por José Eustáquio Diniz Alves
Reportagem da revista SCIAM mostra que túmulos em ruínas, com rachaduras permitem infiltração em especial das águas de chuva, problemas provocados pela compactação do solo por raízes de árvores de maior porte, além de negligência de proprietários de jazigos em cemitérios também favorecem de maneira específica a contaminação do lençol freático com impactos ambientais capazes de afetar a saúde pública. O necrochorume, produzido no processo de decomposição orgânica é liberado de forma constante por cadáveres em decomposição e apresenta um grau variado de patogenicidade.
Para a sociedade sobreviver no terceiro milênio, de maneira biocêntrica, vai precisar alterar este ambiente fúnebre e ecologicamente incorreto. Assim como a humanidade superou a idade das cavernas, vai precisar superar a época dos caixões e das impactantes “cidades dos mortos”. Felizmente, já há uma opção mais ambientalmente responsável e que pode dar continuidade ao “ciclo da vida” na Terra.
A ideia inovadora está na proposta de Capsula Mundi, projetada pelos designers italianos Anna Citelli e Raoul Bretzel. Eles desenharam uma cápsula orgânica e biodegradável capaz de transformar os restos mortais em nutrientes para uma árvore. Sem utilizar madeira ou cimento, o corpo é colocado numa cápsula e enterrado. Depois, uma árvore ou semente é plantada acima da urna biodegradável para aproveitar a matéria orgânica gerada pela decomposição do organismo.
O tipo de árvore pode ser escolhido pela pessoa ainda em vida. A comunidade, os familiares ou amigos podem assumir a responsabilidade de cuidar da planta depois da partida da pessoa.
Segundo os criadores, a ideia é transformar os atuais cemitérios – lugares bastante tristes e pouco frequentados – em florestas que podem captar o carbono e reverter a Pegada Ecológica que a pessoa deixou em vida. As árvores são uma forma de recuperação ecológica e uma maneira de manter a memória dos indivíduos que passaram para uma outra existência. Uma memória viva, segundo Anna Citelli e Raoul Bretzel.
A Capsula Mundi já é uma alternativa de enterro sustentável para os cidadãos. Mas seria uma grande alternativa ecológica para o mundo se fosse adotada nestes tempos de crise ambiental. Segundo a Divisão de População da ONU, morrem anualmente cerca de 60 milhões de pessoas no mundo. Entre 2095 e 2100 devem morrer cerca de 120 milhões de pessoas por ano. No século XXI são estimados 8,8 bilhões de mortes humanas no Planeta.
Augusto Comte dizia “Os mortos governam os vivos”. Agora podem comandar de uma maneira ecológica. Seria como ressuscitar em uma árvore que desse flores e frutos e gerasse sementes para outras árvores, com a transmigração do espírito ecológico e da herança biológica. E cada cemitério seria uma floresta.
A Terra seria um lugar muito melhor para se viver se, ao invés de demandar recursos da natureza para os funerais ao estilo da “cidade dos mortos”, todos adotassem um enterro sustentável, utilizando a Capsula Mundi. Cada pessoa morta poderia virar uma planta e fazer parte de uma imensa floresta de bilhões de árvores que poderiam, além de abrigar a biodiversidade e recuperar as nascentes e veios d’água, retirar gás carbônico da atmosfera e lançar oxigênio no ar. Sem dúvida, nesta nova perspectiva, o mundo poderia reduzir o aquecimento global, sendo, ao mesmo tempo, mais verde, menos funesto e mais vivo.
Reportagem da revista SCIAM mostra que túmulos em ruínas, com rachaduras permitem infiltração em especial das águas de chuva, problemas provocados pela compactação do solo por raízes de árvores de maior porte, além de negligência de proprietários de jazigos em cemitérios também favorecem de maneira específica a contaminação do lençol freático com impactos ambientais capazes de afetar a saúde pública. O necrochorume, produzido no processo de decomposição orgânica é liberado de forma constante por cadáveres em decomposição e apresenta um grau variado de patogenicidade.
Colocado em cápsula, cadáver vira nutriente de árvore |
A ideia inovadora está na proposta de Capsula Mundi, projetada pelos designers italianos Anna Citelli e Raoul Bretzel. Eles desenharam uma cápsula orgânica e biodegradável capaz de transformar os restos mortais em nutrientes para uma árvore. Sem utilizar madeira ou cimento, o corpo é colocado numa cápsula e enterrado. Depois, uma árvore ou semente é plantada acima da urna biodegradável para aproveitar a matéria orgânica gerada pela decomposição do organismo.
O tipo de árvore pode ser escolhido pela pessoa ainda em vida. A comunidade, os familiares ou amigos podem assumir a responsabilidade de cuidar da planta depois da partida da pessoa.
Segundo os criadores, a ideia é transformar os atuais cemitérios – lugares bastante tristes e pouco frequentados – em florestas que podem captar o carbono e reverter a Pegada Ecológica que a pessoa deixou em vida. As árvores são uma forma de recuperação ecológica e uma maneira de manter a memória dos indivíduos que passaram para uma outra existência. Uma memória viva, segundo Anna Citelli e Raoul Bretzel.
A Capsula Mundi já é uma alternativa de enterro sustentável para os cidadãos. Mas seria uma grande alternativa ecológica para o mundo se fosse adotada nestes tempos de crise ambiental. Segundo a Divisão de População da ONU, morrem anualmente cerca de 60 milhões de pessoas no mundo. Entre 2095 e 2100 devem morrer cerca de 120 milhões de pessoas por ano. No século XXI são estimados 8,8 bilhões de mortes humanas no Planeta.
Augusto Comte dizia “Os mortos governam os vivos”. Agora podem comandar de uma maneira ecológica. Seria como ressuscitar em uma árvore que desse flores e frutos e gerasse sementes para outras árvores, com a transmigração do espírito ecológico e da herança biológica. E cada cemitério seria uma floresta.
A Terra seria um lugar muito melhor para se viver se, ao invés de demandar recursos da natureza para os funerais ao estilo da “cidade dos mortos”, todos adotassem um enterro sustentável, utilizando a Capsula Mundi. Cada pessoa morta poderia virar uma planta e fazer parte de uma imensa floresta de bilhões de árvores que poderiam, além de abrigar a biodiversidade e recuperar as nascentes e veios d’água, retirar gás carbônico da atmosfera e lançar oxigênio no ar. Sem dúvida, nesta nova perspectiva, o mundo poderia reduzir o aquecimento global, sendo, ao mesmo tempo, mais verde, menos funesto e mais vivo.
O autor do texto é professor de População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciência Estatísticas. A íntegra do seu artigo foi publicada no portal Eco Debate.
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