Oliver Sacks disse estar grato com a relação sexual que teve com o mundo |
O ateu Oliver Sacks (foto) é mais um que desmente esse mito. Com câncer, o neurocientista e escritor inglês de 81 anos está morrendo. A doença começou em um de seus olhos e, nove anos depois, se espalhou por outros órgãos, incluindo o seu fígado.
No The New York Times ele escreveu uma despedida admitindo estar com medo da morte, mas, acrescentou, o seu sentimento predominante é o de gratidão. Disse que ama e tem sido amado pelas pessoas, o que lhe dá prazer. “Eu tive uma relação sexual com o mundo”, escreveu, referindo à interação entre escritor e leitores.
Entre outros livros, Sacks escreveu “Tempo de despertar” e “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”.
Ele afirmou que o fato de ter apenas alguns meses de vida não significa que tenha decidido ficar em um leito à espera do fim. “Pelo contrário, eu me sinto intensamente vivo, e quero e espero continuar a aprofundar minhas amizades, para dizer àqueles que amo, para escrever mais, para viajar, e, se tiver força, alcançar novos níveis de compreensão.
Antes de perder um olho para o câncer, Sacks deu uma entrevista dizendo que é um judeu ateu, mas não um militante do ateísmo porque não tem o tipo de argumentação de Richard Dawkins, Daniel Dennett e Sam Harris — autores de cujos livros ele gosta muito.
Falou que cresceu em um mundo darwiniano e que, quando se mudou para os Estados Unidos, ficou assustado quando descobriu que no país há milhões de pessoas que não acreditam na teoria da evolução.
O seu susto se transformou em preocupação quando percebeu que o fanatismo religioso está se expandindo em várias regiões, contrariando a sua expectativa de que o mundo se tornaria cada vez mais secular.
Disse que estava preocupado principalmente com a influência da crença na política educacional dos Estados Unidos.
“Parece-me monstruoso que o criacionismo, ou o chamado design inteligente, seja ensinado tanto quando a teoria da evolução. Isso é quase uma forma de loucura.”
Nota: Sacks morreu no dia 30 de agosto de 2015 em Nova Iorque.
Com informação do NYT e outras fontes e foto de divulgação.
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