O bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, escreve em seu blog que não há fé sem oferta. Ou seja, não basta apenas acreditar no poder de Deus. Para que essa crença tenha validade é preciso fazer uma ‘oferta’, de preferencia material, já que o Edir fala o tempo todo em dinheiro.
Mas ‘oferta’ para quem? Para Deus, claro, mas por intermédio da… Iurd.
Transcrevo e comento o post do bispo que, como se vê, não se contenta em ter ‘apenas’ um império de empresas de comunicação – ele quer também marcar presença na blogosfera.
O texto dele está em preto, o meu, em azul.
Título do post: “Não há fé sem oferta, assim como não há oferta sem fé”
Fica entendido que, para o bispo, “oferta” é sinônimo de dízimo, de dinheiro, de grana, de bufunfa, de money. Se não for isso, ele não faz questão de explicitar.“Muitos me chamam de ladrão por causa dessa questão [oferta]. Eles confundem oferta com dinheiro e acham que Deus é quem tem que dar.”
O que Edir não diz é que ele é chamado de ladrão sobretudo porque se aproveita da população pobre e inculta para induzi-la a pagar dízimo. E é hipocrisia dizer que “eles” [seus críticos] confundem ‘oferta’ com dinheiro, porque o próprio religioso que considera as duas coisas como uma só. Na pregação do Edir, pelo menos nesta, em seu blog, não há espaço para a caridade cristã, aquela que nada pede em troca.‘Aliás, o ser humano é assim. Sempre procura uma promoção, coisas grátis, e uma maneira de não ter que pagar o preço.”
Como o “ser humano” é malvado, não é mesmo? Gosta de coisas grátis. Inclusive, alguns espertalhões adoram dinheiro de graça, ainda que sob o engodo da venda de milagres, e com isenção de impostos.“Mas por que relacionar pedidos de oração com ofertas? Se a oferta é espontânea, por que tenho de sacrificar para garantir a resposta de Deus?”
Olhaí, o tal bispo sempre mistura Deus com dinheiro. Diz que a ‘oferta’ é “espontânea”. Faz me rir. Depois que os fiéis da Universal passam por uma lavagem cerebral, eles dão o pouco dinheiro que têm com muita “espontaneidade”. E veja a que ponto o bispo chega: condiciona “a resposta de Deus” à “oferta”.“É verdade que os favores de Deus não são adquiridos com dinheiro. Mas com a fé!… Só através da fé é possível relacionar-se com Ele e adquirir Seus benefícios. É verdade também que a oferta não é dinheiro e dinheiro não é oferta. Oferta é a expressão da fé. Pense bem nisso. Leia de novo se você ainda não conseguiu entender: oferta é a expressão da fé.”
Neste trecho, o bispo procura deixar o dito pelo não-dito. É uma precaução para que possa se defender da acusação de mercantilista. Diante de uma crítica, ele poderá argumentar algo assim: “Mas você não entendeu o que escrevi?” Ele afirma que não é com dinheiro que se obtém os favores de Deus, mas “só através da fé”. Mas logo no subtítulo do post diz “Não há fé sem oferta”. Argumento que ele retoma na seqüência do seu texto.“Assim como o verdadeiro amor une as pessoas através da entrega no altar, também no mesmo altar a verdadeira fé requer oferta. Como se sabe do amor de alguém se não há dedicação, entrega e sacrifício por ele? Que tipo de amor seria esse sem o seu devido custo voluntário? Por isso, o Senhor ensina dar para então receber.”
Viram: agora ele diz que a “verdadeira fé requer oferta”. Eis uma frase que poderia consta nos boletos do dízimo da Universal. A desfaçatez do tal bispo é tanta que afirma que o Senhor só dá diante da “entrega” e do “sacrifício”, o que inclui o dízimo. Aliás, ele inventa um termo para a palavra ‘dízimo” (que não é citada no post): “custo voluntário”. O bispo entende de dinheiro, mas finge não saber que inexiste “custo voluntário’. Em contabilidade, e é disso do que ele trata o tempo todo, o custo advém de uma demanda, que não é ‘voluntário”.
“Ninguém contrata serviços de um médico, por exemplo, sem manifestar fé na sua competência. E a consulta que se paga reflete a confiança. Quando você dá a sua oferta, você está fazendo o mesmo: confiando em Deus, usando a sua fé. Não há fé sem oferta, assim como não há oferta sem fé.”
Edir continua em sua argumentação para justificar a fortuna que arrecada dos fiéis em troca de supostos milagres. Ele dá um exemplo esdrúxulo: para se confiar em um médico, é preciso pagar a consulta, diz. Que bobagem. Há muitos médicos que fazem trabalho voluntário. Além de deixar subentendido que ele é um “médico da alma”, o bispo recorre de novo a um jogo de palavra: diz que “não há fé sem oferta” (só porque ele quer) e que também não há oferta sem fé. Por detrás de jogos de palavras, costuma haver, além da indigência intelectual, uma enganação, um engodo. É o caso.“Imediatamente após ter curado o leproso Jesus o enviou ao sacerdote para fazer a oferta determinada pela Lei. A oferta tinha o objetivo de servir como testemunho ao povo. (Mat.8.4 - Mr. 1.44 - Lc. 5.14)”
Aqui ele cita um trecho da Bíblia para justificar o pagamento da ‘oferta’. Eu poderia citar dezenas de trechos descontextualizados da Bíblia, principalmente do Novo Testamento, que se contrapõem a este aí, em cima. A Bíbia, como se sabe, se presta a toda e qualquer interpretação. Até para atrelar a fé à “oferta” no sentido que o bispo empresta a essa palavra.“Interessante não? Mas aqueles que têm seus corações no dinheiro não querem entender isso, pelo contrário, criticam aqueles que são da fé como se fossem donos da verdade. Mas isso não importa, o que importa é que se entenda o verdadeiro significado da oferta, para que haja o desfrutar das bênçãos abundantes da fé. Deus abençoe a todos abundantemente!”
Aqui o bispo critica – acredite!, está escrito— “aqueles que têm seus corações no dinheiro”. É hipocrisia demais. O homem ficou bilionário, talvez ele nem saiba o valor de sua fortuna, e agora vem com esse papo é que é “da fé” e reclama que é criticado pelos endinheirados, que posam de donos da verdade. E como se ele, olhe só a contradição, não fosse homem que gosta do dinheiro e que não tivesse, neste post, se colocado como o senhor da verdade. Edir Macedo vai continuar sendo chamado de ladrão.Mais sobre dízimo.
Comentários
Abraços
Minha resposta que espera moderação
Caro bispo,
Com relação aos textos, o senhor esqueceu de dizer que nós estamos fora do contexto da lei, estamos sim mergulhados na graça divida, sim na graça, essa dádiva é dada a nós sem Deus cobrar um centavo, pois graça é favor imerecido, então se pagarmos pela graça logo estamos indo contra o Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus enviou o leproso para cumprir a lei, pois sabemos que naquele instante o véu não tinha sido rasgado, o sacrifício do cordeiro ainda não tinha sido consumado.
A oferta é para sustento da obra de Deus, sabemos que vivemos em um mundo onde o dinheiro ditas as regras e quem não tem esse “cacife” sofre muito para fazer a obra de Deus. No entanto, a expressão da fé é o amor, não adiantaria a fé sem o amor, o maior deles é o amor. A oferta não se baseia apenas do dinheiro, nós temos que ser oferta viva de Cristo aqui na terra, nós temos que ofertar o nosso tempo a Deus, dizer que oferta é dinheiro é muito simplório para um Evangelho tão “rico”.
Nós temos que lembrar que o preço da nossa salvação já foi pago, o sangue de Jesus nos purificou, libertou de todo pecado e nos salvou. Seu sacrifício vivo nos faz livres, não precisamos pagar pelo amor de Deus, mas sim amá-lo como ele nos ama.
Creio que Deus nos ama e seremos salvos pela graça e fé no senhor Jesus, e não pela fé na oferta, até pq oferta, creio eu, é um ato de adoração e gratidão à Deus. Claro que, uma vez colaborando com ofertas (de bom coração) para a obra de Deus (manutenção da igreja, evangelização,etc) com certeza Deus abençoa a pessoa, afinal, quem planta colhe.
Lavagem de dinheiro, sonegação, uso de laranjas nas emprêsas da Universal(Record,Banco,Editora,agencia de viagens,lojas de carro e etc) estelionato,evasão de divisas, tráfico de influência,ministério do trabalho,receita federal,banco central e o omisso Ministério Público.
Ana Nery
E pessoas que tentam felicidade e conforto na religião são as presas mais fáceis para este tipo de chralatão.
triste demais!
PEQUENAS IGREJAS, GRANDES NEGÓCIOS
Deveria estar preso...
Fazenda Canaã - Projeto Nordeste
Associação Ben. Crista em todos os países - Cursos de diversos tipos todos gratuitos, distribuição de alimentos ,alfabetização e etc.
Pestalozzi - São Paulo udo pôde ser reestruturado depois que a Igreja Universal, entre outras instituições, passaram a mantê-la.
A organização atravessava uma fase de muitas dificuldades financeiras: os prédios estavam em estado precário, alguns sem teto; não havia piso nas salas das oficinas; faltavam professores especializados e funcionários de limpeza e manutenção, e a unidade pré-profissionalizante estava fechada, por determinação judicial.
Atualmente, possui escolas, consultórios médico e odontológico bem equipados, oficinas pedagógicas, além de cozinha e refeitório. Tudo em prédios bem conservados, corpo administrativo e amplo quadro de profissionais. O número de crianças e jovens atendidos aumentou de maneira significativa no setor escolar e no Centro de Diagnóstico e Tratamento.
Casa do idoso e da Criança em Portugal
Apoio a imigrantes de diversos países
afinal procurem saber o que a Iurd faz com os dizimos e ofertas e depois comentem ok
Não jugue para não ser jugado.
Pelo menos essas pessoas se sentem felizes fazendo isso
Eu não acredito em Deus e, obviamente, nao tenho religião alguma, mas eu te garanto que Deus e Jesus nunca pediram dinheiro pra ninguém. Deus é amor, não é? E amor, nunca foi significado de dinheiro. Amor comprado não é verdadeiro. Pense nisso!
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