Pai e madrasta são acusados de esquartejar dois garotos

Custa a acredita que seja verdade, mas a madrasta confessou o crime; o pai, não.

O fato é que ambos são acusados pela polícia de, veja só, matar por asfixia, colocar fogo e esquartejar dois meninos, porque eles estariam sendo um estorno no romance do casal.

Qualquer que seja o motivo, ele sempre será injustificável para que se cometa uma crueldade. Mas este, o da morte de João Victor dos Santos, 13, e Igor Giovani, 12, é mais injustificável, se é possível fazer uma comparação desse tipo.

Essa história precisa ser mais bem apurada; e é o que a polícia está fazendo, segundo relatado do Jornal da Tarde.

A dona de casa Eliane Aparecida Antunes Rodrigues (foto), 36, e o vigia noturno João Alexandre Rodrigues (foto), 40, foram presos no sábado (6 de setembro) em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo.

Na quarta, guardas da polícia municipal abordaram os dois garotos que perambulavam na cidade com dinheiro e sem destino. Eles falaram que estavam fugindo do pai e da madrasta, para escapar de maus-tratos. Os dois foram encaminhados ao Conselho Tutelar de Ribeirão Pires, que os enviou para casa.

Na sexta à noite, um lixeiro ficou horrorizado quando recolheu em frente à casa  de Eliane e João sacos com uma perna de garoto. Imediatamente, ele foi à polícia comunicar o que encontrara.

Na delegacia de polícia, por coincidência, estava o guarda municipal que tinha abordado os garotos e ele verificou que o endereço onde foi encontrado o saco de lixo com a perna era o mesmo onde tinha deixado os garotos, a pedido do Conselho Tutelar. Na manhã seguinte, o casal foi preso.

De acordo com a polícia, pai e madrasta, depois do esquartejamento, colocaram fogo nos corpos com tíner, mas a quantidade da substância foi insuficiente para carbonizá-los.

Caso confirmado o crime do jeito que foi relatado pela polícia, pergunta-se: que pai é este? E que tipo de companheira ele arrumou para ajudá-lo na criação dos meninos? E que Conselho Tutelar é este que, embora saiba que a maioria da violência contra crianças é praticada pelos próprios pais, os mandou de volta para casa?

 

ATUALIZAÇÃO em 8/9/2008

Após ter sido ouvida pela polícia, a madrasta Eliane Aparecida foi indiciada nesta segunda pela pólica por homícidio qualificado e ocultação de cadáver.

João Alexandre, o pai, também será indiciado quando prestar depoimento à policial, o que está previsto para amanhã.

Eliane contou em detalhes como foi o crime.

Eram 15h de sexta, 5 de setembro de 2008. O pai sufocou primeiro Victor, o menino mais velho, de 13 anos, com um saco plástico, na cozinha. Depois, foi a vez de Igor Giovani, que estava no quarto. Então, no quarto, pai e madrasta colocaram fogo nos corpos e os esquartejaram. João Alexandre saiu para trabalhar e Eliane ficou encarregada de espalhar os corpos desmembrados em cinco sacos plásticos pelas ruas do bairro.

Um horror!

Até agora, a polícia localizou cinco sacos. A reconstituição do crime será na próxima semana.

A Folha de hoje informa que os garotos ficaram nove meses morando em um abrigo por causa dos maus-tratos que sofriam do pai e da madrasta.

Isabel Cardoso da Cunha Lopes Enei, a juíza que autorizou a volta dos meninos para casa, disse ao jornal que não errou aos liberar Igor e João. "Não havia indícios para prever a monstruosidade de que eles seriam vítimas", disse. "É uma monstruosidade tão grande que escapa da capacidade de previsão."

Mas fica a dúvida: não houve mesmo indícios de que os garotos voltariam a sofrer violência (mesmo que não fosse tão monstruosa) ou existiram, sim, só que não foram percebidos?

> Caso dos irmãos mortos e esquartejados pelo pai e madrasta.