Creio que esse texto é antigo, mas a afirmação de que os personagens da mitologia bíblica gostam de sexo é mais que óbvia. Aliás, como alguém já falou aqui, nem precisa de hermenêutica, é literal mesmo.
Os protagonistas das lendas bíblicas têm uma verdadeira obsessão pelo sexo, como é peculiar nas outras construções mitológicas.
Já que reivindicaram a hermenêutica, vamos também invocar as outras áreas da ciência literária, como a arqueologia, a paleontologia e demais co-limítrofes da ciência histórica.
O personagem mitológico central dessas lendas propedêuticas à Torá é um sujeito que supostamente tem origem suméria. Ora, tal como a mitologia da Índia e outras do período, não há a repressão sexual como hoje a conhecemos, e o erotismo marca a própria vida do personagem. É polígamo, é adúltero, é incestuoso, é prostituidor da própria irmã... Conforme os costumes do seu povo e época.
Lembremos que ele é uma construção literária, não um personagem real. Pelo menos é o que dele temos, a tradição da literatura a respeito, dos textos e das descrições narrativas que o nomeiam. Não referência histórica usual.
O Deus que esse personagem acredita, supostamente de acordo com a literatura comparada, e a historiografia das religiões o pode atestar, não é monoteísta, é um deus plural: Elohim. E os próprios Elohim são incentivadores do sexo, e do puro sexo animal.
Pureza, decência, matrimônio e outros conceitos aparecem já no período que a tradição oral torna-se escrita. E isso, segundo os historiadores do judaísmo, deu-se no período da monarquia, não dos mitos dos patriarcas.
Na concepção de Eliade, o mito é uma tentativa de organização. E o sexo dos personagens mitológicos bíblicos reflete essa tentativa de uma ordem, a referência pretérita das analogias, é sempre póstuma.
Quando se diz por exemplo (e isso é uma característica de todos os mitos) tal coisa é assim, porque no princípio aconteceu isso...O mais lógico é contar primeiro a coisa, supostamente inaugurando o evento, e POR ISSO É QUE HOJE TAL COISA ASSIM SUCEDE.
No caso das taras, das orgias, das narrativas de coito interrompido, alusões à masturbação, prática de prostituição cultual, estupro de estrangeiros, as descrições são bem ricas. Porque a matéria é bem conhecida para a humanidade, sua vida sexual. E os personagens mitológicos judaicos, tal qual os dos contos gregos de Homero, são muito hiperestesiados sexualmente, não há que se negar.
Como nada diverso dos de hoje. É um tal de fulano olhou para fulano e sua alma se uniu intimamente com a dele; fulana era formosa aos olhos de fulano e ele entrou a ela; fulano conheceu fulana por cima das pernas da outra fulana; fulano cohabitou com sicrana e depois mandou matar o marido de beltrana...
Francamente, negar isso é tapar o sol com a peneira. É querer sacralizar o que tá mais do que claro que é um tema profano como outro qualquer, ou que a religião nunca se desvencilhou, como é possível facilmente se constatar, das origens sexuais de fertilidade e da prostituição sagrada.
Aliás, hoje nada sagrada, é profanada mesmo, mercantilizada pelo deus Mamom.
Ainda há o que desvelar?
Bíblia é tão machista quanto o Corão: ambos mandam a mulher se calar
maio de 2011
Comentários
Uns fazem sexo e se destroem.
Outros fazem sexo e glorificam a Deus.
A Bíblia é um livro honesto, haja vista que seus escritores nunca esconderam os pecados cometido por alguns homens de Deus para que as Escrituras parecessem mais santas.
Pelo contrario, estes foram severamente repreendidos, castigados e ficaram como exemplo para nós.
Dos 10 mandamentos,
6 estão no código penal e 1 na constituição.
Querer fazer um cavalo de batalha sobre isto, é o mesmo que fazer um juízo de toda uma cidade visitando só a cadeia.
"A chama de Jeová"
"Dança sensual"
"Nadabe e Abiú, fogo estranho..."
"Moisés na presença de Jeová..."
"Exposição da nudez"
"Eufemismos sexuais"
"Dagon sendo submisso..."
"O porquê das hemorróidas como praga"
E ainda com "escritoras" como a Lukretia que só discrimina nem se fala.
A propósito, sei que tem filhas. Gostaria de um neto sem "pai" feito pelos cantos escuros? Isto é sexo fora do casamento e sem compromisso.
E casamentos sao uma instituicao criada pela Igreja em meados do ano 1000, para a nobreza. Mas casamentos no sentido atual, so surgiram no seculo XVIII e popularizados pela burguesia no seculo XIX.
Informe-se melhor.
Olhe o seu rabo primeiro.
Tem mandamentos q são de origem seculares (onde ñ são baseados em religiões de divindades, como o confucionismo), por isso q são "absolutos".
Por exemplo, Jesus tem 6 mandamentos, todos seculares. Um exemplo é o "Respeite o próximo como vc gostaria de ser respeitado", q ironicamente, vem do confucionismo, 400 anos antes da tradição judaica-cristã (ou tradição abraãmica de camuflar ameaças de amor) ¬¬
E tambem, boa parte dos mandamentos foram copiados do Livro dos Mortos, da religiao egipcia. Tiveram tambem influencia do Codigo de Hamurabi.
Em primeiro lugar, OK, os antigos hebreus transavam. Muita gente realmente acha que não, supondo que talvez se reproduzissem por mitose ou partenogênese, mas eles trepavam sim, como todo mundo.
Em segundo lugar, OK, os antigos hebreus, ou melhor, OS CANANEUS (porque hebreu é um termo posterior usado pelos judeus para diferenciar-se dos seus antepassados pagãos) tinham ritos idólatras de fertilidade. Provas de idolatria a bíblia tem de monte (uma dica: o que foi que Raquel roubou de Labão quando fugiu com Jacó?).
Em terceiro lugar, e último OK, boa parte do AT, pelo menos até o reinado de Roboão em Judá e de Jeroboão em Israel, não passa de mitologia.
Tendo concedido estes três pontos, vamos ao que interessa.
Não podemos resumir "religião" a ritos de fertilidade e prostituição sagrada. Como o próprio Mircea Eliade ensina, há mais de um tipo de religião. Especificamente falando no contexto do AOM, havia os ritos de fertilidade praticados pelos povos agrícolas (como a Mesopotâmia, o Egito e também Canaã/Fenícia) e os ritos dos povos nômades pastores, como os supostos patriarcas, que eram de uma natureza diferente. Havia também ritos de fertilidade, mas não a prostituição sagrada.
A religião dos hebreus/judeus do AT é o resultado da interação entre as religiões dos pastores e as dos agricultores. Digo "religiões" porque, de certa forma, cada deus tinha um culto seu. Uma dica: no livro de Jeremias, a conversa do profeta com os recabitas nos diz muito bem quem eram os 'verdadeiros' crentes em Javé.
Após a catástrofe da conquista, os judeus desenvolveram a ideia de que o deus dos nômades, Javé, havia "se vingado" dos sedentários, os infiéis e depravados. Somente os nômades mantinham os mandamentos, como a família de Jonadabe. Como Jeremias diz, são estes que se tornarão os antepassados do futuro povo de Deus: o judaísmo é a religião dos povos nômades de língua cananeia/hebraica, que sobreviveram à conquista (fugindo, se escondendo ou simplesmente não estando dentro das cidades sitiadas).
Foram eles, juntamente com alguns poucos sacerdotes e membros da elite que haviam sido convertidos, os responsáveis pela construção do "Segundo Templo" e pelo estabelecimento de Israel.
Desta forma, o judaísmo se estabeleceu desde o início como uma religião OPOSTA aos cultos de fertilidade. Reconhecer que houve idolatria (e até prostituição sagrada) entre os antigos hebreus não é descobrir a pólvora (os profetas justamente censuravam isso em seus contemporâneos), mas acusar o judaísmo "estar ligado" a tais coisas é como dizer que a polícia "está ligada" ao crime ou que detergentes "estão ligados" à sujeira. Só se a oposição for esta ligação. Só que a natureza da ligação não é explicitada no texto.
Há que se dizer que boa parte deste problema está no título, que, mais uma vez, foi mal escolhido. A falácia da ligação está no título, não no texto.
Mas o texto implora por este título ao insistir em apontar a sexualidade dos personagens bíblicos, dando a entender que a Bíblia ensinaria isso, quando ela, de fato, apresenta com o intuito de censurar. Ou seja, não é justo fazer este tipo de acusação aos textos bíblicos.
No caso de Nadabe e Abiú o "fogo estranho" deve ser tomado literalmente, pois o objetivo da história é estabelecer o privilégio do sacerdócio aarônico (aristocrático) sobre o sacerdócio levita (popular). Somente os "filhos de Arão" estavam autorizados a queimar incenso diante do trono. A presença de gente estranha fez o trono queimar os ousados. A história tem por objetivo afastar os levitas do culto. O que é muita coisa, se considerarmos que eles também estavam afastados da propriedade fundiária (ao não receberem terra própria) e do poder político.
Moisés ver Javé de costas, apesar da célebre postagem no "Jesus Me Chicoteia" em que Javé se gaba com os querubins de seu rebolado sedutor, nada mais é do que uma teologização: o homem não pode prever de onde Deus vem, mas pode depois adivinhar onde ele passou.
"Descobrir a nudez" é um eufemismo para o sexo, tal como nós empregamos outros, como "******" (originalmente algo que se fazia em árvores), "*****" (nada envolvendo alimentação), "*****" (que originalmente significava "cavar"), etc.
A submissão de Dagon não é de natureza sexual. Prostrar-se diante da alguém é o que o escravo faz. Ao fazer a estátua de Dagon cair diante da arca, o escritor bíblico quer dizer que Dagon se humilhava diante do deus de Israel.
As hemorróidas são outra história. Entre os povos antigos, as hemorróidas eram consideradas uma condição originária da prática EXCESSIVA de sexo anal. Uma praga de hemorróidas entre os seus inimigos era tudo que você podia querer, pois não apenas os expunha ao ridículo como também os incapacitava para a guerra. Isso não é específico dos judeus.
Lamentavelmente não são muitos os versículos bíblicos que servem como exemplo de leis. Os romanos, os tão odiados romanos, conseguiram nos legar uma infinidade de leis e princípio.
Como diz a Wikipédia:
O direito romano é uma disciplina obrigatória para os estudantes de direito nos países que adotam o sistema jurídico romano-germânico. O ensino do Direito Romano figura nos cursos de direito de algumas faculdades de muitos países civilizados, embora suas legislações não apresentem pontos de semelhança com as leis romanas. A razão desse fato consiste em que nenhuma outra legislação se equipara ao Direito Romano, como instrumento de educação jurídica, pois ele é o mais adequado para fazer compreender o fenômeno do direito e para formar hábitos de raciocínio, necessários ao estudo de qualquer parte da ciência jurídica, o que se pode verificar de várias maneiras.
Mas, se não confia na Wikipédia, pergunte a um bom advogado. Eu disse um bom advogado, não um rábula que se formou matando aulas e fazendo trabalhos de recuperação.
Amar a criança sem sombra de dúvida.
Gostar e se alegrar de como veio(no caso de infortunio) nem tanto.
Que hipocrisia!
Gostar e se alegrar de como veio(no caso de infortunio) nem tanto.
Que hipocrisia!
Sexo depois do casamento é a coisa mais estúpida e mequetrefe que a religião já inventou.
Além de ser muito chato!
Postar um comentário