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Pais acusam oficiais da Marinha de dar trote; doze alunos foram internados

Pais de alunos da Escola Naval, no Rio, acusam oficiais de submeterem seus filhos a exercícios excessivos como uma forma de trote a quem está chegando na Marinha.

Nas primeiras semanas de aula do ano, dos 231 alunos de 18 a 21 anos, pelo menos 12 tiveram que ser internados. Tal incidência de recrutas que precisam de socorro não é normal. Embora despreparados fisicamente, eles teriam sido obrigados por oficiais a correr com mochilas e malas sob sol forte sem beber água.

Uma parente de um aspirante disse: "Meu primo sabia que tinha trote pesado na Escola Naval, mas não fazia ideia de que era tão violento. Eles correram carregando livros e malas de roupas nas costas, sem poder beber água. Eram mais de 20 quilos de carga. Os exercícios vinham ocorrendo todos os dias desde que chegaram. É uma covardia".

Os estudantes tiveram dor de estômago e vômitos. Os mais afetados precisaram de diálise por insuficiência renal. Seus rins teriam entrado em colapso por causa do excesso de esforço físico e falta de líquido.

Um pai tirou o filho do hospital da Marinha e o internou em um particular para uma terapia intensiva de reativação dos rins. Aparentemente, nenhum dos estudantes corre risco de morte, mais ainda é cedo para avaliar se alguns deles vão ficar com sequelas físicas. Emocionalmente, eles e seus familiares já estão abalados.

Embora a Marinha tenha aberto uma sindicância para apurar o que aconteceu, o almirante Leonardo Puntel, diretor da escola, já se adiantou a dizer que não houve nenhum excesso.

“Na Escola Naval não tem trote”, disse. “Ela tem treinamento físico-militar, atividades profissionais. Tudo muito bem planejado.”

Com informação do Jornal Nacional.

IPM conclui que morte de cadete foi de 'causa desconhecida'.
outubro de 2008

Comentários

Anônimo disse…
Agora sei por que os militares torturam e matam sem dó nem piedade, eles são treinados para não ter respeito nem por si. http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/1839.pdf
- “Cú-bol”: é uma espécie de jogo de futebol. O campo é o piso do banheiro,
no qual são marcadas as traves de gol. O piso é molhado, e a bola é um sabonete.
Os calouros ficam nus e são divididos em equipes de três jogadores. Podem
empurrar o sabonete apenas com as nádegas. Vence a partida quem primeiro
marcar dois gols. O jogo é sempre muito disputado, pois os participantes sabem
de antemão que quem perder levará uma “suga”.
- “Suga”: é uma espécie de surra, mas de exercícios. O calouro é obrigado a
executar diversos exercícios físicos até o completo esgotamento. A “suga” ocorre
geralmente de madrugada, e pode durar horas. É um dos trotes mais comuns:
“eu chegava a ter pesadelo, de tanta câimbra. As primeiras sugas que eu tomei
eu passava mal, as pernas pareciam que iam explodir.”
- “Lavagem cerebral”: é o trote mais temido, embora raramente seja
aplicado: “É você ter um vaso sanitário cheio de fezes, você coloca a cabeça da
pessoa lá, bem perto das fezes, e dá a descarga. Uns dias depois, ele [um colega
que recebeu o trote] ficou com o ouvido entupido. Aí ele foi na unidade médica
que tinha no Colégio, pra fazer uma lavagem. Quando o médico fez a lavagem,
saíram fezes de dentro do ouvido dele.”
- “Peitômetro”: o calouro enche o peito de ar e tem de agüentar os socos
que seguidamente lhe desfere um veterano. Este trote é considerado “primitivo”
por muitos veteranos, já que se aproxima muito da simples agressão.
Além destes trotes, haveria muitos outros a serem citados. O repertório é
potencialmente ilimitado: tudo depende da imaginação dos veteranos. Embora
o trote seja oficialmente proibido no Colégio Naval, a opinião unânime dos
entrevistados é a de que os oficiais tem conhecimento de que ele existe:
O trote era proibido no Colégio, mas os oficiais viam isso acontecer e
compactuavam, deixavam nas mãos dos veteranos tudo isso.pag.581
Anônimo disse…
Vergonha das vergonhas. Gostaria de lembrar que estes oficiais da Marinha do Brasil, têm, antes de mais nada, um regulamento que rege suas ações dentro de uma unidade militar. Talvez seja conveniente lembrá-los que a ditadura não existe mais. Atrocidades como esta, só denunciam atos que sempre existiram acobertados pela proteção dos muros das unidades do exército. Covardes, que, impunemente, acabam com o sonho de jovens recém saídos da adolescencia, oriundos de boas famílias, com sonhos de seguir uma carreira digna, se deparam com esta selvageria, sem regras nem métodos. Por favor não insultem minha inteligência dizendo que nada aconteceu de anormal. Recalcados que, ao invés de provar sua macheza com os traficantes do morro do alemão, o fazem em jovens inexperientes. Como se não bastasse, e pasmem senhores, a conivência do almirante comandante da escola, que, sem mesmo se interar do que aconteceu, em pleno Jornal Nacional, saiu com esta pérola - na Marinha não´há trote. Com este episódio meus senhores, a altivez e honradez da Marinha do Brasil vai a pique como um navio, no lodo imundo do oceano.
Anônimo disse…
Tenho um amigo q também sofreu no trote supramencionado. o que o almirante Leonardo Puntel disse é pura mentira. e digo mais, esse acontecimento deve ser apurado por um órgão externo, pois sabemos q na apuração da marinha haverá corporativismo. houve trote sim e isso tem que acabar. os responsáveis devem ser exemplarmente punidos, para que covardias como esta não tornem a acontecer.
Anônimo disse…
Tá com medinho??? Pede pra sair Bizonho!!!!
Anônimo disse…
Existe trote sim...........eu estive lá.

Uma tremenda babaquice, coisa de país de terceiro mundo, barbárie.
E pasmem: a formação do Oficial de Marinha é precária, um chute, muito do que se aprende a bordo dos navios é na base do "empurra", "se vira", "se errar eu prendo", os valores e aprendizados principais não são conduzidos a contento, não existem treinos intensivos em simuladores, apenas apanhados gerais.
Eu que tenho computador, aprendí a voar em simuladores, e conseguí melhor desempenho voando aeronaves do que pilotando e conduzindo navios reais........... E tem mais: eu pedí para sair por medo da incompetência da minha formação: muita responsabilidade para pouco treinamento para a função.
Mas apesar de problemas vividos na caserna, eu tenho grande respeito e admiração pelos meus educadores militares, mas digo que o sistema é falho.

E comentário final: para 12 alunos passarem mal e que os tenha levado a insuficiência renal, mesmo que temporária ( do que fico torcendo que os que sofreram isso tenham se restabelecido...), é que sofreram tremendo maltrato.............. foi trote sim, foram barbarizados.

Viva a Marinha! Abaixo o trote!

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