Pesquisa revela que a esmagadoria maioria (72%) dos comerciais de alimentos veículados na tv refere-se aos produtos não saudáveis.
Ao longo de um ano, pesquisadores do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ficaram diante da tv 4.108 horas e assistiram a 128.525 comerciais. Foram selecionados dois canais da tv aberto e dois a cabo.
O site do Ministério da Saúde, de foram tiradas essas informações, não revela que emissoras foram, mas é evidente que uma dela foi a Globo, a líder de audiência.
Eles constataram o seguinte: os fast-foods detêm 18% dos comerciais de alimentos, seguidos pelas guloseimas e sorvetes (17%), refrigerantes e sucos artificiais (14%), salgadinhos de pacote (13%) e biscoitos doces e bolos (10%).
São considerados alimentos não-saudáveis os que têm alto teor de gorduras, sal e açúcar. Alimentos que dão origem à obesidade e a doenças.
Os pesquisadores também avaliaram 18.689 peças publicitárias de revistas. A propaganda de alimentos não-saudáveis é veiculada com mais freqüência em revistas para as crianças, adolescentes e mulheres.
Ana Beatriz, do Ministério da Saúde, afirma que o público infantil, além de ser o mais vulnerável, é o mais visado, porque “define hoje a compra da família e é o consumidor do futuro”.
É por isso que boa parte desses comerciais vai ao ar no período das 14h30min às 18h30min, horário que as crianças vêem muita tv.
O Ministério de Saúde tem plano de conter a publicidade de guloseimas, mas o lobby dos anunciantes e das agências de publicidade é poderoso, possui grande influência dentro do governo e entre os parlamentares, além de contar com a conivência da mídia, cuja receita vem da publicidade.
Um exemplo disso tem sido a forte reação às propostas do governo de limitar na tv o horário dos comerciais de bebidas alcoólicas. Deputados subiram à tribuna para dizer que a medida desempregará muitos trabalhadores que dependem das indústrias de bebidas, que cairá a arrecadação de impostos etc.
Além disso, entidades que representam as agências e anunciantes tiverem a cara-de-pau de veicular em horário nobre na tv um patético protesto de que, ao restringir o horário para a veiculação de comerciais de bebida, o governo estará ferindo – veja só – a liberdade de expressão.
> Sobre alimentos não saudáveis. > Campanhas publicitárias polêmicas.
ATUALIZAÇÃO em 2/7/2008 - O Ministério da Saúde vai realizar consultas públicas para decidir sobre a restrição de comerciais de alimentos com quantidades elevadas de açúcar, gordura saturadas e trans e sódio. O ministro José Gomes Temporão tomou essa decisão ao saber do resultado da pesquisa que constatou o predomínio da propaganda de alimentos não-saudávies na televisão. A idéia de Temporão reforçar a prevenção a doenças como hipertensão, diabetes e distúrvios coronarianos. Tais doenças consomem 60% dos recursos do SUS (Sistema Única de Saúde).
Comentários
bye suckers
por que minha feira das ciências é sobre isso
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