Igreja Católica manteve o padre Mario Pezzotti bem próximo das crianças |
Acusado em 1993 de abuso e estupro que teriam ocorrido em 1959 em Massachusetts (EUA), o padre xaveriano Mario Pezzotti (foto) desvencilhou-se da Justiça com o pagamento de uma indenização de US$ 175.000 (R$ 306.000) ao americano Joseph Callander.
Na época, Pezzotti teria escrito em um bilhete ter achado “a cura” no Brasil. Aqui ficou de 1970 a 2003.
Dez anos depois, Callander descobriu que a Igreja Católica tinha mandado o padre para cuidar de crianças de índios caiapós, no Pará.
“Eu esperava que eles [superiores de Pezzotti] o mantivessem distante de crianças”, disse à Folha.
O padre Robert Maloney – o negociador da indenização – disse que Pezzotti, hoje com 75 anos, só voltou a trabalhar com crianças após ter sido avaliado e que não há queixas contra ele.
Não se sabe quem fez a avaliação, se psiquiatras e psicólogos ou se padres.
Callander disse que reclamou com a igreja, e o padre Pezzoti foi enviado para a Itália, de onde retornou ao Brasil em 2008.
O blog italiano L’Inferno Degli Angeli (O Inferno dos Anjos), que denuncia casos de pedofilia, reproduziu em 9 de outubro de 2008 duas fotos (uma delas, acima) do padre com crianças caiapós com o comentário de que se trata de uma vergonha.
Atualmente, o padre encontra-se em Parma, Itália. Ele não fala sobre o seu passado.
O padre Renato Trevizan, 67, também xaveriano, disse que conheceu Pezzoti em 1980 e que nunca ouviu algo contra ele. “É uma pessoa correta.”
Essa também é a opinião da ordem do padre. “Agimos conforme as regras", disse à BBC Brasil o vigário-geral da Ordem dos Xaverianos em Roma, Luigi Menegazzo.
Padre Ciro Benedettini, vice-diretor de imprensa da Santa Fé, disse que o Vaticano não controla a transferência de padres de dioceses. A responsabilidade, nesse caso, é dos bispos locais e das congregações.
A Associated Press apurou que Pezzotti foi um dos 30 padres pedófilos (ou acusados da prática do crime) que a Igreja Católica transferiu de país. O levantamento foi feito em 21 países.
O padre jesuíta Clodoveo Piazza, italiano naturalizado brasileiro, foi enviado do Brasil para Moçambique.
No ano passado, o Ministério Público acusou Piazza de abusar de crianças e também de permitir que estrangeiros em visita ao Brasil cometessem o crime. Piazza nega.
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Comentários
do Pará na minha infancia, eu estudava na Escola Paroquial e frequentava a Igreja Matriz, onde ele celebrava as missas. Fiquei chocada com a notícia, pois na época, nunca percebi nada de errado com ele.
colonial escravista nos seminários,assunto verdadeiramente tabu que eles repelem hipocritamente com indignação.
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