culto da morte e do sofrimento é um mistério que fascina psicólogos e outros leitores do inconsciente há mais de um século.Que prazer oculto está em carregar pedras, como dizia nosso compositor nacional feito penitentes, para erguer estranhas catedrais? Errantes cegos pelo continente da dúvida, que sempre lhes assoma: é possível mover montanhas pela fé, por que não posso erguer uma simples pedrinha? O próprio Jesus , instigado pela dúvida - atribuída na mitologia ao satanás - supostamente pensou: se eu fosse mesmo Filho de Deus, eu transformaria essas pedras em pão...Aí entram em cena os fabulistas do invisível, teóricos do improvável - os teólogos - com seus belos discursos antropológicos, para justificar o emprego da mitologia e farsa religiosas como sociologia; e dizem...cavemos o solo, plantemos trigo, que das pedras surgirão pães. Pra isso é preciso educação para o povo, qualificação para o trabalho, distribuição de renda, e tudo isso se faz com CIÊNCIA , TECNOLOGIA, não com superstição. Vendendo pedrinhas como amuletos pra aborígenes, transformando os seres em pedintes ao Tirano Celeste, o que é dever do Deus terrestre, ou Estado, conceder-lhes enquanto seus fundamentais direitos de cidadãos; rogando a um deus invisível; onde aprenderão a fabricar com dignidade o seu próprio pão?
É pau, é pedra, dizia a canção saudosa, não sei qual dos dois é mais de doer, mas a incoerência do Estado em apoiar cultos religiosos, quando podia investir em formação de cidadãos livres, é de lascar. Os jovens sendo arrastados, escravizados por pedrinhas malditas, condenados a arrastarem infindavelmente esses pedregulhos piores que o rochedo da mitologia, quais Sísifos acorrentados para sempre ao castigo e à maldição da pedra; o governo, qual impiedoso deus mortal, distribui amuletos, implodidos, após desabamento onde a causa foi sua mesma e eterna omissão. O valor de uma destas pedrinhas, dá pra comprar 7 da droga popular, cujo preço barateado (5 reais) enriquece traficantes, seres hediondos, e assassina prematuramente os jovens, tornados injusta e precocemente adultos pela desigualdade; além é claro , de viciar crianças, mas crianças são as eternas e preferidas vítimas desse sistema odioso. Pela dependência química ou pela pedofilia, pelos abusos sexuais domésticos e violência cultural da tradição arcaica de pais baterem nos filhos para "educá-los"; as crianças findam vítimas sacrificiais desse ensinamento perverso que a lógica religiosa conserva como pressuposto cruento: SOFRER PARA SALVAR-SE. Com todo respeito à religiosa e pela caridade que dispensava de modo concreto aos pobres, indo socorrê-los nas madrugadas; é que se devia impedir esse abuso de alienação política e exploração de sua imagem para esconder a utilização indevida do dinheiro público em coisas fictícias, irreais e desnecessárias; cuja intenção oculta porém criminosa, é manter a alienação política sob sua capa pseudo-mística e nada religiosa, porque não religa nada com ninguém.
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