Fiéis afirmam que foram despejadas |
A direção do HCPA (Hospital de Clínicas de Porto Alegre) decidiu fechar a sua capela, cujo local será ocupado por um ambiente de espiritualidade, mas laico, sem nenhum símbolo religioso.
Elisa Ferraretto, da assessoria de comunicação do hospital, informou que a Associação Literária Boaventura, responsável pelas cerimônias e cinco missas semanais da capela, foi avisada de que terá de sair dali até o final do mês.
A partir de agora, a família de paciente que desejar assistência religiosa, como a extrema-unção, terá de chamar um sacerdote de fora, porque não mais haverá um capelão disponível. Consternado, o frei Marion Kirschner, o capelão, não quis falar com a imprensa.
Elisa disse que o HCPA resolveu cumprir o artigo 19 da Constituição, que proíbe que os órgãos públicos privilegiem uma religião em detrimento de outras.
Explicou que a direção do hospital decidiu pelo espaço laico, com ilustrações e músicas neutras, em vez de ter um ambiente ecumênico – o que poderia ser complicado por causa das inúmeras religiões.
Fundado em 1970, o HCPA é mantido com recursos do Ministério da Educação e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O arcebispo Dadeus Grings, de Porto Alegre, avisou: “Vai ter briga”. Disse que a Cúria Metropolitana pretende recorrer à Justiça contra a extinção da capela.
“Não nos avisaram, simplesmente despejaram. Tiraram a nossa liberdade lá dentro para colocar a nova era.”
Ele argumentou que a decisão do hospital ignora o acordo assinado recentemente entre o Vaticano e o presidente Lula, o qual, no seu entender, assegura a presença da Igreja Católica em espaços públicos.
Alguns fiéis – entre eles funcionários do hospital – criticaram a decisão. “Achamos justo que outras religiões sejam representadas, mas questionamos a forma como fomos tratados. Eles [a direção do hospital] nos desrespeitaram”, disse Vera Lúcia Rodrigues, 50.
Elisa disse que a tendência mundial é privilegiar a diversidade religiosa. “Temos 5 mil funcionários de diferentes credos e era natural que ocorresse isso [a extinção da capela].”
A decisão do HCPA contribui para um embate que vem se travando nos últimos anos. De um lado estão os defensores da exclusão dos símbolos religiosos do espaço público, porque o Estado é laico, e, do outro, a Igreja Católica, que, embora o número de seus fiéis esteja se reduzindo, diz ser o catolicismo parte da cultura brasileira, o que justifica, segundo ela, a presença de seus símbolos nas repartições.
Com informações do Zero Hora.
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'Hospital é lugar de medicina, não da fé de uma religião'
julho de 2010
Comentários
Ou cria um espaço para cada religião ou extingue todas.
Esse lance da igreja Católica achar que é mais relevante que as outras é ridículo !
Um hospital é espaço para a ciência entrar em ação, antes de tudo.
HAHAHAHA
Fantástico !
Carregados dos preconceitos que têm acham justo extinguir uma capela cristã de um ambiente público, afinal eles não tem Deus nem religião nenhuma. Não sabem pensar no próximo, como todos os parentes e funcionários que se dirigiam para a capela para pedir forças a Deus. Um ambiente de paz em um hospital, que é lugar frio e de muita dor, aquilo representava a capela cristã.
Lamentavelmente cresce a perseguição aos cristãos no Brasil e no mundo. Não há nada de democracia na extinção de um espaço que pertencia a maioria do povo brasileiro e a qualquer um que desejasse encontrar a verdadeira paz.
Todos aqui que aplaudiram esse ato nunca usariam esse espaço e nem nunca vão usar o espaço criado. E também não se importariam com os símbolos religiosos. Antes da minha conversão eu não dava bola para isso. Antes de compreender para mim não fazia diferença.
Mas para essa galera atéia faz... eles precisam exterminar a religião, o Cristo, o catolicismo, e qualquer outra forma de adoração ao Deus que não seja o deus deles, o estado.
O argumento dos espertos é que Estado Laico não é um "Estado Ateu", mas onde está escrito que restringir o uso de símbolos religiosos em escolas, tribunais e órgãos públicos e propiciar equidade de adoração para todas as demais religiões significa transformar uma nação em atéia?
A grita é tão somente pela perda de regalias mesmo. Pela perda do status quo de "Religião de Estado", já que os próprios católicos fazem questão de repetir que o Brasil é uma "nação católica", ou seja, os demais - evangélicos, judeus, hindus, islâmicos, muçulmanos, umbandistas, ateus etc. - simplesmente não têm vez. Estes devem se curvar incontinenti à vontade da maioria: se os cristãos comemoram alguma data simbólica - em meio a uma estória baseada apenas em simbolismos -, o resto do país tem que se ajoelhar junto, ainda que não acredite nas mesmas besteiras.
É engraçado porque a maioria dos cidadãos de bom senso é absolutamente contra monopólios - seja de grupos de comunicação, de empresas de transporte coletivo, de telefonia, de cartórios, de lojas, de mercados etc. Até algumas crianças mais espertas sabem que monopólios não costumam fazer bem a qualquer tipo de sociedade. Mas quando se trata da religião que foi imposta pela espada e pelas fogueiras muitos acham que este monopólio cristão-católico é uma coisa justa, ética, moral, adequada, pertinente, necessária...
Esta é uma distorção difícil de engolir, porque é paradoxalmente conflitante com o espírito de "paz, amor e tolerência" defendido pelos cristãos de toda ordem.
Eu não quero que ninguém se torne ateu como eu, a maioria dos ateus também não quer, mas nós não aceitamos de forma alguma que se tenha que conviver à força com símbolos e ritos que para nós não têm nenhum valor, nem o mais ínfimo deste universo.
As religiões têm os seus espaços apropriados de culto e adoração, que sãos as próprias igrejas e templos construídos para isso, em ambientes rigorosamente voltados para este fim. Lá nenhum ateu ou praticante de outras religiões vai invadir para contestar o direito de cada religião professar a sua fé. O que não pode acontecer, e que historicamente aconteceu pela eterna "troca de favores" entre políticos e religiosos, é o Estado ceder espaços que são destinados a outros fins - como escolas, hospitais, tribunais - para a pregação desta ou daquela religião.
Hospital é lugar da Medicina, não da fé. Óbvio que ninguém vai impedir um parente de enfermo orar pelo seu familiar segundo suas crenças, mas daí a destinar capelas ou coisas que o valham para uma religião em específico, desrespeitando o espaço das demais, extrapola a função de um lugar destinado à prática da Medicina, ao exercício da atividade de salvar vidas através do conhecimento científico.
Sinceramente eu nem entendo o que uma pessoa com tamanha fé vai fazer num hospital, porque se ela é tão segura da força da sua crença ela nem precisa sair de casa: basta ficar orando para os deuses curarem a pessoa que está doente. Médico para quê, neste caso?
Só que se eu tivesse ficado em casa “rezando”, hoje minha afilhada estaria inapelavelmente morta. Felizmente, no meio de uma situação surreal e caótica, eu mantive a calma e a razão necessárias para procurar o devido socorro médico sem pensar em nenhum momento em qualquer outra abstração que pudesse me desviar do caminho certeiro até o hospital. Este é o procedimento de uma pessoa sensata: o ateu procura um médico porque é no médico que ele acredita. Por que os crentes assumidos procuram um hospital, Casa da Medicina e da Ciência, eu realmente não sei - porque isso ao meu ver contradiz radicalmente o princípio da fé inabalável.
Se a fé pode tudo, se a fé é a força mais poderosa que existe, por que são pouquíssimos os que tentam resolver as coisas apenas pela fé?
E daí alguém vem dizer que nós ateus é que temos "medo" de alguma coisa? Medo de quê, cara-pálida? Como se pode ter medo daquilo em que não se acredita? Aos ateus não foi ensinado o temer, o submeter-se, bem pelo contrário: que eu saiba isso é um instituto do Cristianismo - temer a Deus e não sei mais o quê. Não misturemos as definições semânticas: os "tementes" não são os ateus.
Voltando ao episódio do Clínicas, vejam que ironia: a direção do hospital não proibiu o exercício da fé e não "despejou" os cristãos como alegam as carolas de Porto Alegre e este cínico do Dadeus Grings. O que ocorre é que o hospital simplesmente determinou a retirada dos símbolos fixos que haviam numa sala, habilmente transformada em "capela" pela imposição cristã de outrora, mas isso não significa que os cristãos foram proibidos de frequentá-la, rezar ou conduzir os objetos de sua fé lá dentro - como crucifixos, terços, santas, velas etc. O espaço apenas deixa de ser "arrendado" exclusivamente para cristãos e passa a aceitar em iguais condições as demais crenças religiosas.
Uma das falácias proferidas por uma das carolas católicas é que tal gesto não era necessário, pois - segundo ela - o local já comportava pessoas com outras crenças...
Bem, eu não sei se isso foi dito apenas por miopia e ingenuidade, ou se é algo deliberado de alguém que simplesmente não aceita de forma alguma dividir espaço em condições de igualdade efetiva. É óbvio que não precisava sequer haver uma "proibição explícita" a outros tipos de fé na capela, porque o ambiente em si oprime - ao natural - as pessoas com outras crenças. E se alguém tem alguma dúvida em relação a isso, procure observar a expressão de nojo e desprezo que uma carola faz ao se deparar com um muçulmano ou com um praticante de umbanda ao seu lado, por exemplo... Este é daqueles preconceitos velados, que finge-se que não existem mas que são denunciados pelos rostos e por gestos sutis.
Parabéns à corajosa direção do Hospital de Clínicas. Não há que se dar ressonância aos delírios do Dadeus Grings. Hoje ele deveria se ocupar mais é dos emissários da Igreja que estão por aí abusando de crianças. De preferência se ocupar da forma que a sociedade espera, e não da maneira como tradicionalmente a Igreja Católica se ocupou ao longo das décadas - escondendo padres pedófilos em paróquias do Interior.
Sou padre, porém não vou me identificar, porque se assim o fizer lá vem os fósforos.
O espaço religioso precisa ser ecumenico e não majoritariamente de uma confissão religiosa.
As palavras do Exmo Arcebispo mostram, ao meu ver, que a preocupação de fundo é a questão da autoridade. De fato na Igreja Católica tem sido desde tempos remotos, a autoridade, o fator quemais pesa.
O arcebispo ficou ferido, por suaspalavras, que isso competeria a ele. Ele teria que ser comunicado.
Para amenizar a questão da autoridade, poruqe é só essa, o arcebispo disse que não só tiraram da capela as imagens mas Jesus na Eucaristia. Graças a deus que isso foi feito pois a Eucaristia é tão precisosa que ali sem a presença de um sacerdote e com o entra esai de tantas pessoas, correria o risco de profanação.
A mesmaprofanação que é feita pelos canais catolicos que adoram mostrar benção do Santissimo pela TV.
Essa atitude foi pedagógica para a igreja epara a pastoral da saude e para os padres tambem - estava muito comodo o SAntissimo na capela, facil de ser levado aos doentes, com isso agora quem sabe apresença de sacerdotes seja mais efetiva levando a Eucaristia para os doentes -
Não há necessidade de ter uma capela com Santissimo num lugar publico como o Hospital - a capela ecumenica cumprirá sua missão como espaço divino pois Jesus não se deixa aprisionar por nossas projeções. Onde 2 ou 3 estiverem reunidos em Meu nome ali Eu estarei-
A Capela continua a ser de Jesus e agora ainda maispara todos os que creem independentedaplaca de igreja.
Parabens
Padre
Aos Católicos que protestaram a CAPELÀ TA LA SEU BURRO PODE CONTINUA REZANDU PRO DEUS QUE VC QUISÈ UMA SALA DESTINADA A ESPIRITUALIDADE NAO AO CATOLICISMO POR ISSO TIRAraM A OVELHA QUI TAVA PENDURADA NA PAREDE. ¬¬ OQUE ACHA DE UMA FOTO DE ZEUS NO LUGAR? ¬¬
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