O Estatuto do Idoso não é respeitado sequer pelos asilos ou, como é eufemisticamente chamado, “casas de repouso”.
Na verdade, na maioria dos casos, não chegam a ser “casas”, mas depósitos de pessoas cuja única “atividade” é esperar a morte.
O descaso é de todo mundo, não só dessas instituições, mas também por parte dos parentes dos idosos e das autoridades. O problema não é novo, mas tem se agravado na proporção que aumenta a população de idosos.
Pelo levantamento do IBGE, cerca de 10% da população (17 milhões de pessoas) tem mais de 60 anos. Mas o governo não sabe quantos idosos estão internados nos asilos. Nem tem uma estimativa.
Do ponto de vista as autoridades, essas pessoas não existem, já morreram, apesar da existência do Estatuto do Idoso, que garante um mínimo de dignidade aos velhos – mas só no papel.
Entre setembro e outubro de 2007, o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) visitaram 24 asilos (particulares, filantrópicos e mantidos pelo poder público) de 11 estados e do Distrito Federal. O relatório dessas visitas é desolador, ainda que haja exceções.
Constatou-se que os asilos raramente são inspecionados por órgãos sanitários. As instalações são precárias. Cheiram mau. Não são suficientemente ventiladas e a iluminação é deficiente. Há falta de funcionários e de atividades.
No relatório, não há nenhum registro de violência física a idosos, mas ela existe, conforme de vez em quando aparece no noticiário.
Funcionários de um dos asilos disseram orgulhosos que, ali, há respeito pela integridade físicas dos internados, como se isso fosse um fato extraordinário, e não o que se espera que seja a normalidade.
Mas um idoso deu uma informação que talvez explique a inexistência ali da brutalidade física: “Quando alguém grita, fica alterado, eles dão um remédio e colocam para dormir”.
É uma população que exige cuidados especiais, de médicos e de funcionários especializados, o que quase sempre não há. Uma parte significativa dos idosos sofre de Mal de Alzheimer, hipertensão, problemas cardíacos e dispnéia. Também é grande o número de idosos acometidos por esquizofrenia, transtorno bipolar, demência e depressão.
Por causa da queda de natalidade e do fato de as pessoas estarem vivendo mais, a população brasileira está envelhecendo mais rápido do que se previa. Em 2025, os idosos serão 32 milhões.
As autoridades e as pessoas em geral que hoje relegam os idosos amanhã serão relegados, se os asilos, conforme ressalta o relatório, continuarem a ser apenas “um lugar para esperar a morte, onde o tempo não flui, arrasta-se”.
> Íntegra do Relatório de Inspeção a Instituições de Longa Permanência de Idosos. (em pdf)
> Informações sobre o mal de Alzheimer. > Vida de idoso.
Na verdade, na maioria dos casos, não chegam a ser “casas”, mas depósitos de pessoas cuja única “atividade” é esperar a morte.
O descaso é de todo mundo, não só dessas instituições, mas também por parte dos parentes dos idosos e das autoridades. O problema não é novo, mas tem se agravado na proporção que aumenta a população de idosos.
Pelo levantamento do IBGE, cerca de 10% da população (17 milhões de pessoas) tem mais de 60 anos. Mas o governo não sabe quantos idosos estão internados nos asilos. Nem tem uma estimativa.
Do ponto de vista as autoridades, essas pessoas não existem, já morreram, apesar da existência do Estatuto do Idoso, que garante um mínimo de dignidade aos velhos – mas só no papel.
Entre setembro e outubro de 2007, o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) visitaram 24 asilos (particulares, filantrópicos e mantidos pelo poder público) de 11 estados e do Distrito Federal. O relatório dessas visitas é desolador, ainda que haja exceções.
Constatou-se que os asilos raramente são inspecionados por órgãos sanitários. As instalações são precárias. Cheiram mau. Não são suficientemente ventiladas e a iluminação é deficiente. Há falta de funcionários e de atividades.
No relatório, não há nenhum registro de violência física a idosos, mas ela existe, conforme de vez em quando aparece no noticiário.
Funcionários de um dos asilos disseram orgulhosos que, ali, há respeito pela integridade físicas dos internados, como se isso fosse um fato extraordinário, e não o que se espera que seja a normalidade.
Mas um idoso deu uma informação que talvez explique a inexistência ali da brutalidade física: “Quando alguém grita, fica alterado, eles dão um remédio e colocam para dormir”.
É uma população que exige cuidados especiais, de médicos e de funcionários especializados, o que quase sempre não há. Uma parte significativa dos idosos sofre de Mal de Alzheimer, hipertensão, problemas cardíacos e dispnéia. Também é grande o número de idosos acometidos por esquizofrenia, transtorno bipolar, demência e depressão.
Por causa da queda de natalidade e do fato de as pessoas estarem vivendo mais, a população brasileira está envelhecendo mais rápido do que se previa. Em 2025, os idosos serão 32 milhões.
As autoridades e as pessoas em geral que hoje relegam os idosos amanhã serão relegados, se os asilos, conforme ressalta o relatório, continuarem a ser apenas “um lugar para esperar a morte, onde o tempo não flui, arrasta-se”.
> Íntegra do Relatório de Inspeção a Instituições de Longa Permanência de Idosos. (em pdf)
> Informações sobre o mal de Alzheimer. > Vida de idoso.
Comentários
Abraços
Abs.
verifique a veracidade das informações e publique-se como jornalista sobre o caso
Quande se pensa na criança abandonada, esquecem que o idoso é muito mais criança, pela pureza e falta de perpectiva e esperança.
Indefesos pelas doenças , para que exista um ração para que eles possam fazer a passagem. Mas o sofrimento tão intenso, que morrem com mágoas, e dor.
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