Casa do pai esquartejador é repleta de mensagens bíblicas

“O Senhor é meu pastor e nada me faltará.” Esse salmo, entalhado em madeira, é uma das mensagens bíblicas inscritas em todos os cantos da casa do vigia João Alexandre Rodrigues e Eliane Aparecida Antunes.
Ambos confessaram que mataram e esquartejaram na sexta (5) João Vitor, 13, e Igor Giovanni, 12, filhos de Alexandre, do seu primeiro casamento.

Eles são frequentadores dos cultos da igreja evangélica Batista Água Viva, informa Isis Mastromano Correia, repórter do Diário do Grande ABC.

Eliane (foto) foi quem primeiro confessou o crime; Rodrigues, relutava. Na madrugada de ontem (quarta, 10), depois de chorar quando foi confrontado com algumas provas do crime, como chinelos manchados de sangue, ele admitiu ter matado, mas só um dos filhos, o mais novo. O outro, o João Vitor, teria sido assassinado pela madrasta por uma faca. Na versão de Eliane, foi Rodrigues o autor das duas mortes. Em primeiro depoimento à polícia, ela admitiu apenas ter ajudado na ocultação dos cadávares.

Teste com o reagente químico luminol constatou ontem à noite indício de sangue em colchão no quarto dos garotos. O tecido do colchão será submetido a exame de DNA.

A reconstituição do crime será feita amanhã, sexta (12), pela manhã, na casa 6 da rua Cândido Mota, vila Aurora, Ribeirão Pires, o endereço do casal.

Soube-se hoje que a madrasta já tinha sido punida judicialmente por maus-tratos aos garotos. Ontem, Edna Amante, a conselheira tutelar que tirou os meninos de um abrigo do Estado para mandá-los de volta para casa, contra a vontade deles, tenha dito que desconhecia atos de violência da parte do casal.

De acordo com Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana, Eliane teria dito que não temia novas sanções. “Ela dizia que pagaria cestas-básicas, como na primeira agressão, e se veria livre”, disse Alves.

> Caso dos irmãos mortos e esquartejados pelo pai e madrasta.