Roberto Oliveira disse que cometeu um erro, não no conteúdo, mas na forma |
Em resposta a uma carta aberta do padre Massimo Lombardi, reitor da catedral Nossa Senhora de Nazaré, de Rio Branco, Oliveira afirmou que há “pessoas que tiram fotos com suas Bíblias com tom ameaçador e me as enviam por redes sociais com ofensas, ou que proferem palavras de ódio contra a mim”.
Na noite de 30 de abril, durante um sarau promovido por ateus no campus da Ufac, em Rio Branco, o estudante queimou a Bíblia como performance da banda Violação Anal, da qual é vocalista, em protesto aos males causados pelo cristianismo ao longo da história. Alguém gravou um vídeo e o postou no Youtube (ver abaixo).
Na carta aberta, o padre escreveu que respeita os ateus porque são “garimpeiros da verdade, caçadores de autenticidade e defensores da tolerância”, mas mesmo assim Oliveira, por ser um universitário, cometeu um "ato imperdoável".
Na resposta ao padre Lombardi, o estudante admitiu ter cometido um equívoco porque a imprensa sensacionalista do Acre “configurou” seu ato como desrespeito para com os cristãos.
“Compreendo que errei. Não no conteúdo de minha crítica, mas na forma”, disse. “Neste ponto, concordo plenamente com o senhor [padre], precisamos buscar outros meios de combate ao fundamentalismo, com diálogo e o respeito mútuo”.
Oliveira disse estar preparado para arcar com as consequências por ter ferido o princípio constitucional de liberdade de crença. Ele estava se referindo ao inquérito que o Ministério Público do Estado do Acre instaurou para apurar se a performance foi uma ofensa aos cristãos.
Oliveira disse estar preparado para arcar com as consequências por ter ferido o princípio constitucional de liberdade de crença. Ele estava se referindo ao inquérito que o Ministério Público do Estado do Acre instaurou para apurar se a performance foi uma ofensa aos cristãos.
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Mas ainda assim o estudante não esperava que, “em pleno século 21”, pudesse ser alvo de uma inquisição. “[Isso] me deixa assustado e me faz pensar que meu ato não foi vazio de razão.”
No Facebook, ele já tinha se defendido da ofensa de um cristão: “Queimei um pedaço de papel, não queimei a sua religião, não matei seu Deus. Não apaguei a sua fé. Um 'ato simbólico' foi transmutado em condenação... Não fui eu que veiculei minha imagem na mídia. Não fiz isso frente às câmeras...”
'É a Bíblia do jovem que estava
tentando me evangelizar'
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Queima de Bíblia por estudante é ato ‘imperdoável’, afirma padre