do site Religión Digital, em 28 de setembro de 2009
O teólogo espanhol Juan José Tamayo (foto) afirmou que é "escandaloso" que o Vaticano tenha considerado os Legionários de Cristo, a congregação fundada pelo mexicano Marcial Maciel (1920-2008), uma "referência para o cristianismo de nosso tempo" durante décadas.
"Para mim, o grande escândalo é que o Vaticano tenha dado essa centralidade e reconhecido essa importância aos Legionários de Cristo durante os últimos 30 anos", disse o também catedrático de Teologia e Ciências da Religião da Universidade Carlos III.
"Os Legionários de Cristo são um dos longos braços da atual estratégia neoconservadora e integrista do Vaticano para se estender por todo o mundo, principalmente no âmbito acadêmico (...), assim como no financeiro e em certa medida político", defendeu Tamayo.
No dia 4 de fevereiro, a ordem religiosa reconheceu que Maciel, falecido no dia 30 de janeiro de 2008, teve uma amante com a qual concebeu uma filha.
Neste mês o advogado mexicano José Bonilla assinalou que o religioso poderia ter tido até seis filhos, a três dos quais ele representa em busca de reconhecimento legal diante da Legião.
No dia 15 de julho, cinco prelados eleitos pelo Vaticano começaram uma insperação dos Legionários de Cristo e ao legado de Maciel, que, ainda vivo, foi investigado por supostos abusos sexuais contra seminaristas.
"O que está surgindo agora é a melhor prova de que esses privilégios, centralidade ou protagonismo (dos Legionários) não lhes correspondia precisamente pelo comportamento tão indigno de seu próprio fundador", disse Tamayo.
Segundo o teólogo, além dos Legionários de Cristo, há outros grupos católicos como o Opus Dei ou as comunidades neocatecumenais, que foram apresentadas "como o verdadeiro exemplo e a autêntica encarnação do cristianismo" atual sem sê-lo.
Para Tamayo todas "são organizações elitistas, distantes do povo, vinculadas a poderes financeiros e a poderes políticos e com uma concepção alienante da fé cristã".
Segundo o teólogo, a saída à situação da congregação "não é essa espécie de juízo salomônico, isto é, reprovar o fundador, e que a congregação siga adiante", porque isso deixaria "as coisas como estão".
"A verdadeira solução a essa problema é que todas essas instituições e organizações católicas sejam reconduzidas por outro caminho", acrescentou.
Nesse sentido, ele considera que a Legião de Cristo deveria se afastar das "classes poderosas e dominantes" e fazer-se presente "no mundo da marginalização e da exclusão social, com intenção libertadora".
Com relação à possível paternidade de Maciel, Tamayo disse que se for demonstrado que Maciel foi pai de vários filhos, eles "logicamente têm direito de receber o sobrenome e tudo o que lhes cabe".
"Se isso for demonstrado (...), os filhos têm os mesmos direitos que qualquer filho de qualquer pais em todos os campos: reconhecimento da paternidade, do sobrenome, da herança etc, etc. O resto me parece ser um ato de cinismo", concluiu. (Tradução de Moisés Sbardelotto para o IHU On-Line)
O teólogo espanhol Juan José Tamayo (foto) afirmou que é "escandaloso" que o Vaticano tenha considerado os Legionários de Cristo, a congregação fundada pelo mexicano Marcial Maciel (1920-2008), uma "referência para o cristianismo de nosso tempo" durante décadas.
"Para mim, o grande escândalo é que o Vaticano tenha dado essa centralidade e reconhecido essa importância aos Legionários de Cristo durante os últimos 30 anos", disse o também catedrático de Teologia e Ciências da Religião da Universidade Carlos III.
"Os Legionários de Cristo são um dos longos braços da atual estratégia neoconservadora e integrista do Vaticano para se estender por todo o mundo, principalmente no âmbito acadêmico (...), assim como no financeiro e em certa medida político", defendeu Tamayo.
No dia 4 de fevereiro, a ordem religiosa reconheceu que Maciel, falecido no dia 30 de janeiro de 2008, teve uma amante com a qual concebeu uma filha.
Neste mês o advogado mexicano José Bonilla assinalou que o religioso poderia ter tido até seis filhos, a três dos quais ele representa em busca de reconhecimento legal diante da Legião.
No dia 15 de julho, cinco prelados eleitos pelo Vaticano começaram uma insperação dos Legionários de Cristo e ao legado de Maciel, que, ainda vivo, foi investigado por supostos abusos sexuais contra seminaristas.
"O que está surgindo agora é a melhor prova de que esses privilégios, centralidade ou protagonismo (dos Legionários) não lhes correspondia precisamente pelo comportamento tão indigno de seu próprio fundador", disse Tamayo.
Segundo o teólogo, além dos Legionários de Cristo, há outros grupos católicos como o Opus Dei ou as comunidades neocatecumenais, que foram apresentadas "como o verdadeiro exemplo e a autêntica encarnação do cristianismo" atual sem sê-lo.
Para Tamayo todas "são organizações elitistas, distantes do povo, vinculadas a poderes financeiros e a poderes políticos e com uma concepção alienante da fé cristã".
Segundo o teólogo, a saída à situação da congregação "não é essa espécie de juízo salomônico, isto é, reprovar o fundador, e que a congregação siga adiante", porque isso deixaria "as coisas como estão".
"A verdadeira solução a essa problema é que todas essas instituições e organizações católicas sejam reconduzidas por outro caminho", acrescentou.
Nesse sentido, ele considera que a Legião de Cristo deveria se afastar das "classes poderosas e dominantes" e fazer-se presente "no mundo da marginalização e da exclusão social, com intenção libertadora".
Com relação à possível paternidade de Maciel, Tamayo disse que se for demonstrado que Maciel foi pai de vários filhos, eles "logicamente têm direito de receber o sobrenome e tudo o que lhes cabe".
"Se isso for demonstrado (...), os filhos têm os mesmos direitos que qualquer filho de qualquer pais em todos os campos: reconhecimento da paternidade, do sobrenome, da herança etc, etc. O resto me parece ser um ato de cinismo", concluiu. (Tradução de Moisés Sbardelotto para o IHU On-Line)
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