Em entrevista a Ricardo Feltrin, na Folha de hoje, o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, se vangloriou de ter ludibriado Silvio Santos na compra da TV Record.
Ele contou que nas negociações usou um “laranja”, Laprovita Vieira, até o momento da assinatura do cheque. Silvio Santos não pôde recuar porque já tinha recebido de adiantamento de US$ 7 milhões.
Edir reconheceu que Silvio Santos é “um extraordinário vendedor”, mas, como diretor de programação do SBT, “é uma lástima”.
O bispo concedeu a entrevista para falar sobre a sua biografia de 273 páginas que será lançada no dia 15. No livro, ele critica a imprensa, o papa, o jogo político e sobretudo a Rede Globo. Feltrin informa que, no livro, a Globo ou o fundador da emissora, Roberto Marinho, são citados 50 vezes. O SBT apenas duas vezes.
Edir Macedo mostrou, mais uma vez, que até hoje não se conforma com a cobertura que os telejornais da Globo deram à prisão dele em maio de 1992 sob a acusação de charlatanismo e curandeirismo.
Ele também não esquece a minissérie Decadência que a emissora levou ao ar em 95. O protagonista do roteiro escrito por Dias Gomes era um pastor evangélico desonesto.
Nestes anos todos, desde 1992, Edir Macedo tem evitado imprensa e os grandes eventos ao ar livre da Igreja Universal. Esse comportamento está mudando. Além de lançar sua biografia, recentemente participou no Rio de uma mega “sessão de descarrego”, que atraiu cerca de 650 mil pessoas, e ao final do mês passado lançou a Record News --foi a primeira vez em que se apresentou como empresário, não como bispo. Ele deverá falar de novo à imprensa quando começar a pipocar as repercussões do conteúdo de seu livro.
Dono de uma igreja com milhares de templos no Brasil e em 172 países e de uma emissora de R$ 5 bilhões que está desbancando o SBT da vice-liderança de audiência, o Edir Macedo que está saindo das sombras parece decidido a se assumir com figura pública, polêmica, rancorosa e poderosa -- cada vez mais.
> O que já saiu neste blog sobre Edir Macedo.
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