do Estadao.com
Igreja Católica demorou mais de uma década para expulsar um padre americano acusado de pedofilia, mesmo depois dos pedidos feitos pelo bispo de Arizona ao então cardeal Joseph Ratzinger, hoje papa Bento XVI, para que ele fosse banido. O caso veio à tona ontem, após investigação feita pela agência de notícias americanas Associated Press.
Arquivos analisados pela agência mostram que o bispo Manuel Moreno conduziu uma investigação que responsabilizou o padre Michael Teta por abuso sexual de menores. Joseph Ratzinger afirmou ao bispo que tomaria conta do caso, em 1992. Cinco anos depois, Moreno escreveu a Ratzinger novamente, pedindo que alguma atitude fosse tomada, o que só aconteceu em 2004.
Na França, um padre da diocese de Rouen (a 80 quilômetros de Paris), assumiu ter abusado sexualmente de menores e aceitou o processo movido contra ele como uma "libertação". O padre Jacques Gaimard, diretor da Rádio Cristã da França, era acusado de ter cometido atos pedófilos entre 1992 e 1993.
Em meio aos novos casos, o presidente da Conferência Episcopal alemã, Robert Zollitsch, afirmou que a Igreja precisa "urgentemente de novo começo". Em discurso, ele afirmou que os casos de pedofilia cometidos por padres despertam "tristeza, pavor e vergonha".
Na Áustria, vítimas de abusos também têm aparecido para relatar novos casos. Um número de telefone criado há duas semanas para receber denúncias de pedofilia já recebeu 150 chamadas, com 174 casos de maus tratos e abusos sexuais nas instituições do país, segundo uma associação de vítimas da Igreja.
A maior parte dos casos ocorreu entre os anos 1960 e 1970, segundo dados divulgados ontem pela organização. No entanto, há relatos de agressões físicas e abusos recentes, ocorridos nos últimos anos contra menores.
Cerca de 43% das denúncias são de violência física e 34% são de abusos sexuais. Há também casos de violência moral.
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