
A empregada doméstica Vanice Maria Novaes foi condenada a sete anos e 11 dias por ter sido co-autora dos crimes.
As prisões serão em regime fechado.
O marido de Sílvia, Marco Antônio, acusado de omissão, de não socorrer a menina, recebeu a sentença de um ano e oito meses de detenção. Por ter bons antecedentes, a sua condenação será substituída por prestação de serviços à comunidade.
O estudante Thiago, o filho mais velho do casal, foi absolvido por falta de provas.
Fui um vizinho de Sílvia que, anonimamente, denunciou-a à polícia, que encontrou a menina acorrentada e amorçada na área de serviço do apartamento da empresária (foto acima).
Os médicos que examinaram a menina ficaram impressionados com o que constaram: lesões e quatro cicatrizes na língua provocada por um alicate, marcas de ferro quente na área dos glúteos e na região lombar, onze pequenas perfurações no couro cabeludo feitas com o salto de sapato alto da empresária, ferimento na mucosa do nariz em decorrência da introdução da ponta de uma tesoura, sinais de marteladas nas solas dos pés e necrose embaixo das unhas por causa de dedos prensados em porta.
Por dois anos, a menina ficou submetida aos maus-tratos, que se intensificaram nos últimos meses.
Lucélia contou ao juiz José Carlos Duarte, da 7ª Vara Criminal de Goiânia, que com freqüência era obrigada pela empresária a ingerir urina e excremento de cachorro. A empregada Vanice lhe passava pimenta na boca.
Quando foi interrogada pelo juiz, Sílvia disse que estava “educando” a menina.
O advogado da empresária e o da empregada doméstica tentaram obter do juiz autorização para submetê-las a exame de sanidade mental, na tentativa de evitar a condenação.
Caso fosse verificado algum distúrbio mental, as acusadas ficariam “inimputáveis”, ou seja, não poderiam ser responsáveis pelos seus próprios atos. Mas o juiz Duarte não concedeu a autorização.
Joana D’Arc da Silva, mãe biológica da menina, será julgada em data ainda não marcada. Ela é acusada de ter “vendido” Lucélia à empresária Sílvia.
Lucélia se encontra sob a tutela do Ministério Público, em moradia provisória. O seu pai não tem condições financeiras de assumi-la.
O MPT (Ministério Público do Trabalho) encaminhou à Justiça pedido de duas indenizações a Lucélia cuja soma pode ultrapassar a R$ 2 milhões.
Em uma entrevista autorizada pela Justiça que ela deu recentemente a jornalistas, Lucélia disse que agora é feliz.
> Menina era obrigada a limpar a sacada de apartamento com a língua.
abril de 2008
> Caso da menina torturada pela empresária de Goiânia.
Comentários
Muitos, por isso a adoção cada dia fica mais burocrática.
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