Pular para o conteúdo principal

Imprensa portuguesa liga imigrantes brasileiros a crimes

da BBC Brasil, em Lisboa

“A imprensa portuguesa apresenta os imigrantes brasileiros como ligados à criminalidade. Essa é a avaliação de Isabel Ferin, pesquisadora responsável pelo estudo Mídia, Imigração e Minorias Étnicas, cuja edição relativa a 2007 será publicada no final deste mês.

No estudo, realizado anualmente desde 2004 por encomenda do Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural de Portugal, são analisadas as notícias relacionadas com a imigração publicadas ao longo do ano em seis jornais de circulação nacional e em canais de televisão. As reportagens são divididas por temas e nacionalidades.

Segundo a pesquisadora, há uma ligação entre as citações de brasileiros e as matérias sobre criminalidade, o que se reflete na imagem dos brasileiros na imprensa portuguesa.

"Infelizmente, a imagem dos brasileiros está relacionada aos crimes. Em relação ao sexo masculino, a imagem é do assaltante, enquanto a das mulheres é ligada à prostituição, algumas vezes como criminosas e outras como vítimas, mas sempre ligada à transgressão social", diz Isabel Ferin.

Segundo dados do governo português, existem cerca de 431 mil imigrantes legalizados em Portugal.

Os brasileiros formam o maior contingente, com 77 mil legalizados além de 30 mil ilegais, de acordo com estimativas do prórpio governo.

Os caboverdianos vêm em segundo lugar, com cerca de 62 mil indivíduos, deixando em terceiro os ucranianos com 46 mil.

Apesar da associação com a criminalidade feita pela imprensa, os brasileiros representam pouco mais de 2% da população carcerária de Portugal.

A maioria dos 246 cidadãos brasileiros que cumprem penas em prisões portuguesas foi condenada por tráfico de drogas, presos ao tentarem entrar no país com entorpecentes.

Para Isabel Ferin, o motivo dessa imagem associada à criminalidade está ligado à história da relação entre os dois povos.

"Atribuo essa relação entre brasileiros e transgressão social a estereótipos coloniais, sobretudo à (visão da) mulher brasileira como prostituta e do homem como malandro".

Ela acredita que o motivo pelo qual os brasileiros são a nacionalidade com pior imagem na imprensa está relacionado ao tipo de imigração.

"Os brasileiros são os únicos imigrantes que entram em situação de concorrência com os profissionais portugueses. Isso é reflexo de alguma sensação de inferioridade visível na sociedade portuguesa".

Para Gustavo Behr, presidente da Casa do Brasil de Lisboa - a maior associação de imigrantes brasileiros em Portugal - não há uma posição única da imprensa portuguesa em relação aos brasileiros.

"Acho que há diferenças entre os vários meios de comunicação social, que se comportam de forma diferenciada em relação aos brasileiros. Às vezes isso depende de quem escreve".

Ele acredita que devem haver limites éticos para os textos. "Não acho legítimo os meios relacionarem os imigrantes com a criminalidade. É uma questão que deve ser tratada com o devido zelo. Uma notícia sobre crime que se refira a nacionalidade pode criar resistência na sociedade em acolher os imigrantes".

No estudo relativo ao ano de 2007, foram analisadas 2.624 matérias. Do total, a nacionalidade com referências no maior número de textos foi a brasileira, com 325 ocorrências (12,5% do total), seguida pelos ciganos (com 9,4%) e ucranianos (com 3,2%).

As matérias sobre imigrantes ou imigração que não especificam nenhuma nacionalidade somam 44%. No total, foram citados imigrantes de 19 nacionalidades.

O estudo também analisou as notícias veiculadas pelos canais de televisão, em um total de 237 matérias.

A principal nacionalidade citada na TV também é a brasileira, com 11,8% das referências, seguida dos nativos do Magreb e dos cidadãos dos países da Europa Oriental, ambos com a mesma porcentagem: 7,6%.

Segundo a pesquisa, em 2007, o principal tema abordado foi a clandestinidade, com 22,6% do total, ficando em segundo lugar a criminalidade, com 22,5%, seguida pela discriminação, com 12,5%.

Isabel Ferin, no entanto, considera que este foi um ano atípico.”

> Brasileiros se tornam o maior grupo estrangeiro em Portugal. (julho de 2008)

Brazucas.      > Notícias de Portugal.

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Estado laico coloca a religião na esfera privada e impede que ela seja usada pelo governo

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Pai de vocalista dos Mamonas processa Feliciano por dizer que morte foi por ordem de Deus

Padre acusa ateus de defenderem com 'beligerância' a teoria da evolução

O que houve com as entidades de defesa do Estado laico? Evaporou pelo Bule de Russell?

Malafaia diz ter só R$ 6 milhões e que vai ‘ferrar’ a Forbes

Revista avaliou o patrimônio do pastor em R$ 300 milhões O pastor Silas Malafaia (foto), da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse ter um patrimônio avaliado em R$ 6 milhões e que, por isso, vai “ferrar” a revista Forbes por ter publicado que a fortuna dele está avaliada em R$ 300 milhões (US$ 150 milhões). "Vou ferrar esses caras (da Forbes)", disse ele à Folha de S.Paulo, referindo-se a sua intenção de mover uma ação contra a revista americana. "Vivo de renda voluntária, e eles me prejudicaram. [O fiel] vê aquilo e pensa, 'ih, não vou [dar o dízimo], tá me roubando." A revista estimou que Malafaia é o terceiro mais rico pastor do Brasil, ficando abaixo de Edir Macedo (com fortuna de R$ 1,9 bilhão), da Universal, e Valdemiro Santiago (R$ 440 milhões), da Mundial. Em quarto lugar está R.R. Soares (R$ 250 milhões), da Igreja Internacional da Graça, e em quinto, Estevam Hernandes Filho (R$ 130 milhões), da Renascer. Forbes informou que sua estima...

Liminar derruba pai-nosso em escolas de Rio Preto. Vitória do Estado laico

Estudo aponta que homofóbicos são homossexuais enrustidos

Cristianismo é a religião que mais perseguiu o conhecimento científico

Cristãos foram os inventores da queima de livros LUÍS CARLOS BALREIRA / opinião As epidemias e pandemias durante milhares de anos antes do cristianismo tiveram as mais estapafúrdias explicações dos deuses. Algumas mentes brilhantes da antiguidade, tais como Imhotep (2686-2613 a.C.) e Hipócrates (460-377 a.C.) tentaram passar explicações científicas para as massas de fanáticos religiosos, ignorantes, bestas humanas. Com a chegada ao mundo das feras cristãs, mergulhamos numa era de 2000 anos de trevas e ignorância. Os cristãos foram os inventores da queima de livros e bibliotecas. O cristianismo foi a religião que mais perseguiu o conhecimento científico e os cientistas. O Serapeu foi destruído em 342 d.C. por ordem de um bispo cristão de Alexandria, sob a proteção de Teodósio I.  Morte de Hipatia de Alexandrina em ilustração de um livro do século 19 A grande cientista Hipátia de Alexandria (351/370) foi despida em praça pública e dilacerada viva pelas feras e bestas imundas cristãs...

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores