A saída de Marina Silva (foto) do Ministério do Meio Ambiente até que demorou. Fazia tempo que ela e o presidente Lula não se entendiam. Em sua carta de demissão, Marina diz não haver “sustentação política” para continuar no governo. E não havia mesmo. Aliás, desde a segunda metade do primeiro mandato de Lula.
O presidente ficou irritado – “furioso”, dizem seus assessores -- com fato de a notícia da saída de Marina ter sido divulgada na internet antes dele ter lido a carta de demissão.
Ultimamente, Marina vinha fazendo duras críticas ao biocombustível, um programa com o qual Lula está encantado e dele tem feito muita propaganda, inclusive no exterior.
Ainda que pressionada e desprestigiada, Marina se mantinha no ministério como quem ocupa um espaço, de modo a mantê-lo longe dos setores descomprometidos com o meio ambiente, como o do agrobusiness (plantadores de soja etc.).
Mas Marina achou que foi desaforo demais de Lula entregar o Plano Amazônia Sustentável (PAS) a Mangabeira Unger, ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos. “Foi um tapa na cara da ministra”, conforme disse Frank Guggenheim, diretor do Greenpeace.
Marina tem sido uma ardorosa defensora da Amazônia e vinha sendo dura como os desmatadores da região. Unger não terá o mesmo empenho: trata-se de um oportunista, um professor aposentado que tem grandes ambições na política.
A demissão de Marina ao menos tem uma vantagem: com a sua volta ao Senado (ela foi eleita em 1994 pelo Estado do Acre), o interino Sibá Machado perde o assento, cuja atuação era medíocre.
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