por Eric Albert para Le Monde
Surpresa na Igreja da Inglaterra. Depois de 12 anos de procedimentos, de votações intermináveis, de discussões ferozes, o Sínodo rejeitou ontem (20), a possibilidade de nomear bispas mulheres. A decisão provocou uma grande surpresa e consternação entre os próprios anglicanos. Após o resultado, obtido com apenas seis votos de diferença, grupos de mulheres desoladas e com lágrimas nos olhos se consolavam no anfiteatro da Church House, em Londres, onde se realizou a votação.
A decisão final surpreendeu porque a grande maioria da Igreja da Inglaterra é favorável a essa medida. Votaram a favor quase três quartos dos membros do Sínodo. Mas as regras muito democráticas dessa Igreja exigiam uma maioria de dois terços em três Câmaras: a dos bispos, a do clero e a dos leigos. As duas primeiras se pronunciaram amplamente a favor da medida. Mas a terceira não, em que foram contados 132 votos a favor e 74 contra. Uma mudança de seis votos ou uma abstenção de nove contrários teria permitido que a medida fosse aprovada.
"Estou decepcionado", admitia logo após a votação Rowan Williams (foto), arcebispo de Canterbury, chefe da Igreja, que tenta há uma década encontrar um compromisso entre os dois lados. "É uma decisão que será difícil que o restante da sociedade compreenda. É uma péssima notícia para a Igreja da Inglaterra", acrescentou Stephen Cottrell, bispo de Chelmsford.
A rejeição é ainda mais surpreendente porque as mulheres podem se tornar sacerdotisas desde 1992. À época, a decisão havia provocado fortes tensões, e muitos anglicanos haviam realizado a secessão, unindo-se à Igreja Católica. Hoje, as mulheres representam quase metade das novas ordenações. Permitir que elas se tornassem bispas parecia lógico. Parecia até inevitável, dado que 42 das 44 dioceses haviam votado a favor da medida.
Quase a metade das "províncias" anglicanas do mundo (a Igreja da Inglaterra representa apenas duas) já aceitam o princípio das bispos mulheres. Por uma coincidência de calendário, a África do Sul escolheu no dia 20 de novembro a sua primeira bispa mulher, que assumiu na Suazilândia. "Talvez seja a hora de que a Inglaterra tenha aulas com a mama África", dizia um membro do Sínodo, antes do resultado da votação.
Quem se opôs a essa mudança, por razões teológicas diversas, foram duas correntes: os anglocatólicos, ou seja, o ramo tradicionalista, e os evangélicos anglicanos. Mas o resto da Inglaterra há muito tempo não tenta mais convencê-los. O objetivo das discussões é apenas o de encontrar para eles um espaço à parte, respeitando as suas crenças.
Por exemplo, foi introduzida uma disposição que prevê que uma bispa mulher possa delegar os seus poderes a um homem nas paróquias tradicionalistas. Intermináveis debates nasceram a propósito dos detalhes concretos dessa disposição. Na verdade, os contrários a julgavam vaga demais e temiam se tornar anglicanos de "segunda classe".
A votação da terça-feira pôs fim a esse conflito, mas Stephen Cottrell, bispo de Chelmsford, advertiu: "A questão das bispas mulheres certamente será reproposta em alguns anos".
Com tradução de Moisés Sbardelotto.
Mulher é inferior em todas as religiões, diz feminista egípcia
março de 2011
Novo líder da Igreja Anglicana foi executivo da indústria de petróleo
novembro de 2012
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Rowan Williams, líder da Igreja, disse ter ficado decepcionado |
A decisão final surpreendeu porque a grande maioria da Igreja da Inglaterra é favorável a essa medida. Votaram a favor quase três quartos dos membros do Sínodo. Mas as regras muito democráticas dessa Igreja exigiam uma maioria de dois terços em três Câmaras: a dos bispos, a do clero e a dos leigos. As duas primeiras se pronunciaram amplamente a favor da medida. Mas a terceira não, em que foram contados 132 votos a favor e 74 contra. Uma mudança de seis votos ou uma abstenção de nove contrários teria permitido que a medida fosse aprovada.
"Estou decepcionado", admitia logo após a votação Rowan Williams (foto), arcebispo de Canterbury, chefe da Igreja, que tenta há uma década encontrar um compromisso entre os dois lados. "É uma decisão que será difícil que o restante da sociedade compreenda. É uma péssima notícia para a Igreja da Inglaterra", acrescentou Stephen Cottrell, bispo de Chelmsford.
A rejeição é ainda mais surpreendente porque as mulheres podem se tornar sacerdotisas desde 1992. À época, a decisão havia provocado fortes tensões, e muitos anglicanos haviam realizado a secessão, unindo-se à Igreja Católica. Hoje, as mulheres representam quase metade das novas ordenações. Permitir que elas se tornassem bispas parecia lógico. Parecia até inevitável, dado que 42 das 44 dioceses haviam votado a favor da medida.
Quase a metade das "províncias" anglicanas do mundo (a Igreja da Inglaterra representa apenas duas) já aceitam o princípio das bispos mulheres. Por uma coincidência de calendário, a África do Sul escolheu no dia 20 de novembro a sua primeira bispa mulher, que assumiu na Suazilândia. "Talvez seja a hora de que a Inglaterra tenha aulas com a mama África", dizia um membro do Sínodo, antes do resultado da votação.
Quem se opôs a essa mudança, por razões teológicas diversas, foram duas correntes: os anglocatólicos, ou seja, o ramo tradicionalista, e os evangélicos anglicanos. Mas o resto da Inglaterra há muito tempo não tenta mais convencê-los. O objetivo das discussões é apenas o de encontrar para eles um espaço à parte, respeitando as suas crenças.
Por exemplo, foi introduzida uma disposição que prevê que uma bispa mulher possa delegar os seus poderes a um homem nas paróquias tradicionalistas. Intermináveis debates nasceram a propósito dos detalhes concretos dessa disposição. Na verdade, os contrários a julgavam vaga demais e temiam se tornar anglicanos de "segunda classe".
A votação da terça-feira pôs fim a esse conflito, mas Stephen Cottrell, bispo de Chelmsford, advertiu: "A questão das bispas mulheres certamente será reproposta em alguns anos".
Com tradução de Moisés Sbardelotto.
Mulher é inferior em todas as religiões, diz feminista egípcia
março de 2011
Novo líder da Igreja Anglicana foi executivo da indústria de petróleo
novembro de 2012
Comentários
A bíblia não dá espaço para as mulheres serem independentes e tentar mudar isso é tarefa de um prestidigitador teológico.
Vale a pena fazer uma breve analise do conteúdo da bíblia para entender melhor o problema
A carta de 1Timoteo 3:1 em diante, mostra alguns requisitos para ser Bispo e eles são claramente dirigidos apenas para homens em harmonia com o resto da linha bíblica.
"Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
Não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia
(Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?"
Na continuação falando de diáconos diz o seguinte:
"Da mesma sorte as esposas sejam honestas, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.
Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas."
1 Timóteo 3:11-12
Também Tito 1:6-7 diz:
"Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.
Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância"
Está bem claro que a hipótese de mulheres na liderança da igreja nem de longe eram cogitadas. Fala-se apenas em maridos que deveriam ser exemplares inclusive no controle da esposa.
Não se fala da esposa para o cargo de Bispo até porque existe uma hierarquia bíblica:
"Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo."
1 Coríntios 11:3
A mulher não é cabeça de ninguém e continuando esse raciocínio primitivo a carta os Corintios explica que é por isso que a mulher tem de cobrir a cabeça:
"O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.
Porque o homem não provém da mulher, mas a mulher do homem.
Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do homem."
1 Coríntios 11:7-9
Cobrir a cabeça é um sinal de sujeição, de inferioridade na pratica.
Portanto de forma mais clara ainda 1 Timóteo 2:11-14 ordena:
"A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição.
Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio.
Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão."
1 Timóteo 2:11-14
A desculpa está lá em Eva, ou seja desde o começo da bíblia.
Cristãos liberais em conflito com o mundo civilizado vivem tendo de selecionar o que aceitam da bíblia e de procurar desculpas para amenizar textos como os citados acima. De fato é muito mais fácil jogar fora este conjunto de livros sagrados do que tentar harmonizar seu entendimento com os direitos das mulheres.
a crença religiosa frita a cabeça das pessoas.
_O mundo é das mulheres; elas são muito mais fortes do que os homens;tem muito mais iniciativa, além de serem muito mais inteligentes e capazes; estão sempre atentas e não medem esforços para conseguirem o que querem; não dão desculpas esfarrapadas(como a maioria dos homens, faz); "metem a cara"; são guerreiras(em sua maioria)!
Mas mesmo assim não concordo com esse absurdo, mesmo tendo de ler baboseiras como as de cima. Fico feliz de conhecer muitas mulheres inteligentes e coerentes com sua convicções. As inteligentes buscam igualdades e não a superioridade que é tão imbecil como o machismo.
Ruggero
tem muito mais iniciativa,COMEU A MAÇA PRIMEIRO QUE O HOMEN VAI VER É ISSO.
além de serem muito mais inteligentes e capazes; estão sempre atentas e não medem esforços para conseguirem o que querem;QUANTO É A HORA 30 REAIS ?
não dão desculpas esfarrapadas(como a maioria dos homens, faz); "metem a cara"; são guerreiras(em sua maioria)!SHENA É GUERREIRA
É questão de tempo, é como uma seita outra qualquer, como as dos evangélicos, depende do proprietario ou do dirigente atual e sua concepções pessoais; o relativismo anda a todo vapor em qualquer delas sem exceção e as mudanças são às vezes radicais em forma de doutrinarem a si e a os outros.
As coisas de homens são assim mesmo: instaveis, como eles mesmos.
Aguardem; brevemente poderá surgir alguém que pense diferente na direção e teremos as bispas ao lado dos bispos
Quem sabem seriam os atuais uns machistas, né?
Não perderão por esperar!
- Pai, por que é que Jesus, quando ressuscitou, apareceu primeiro para as mulheres e não para os homens?
- Sei não, meu filho! Vai ver que é porque ele queria que a notícia se espalhasse mais depressa!
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