Jandira da Silva Gonçalves, 43, começou a trabalhar como empregada doméstica aos 9 anos e pouco. Ou seja, em 1975. Ela nem alcançava a pia da cozinha da patroa.
“A moça [a patroa] veio me buscar. Foi a primeira vez em que me afastei da minha casa. Eu só via a minha mãe de 15 em 15 dias. Chorei muito”, conta Jandira.
Daquele ano para cá, tem diminuído o número de meninas na faixa de 10 a 14 anos que trabalham como doméstica. Mas ainda assim cerca de 100 mil garotas pegam em um batendo duro, de gente grande, em vez de estudar e brincar.
Essa estimativa foi feita pela economista Hildete Pereira de Araújo para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com base em dados de 2007 do IBGE.
Este ano, a secretaria anunciará dados mais atualizados, com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008, informa o portal Bem Paraná.
Em 2007, as meninas representavam 1,6% do total dos 6,3 milhões das empregadas domésticas do Brasil. Em 1985, o percentual chegava a 9,3%.
A Constituição de 1998 proíbe que crianças menores de 14 anos sejam colocadas para trabalhar. Mas a fiscalização é inexistente.
Além disso, a própria mãe, muitas vezes, empurra as filhas ou os filhos para o trabalho, para ajudar no orçamento doméstico, ao mesmo tempo que passar haver, em casa, menos bocas para alimentar.
Em alguns casos, as meninas são dadas para “criar”, com o risco de se tornarem escravas. Foi o que ocorreu com menina Lucélia Rodrigues da Silva, que, além de trabalhar até de madrugada, foi torturada implacavelmente pela empresária de Sílvia Calabresi Lima, 43, que acabou sendo condenada.
As meninas trabalhadoras, por não estudar, serão domésticas pelo resto da vida, ganhando baixo salário. É a vida até hoje de Jandira.
“A moça [a patroa] veio me buscar. Foi a primeira vez em que me afastei da minha casa. Eu só via a minha mãe de 15 em 15 dias. Chorei muito”, conta Jandira.
Daquele ano para cá, tem diminuído o número de meninas na faixa de 10 a 14 anos que trabalham como doméstica. Mas ainda assim cerca de 100 mil garotas pegam em um batendo duro, de gente grande, em vez de estudar e brincar.
Essa estimativa foi feita pela economista Hildete Pereira de Araújo para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com base em dados de 2007 do IBGE.
Este ano, a secretaria anunciará dados mais atualizados, com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2008, informa o portal Bem Paraná.
Em 2007, as meninas representavam 1,6% do total dos 6,3 milhões das empregadas domésticas do Brasil. Em 1985, o percentual chegava a 9,3%.
A Constituição de 1998 proíbe que crianças menores de 14 anos sejam colocadas para trabalhar. Mas a fiscalização é inexistente.
Além disso, a própria mãe, muitas vezes, empurra as filhas ou os filhos para o trabalho, para ajudar no orçamento doméstico, ao mesmo tempo que passar haver, em casa, menos bocas para alimentar.
Em alguns casos, as meninas são dadas para “criar”, com o risco de se tornarem escravas. Foi o que ocorreu com menina Lucélia Rodrigues da Silva, que, além de trabalhar até de madrugada, foi torturada implacavelmente pela empresária de Sílvia Calabresi Lima, 43, que acabou sendo condenada.
As meninas trabalhadoras, por não estudar, serão domésticas pelo resto da vida, ganhando baixo salário. É a vida até hoje de Jandira.
Comentários
O que devemos discutir é a veracidade ou não do choro da criança? Ou o fato de Maísa ser uma trabalhadora infantil? Por que o trabalho infantil na televisão não é denunciado e combatido? Por que somente as famílias pobres são denunciadas e expostas na mídia?
Todos sabem da existência de crianças, no meio rural, inseridas como mão-de-obra da agroindústria, escrava em minas de carvão, no comércio informal nas sinaleiras, em residências como empregadas domésticas e nas avenidas sendo prostituídas. Todos fingem que não vêem. Na cadeia produtiva o consumidor brasileiro alimenta esse quadro de exploração, todos fingem que não vêm.
O Choro de Maísa, talvez seja um pedido de socorro. Esse acontecimento traz á baila algumas contradições sócias que valem ser discutidas. Uma delas é o julgamento moral dos pais das crianças pobres por permitirem que elas trabalhem. Deixamos de questionar o trabalho infantil de crianças oriundas de classe sócias médias e altas que trabalham na mídia, por exemplo, como apresentadoras, atrizes, modelos, cantores etc. Todos fingem que não vêem. O que de fato estamos julgando? O que continuamos a fingir que não vemos?
abs
Tereza
Só depois de sofrer bastante com patrões cruéis é que pude perceber que ñ era aquilo que eu queria para minha vida.
Sou de uma época que os pais tinham que dormir em filas para conseguir uma vaga numa escola estadual fuleira.
Ñ vejo como sendo culpa de querida e ingenua mãezinha, mas de um país corrupto e falho que negligenciou uma geração inteira. :X
Muito bem observado o comentário da visitante Tereza.
Obrigada Paulo, seu blog é demais.
Eu fico imaginando como esta história deve se repetir por esse Brasil, inclusive com menores de 14 anos.
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