Veja relata o dia-a-dia da 'bispa' e do 'apóstolo' da Renascer na cadeia de Miami

Veja desta semana conta como tem sido o dia-a-dia da “bispa” Sônia (foto) e do seu marido, o “apóstolo” Estevam Hernandes, da Igreja Renascer, na Federal Detention Center, prisão de Miami. Os dois foram presos na terça quando, de São Paulo, desembarcaram em Miami com quantia em dólares (US$ 56 mil) bem acima do permitido pelas leis americanas.

Os policiais acharam cédulas escondidas na bagagem do casal –em porta-CDs, roupas e dentro de uma Bíblia. Por esse delito, eles pagaram fiança de US$ 100 mil cada um, mas ainda assim foram presos porque mentiram ao dizer que só tinham a quantia de dólares permitida (US$ 10 mil cada um).

A “bispa” e o “apóstolo” estão em selas separadas. Na da Sônia, além de um beliche para duas pessoas, há uma privada. Sônia tem de tomar banho em chuveiro coletivo da ala feminina da detenção. O “rango” não é dos piores: cereais, mingau, café e suco pela manhã e, no almoço e jantar, uma carne acompanhada de vegetais com frutas de sobremesa. À noite, há também sopa. Uma parcela da população brasileira não tem refeições tão boas e balanceadas como essas.

No Brasil, o casal é investigado pelo Ministério Público de São Paulo desde 2002 por lavagem de dinheiro, entre outros delitos. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do MP, aguarda a extradição do casal para mantê-lo preso no Brasil. Por enquanto talvez os donos da Renascer devessem ficar por lá mesmo, porque, no Brasil, eles dariam um jeito de se safarem da cadeia, como aqui ocorre com freqüência com afortunados.

Hoje, a Folha informa que, a pedido do Gaeco, Sônia e Estevam foram incluídos na relação conhecida por “difusão vermelha” da Interpol. É nessa relação que está o nome do terrorista Osama Bin Laden, entre outros bandidos procurados pela polícia internacional.

Há suspeitas de que outras igrejas neopentecostais tenham negócios ilícitos, incluindo a do "bispo" de Emir Macedo, a Universal, que tem representantes e simpatizantes no Congresso e no governo, entre os quais o vice-presidente da República, José Alencar. Mas não há informação de que essas igrejas estejam sendo investigadas.

Sônia e Estevam têm R$ 19 milhões, e a igreja e fiéis, só dívidas.