Do Valor Online:
"Os jovens continuam a ser os mais afetados pela pobreza no país. A Síntese de Indicadores Sociais, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, no ano passado, 46% das crianças e adolescentes de zero a 17 anos viviam com rendimento mensal familiar per capita até meio salário mínimo. Na média brasileira, 30% dos residentes viviam com esse patamar de rendimentos.
O IBGE ressalta que, enquanto 1,7% dos brasileiros viviam com rendimento mensal familiar de até um quarto de salário mínimo, o percentual de jovens até 17 anos nesta faixa de rendimento familiar per capita era de 19,6% em 2007.
As diferenças regionais também estão presentes para os jovens. O Nordeste, região em que 51,6% da população é considerada pobre pelo IBGE, mostra resultado ainda pior para os residentes entre zero e 17 anos. Nesta faixa, a fatia de pobres é de 68,1%. Do total de jovens, 36,9% viviam no ano passado somente com até um quarto de salário mínimo de rendimento mensal familiar. Entre as crianças menores de seis anos de idade, esse percentual sobe para 39,3%.
" Os dados da PNAD 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, na qual a Síntese divulgada hoje se baseia) mostram que, quanto mais nova a criança, maior a probabilidade de estar em situação mais vulnerável, qualquer que seja a região do país " , observa o IBGE.
As regiões Sul e Sudeste são as que possuem o menor percentual de pessoas pobres, 17,8% e 18,6%, respectivamente. Conseqüentemente, a proporção de crianças pobres também é menor nessas regiões: 30% da população de zero a 17 anos no Sul e 32% no Sudeste.
O rendimento familiar tem ainda ligação direta com a educação infantil. Enquanto 94,7% das crianças das famílias com rendimentos superiores a três salários mínimos freqüentavam a escola, nas famílias com rendimento de até meio salário mínimo a taxa era de 71,4% no ano passado.
" Este fenômeno é observado em todas as regiões: quanto maior o rendimento da família, maior a chance de a criança de 4 a 6 anos de idade estar na escola, evidenciando que o rendimento da família é determinante no seu desenvolvimento " , nota o IBGE.
Um dado que salta aos olhos na pesquisa é que, entre as 24,8 milhões de crianças de 8 a 14 anos de idade que, pela faixa etária, já teriam passado pelo processo de alfabetização, foi encontrado 1,3 milhão, ou 5,4%, que não sabiam ler e escrever. Das 1,3 milhão de crianças que não sabiam ler ou escrever, 1,1 milhão estavam matriculadas na escola. A maior parte desse contingente, 745,9 mil crianças, ou 65,3%, viviam na Região Nordeste." (Rafael Rosas)
> 300 mil crianças deixam de trabalhar, mas aumenta a jornada. (setembro de 2008)
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