
Os generais não gostaram da decisão da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça de conceder a patente de coronel ao guerrilheiro Carlos Lamarca e benefícios à família dele, pensão de R$ 12.152,61 mensais e indenização de R$ 300,00, que será divida por três pessoas.
O principal argumento dos militares é que a promoção de Lamarca é descabida, porque ele foi um desertor.
A Folha de hoje reproduz o que o general-de-exército Luiz Cesário Filho (foto), comandante militar do Leste, disse, como voz alterada, durante reunião ontem da Cúpula do Exército:
Tudo o que é falta grave que pode ser cometida esse assassino cometeu. E está sendo premiado aí! É lamentável, lamentável! Espero que não vá até o final esse processo. Pode dizer: os generais de Exército, os generais da ativa do Alto Comando do Exército estão indignados. Causou profunda indignação na Força.
O general fala como se não existisse a anistia. E a lei de anistia, aprovada em 1979, indulta (não sei se o termo técnico é esse) todos os crimes praticados durante os anos de chumbo, tanto do lado dos guerrilheiros como do lado dos militares, o que inclui a deserção.
Em entrevista ao Estadão de hoje, o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão Pires Júnior, diz que se justifica, sim, a promoção do Lamarca, porque ele abandonou o Exército forçado pelo golpe que os militares deram em 1964 na democracia.
E essa não é uma avaliação da Comissão, diz Pires, porque se trata de uma decisão de tribunais regionais confirmada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). “Nós simplesmente ratificamos uma decisão que a Justiça já tinha tomado.”
> Informações sobre a ditadura militar brasileira.
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