
O presidente deposto João Goulart (foto) foi assassinado por envenenamento a pedido da ditadura militar brasileira. A informação é de Mario Neira Barreiro, ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio. Ele está preso desde 2003 em uma penitenciária em Charqueadas, Rio Grande do Sul, por assalto a carro forte.
Disse ele à Folha de hoje:
"[Goulart] foi morto como resultado de uma troca proposital de medicamentos. Ele tomava Isordil, Adelfan e Nifodin, que eram para o coração. Havia um médico-legista que se chamava Carlos Milles. Ele era médico e capitão do serviço secreto. O primeiro ingrediente químico veio da CIA e foi testado com cachorros e doentes terminais. O doutor deu os remédios e eles morreram. Ele desidratava os compostos, tinha cloreto de potássio. Não posso dizer a fórmula química, porque não sei. Ele colocava dentro de um comprimido."
Barreiro contou que foi um dos agentes que vigiaram o presidente brasileiro quando ele morou no Uruguai por ter sido deposto pelo golpe dos militares em março de 1964.
Goulart (ou Jango, como era popularmente conhecido) morreu no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina. Oficialmente, a causa da morte foi ataque cardíaco.
Barreiro diz que o assassinato foi decidido pelo presidente do Brasil de então, Ernesto Geisel. E que foi o delegado Sérgio Paranhos Fleury (já morto) que passou a ordem a militares uruguaios, durante reunião no Uruguai. A operação, segundo ele, foi financiada pela CIA.
O presidente Lula, com o temor de que haja uma reação dos militares, Lula faz corpo mole desde o seu primeiro mandato para liberar os documentos da época da ditadura.
Pois bem. A informação de Barreiro tem de ser apurada pelo governo brasileiro. Tem de ser confirmada ou não.
Os brasileiros afinal têm o direito de saber das verdades do passado do país, ainda que alguns dos vilões desse período estejam bem vivo.
> Reportagem da Folha.
> Neiva Moreira: Jango estava na lista do Candor. (Terra Magazine)
> Informações sobre a ditadura militar brasileira.
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