Vida de Jesus em quadrinhos para escolas |
por Angela Pinho, da Folha
A cena, numa escola pública de Samambaia, cidade-satélite de Brasília, precede aula sobre a criação do universo por Deus em sete dias. O colégio é um dos 98 mil do país (entre públicos e particulares) que ensinam religião.
O número começou a ser levantado em 2009, no censo da educação básica feito pelo Inep (instituto ligado ao MEC). Ao todo, metade das escolas do país tem ensino religioso na grade curricular.
O fundamento está na Constituição, que determina que a disciplina deve ser oferecida no horário normal da rede pública, embora seja opcional aos estudantes. Escolas particulares não precisam oferecê-la, mas, se assim decidirem, podem obrigar os alunos a assistirem às aulas.
Não há, porém, uma diretriz nacional sobre o conteúdo -a lei proíbe só que seja feita propaganda religiosa e queixas devem ser feitas aos conselhos de educação.
Assim, Estados e municípios adotam formatos diversos. Uns põem religiosos para dar as aulas; outros, professores formados em história, pedagogia e ciências sociais.
É o caso do DF, onde a orientação é que não haja privilégio a um credo -embora a aula em Samambaia possa ser considerada controversa.
A conveniência de se oferecer ou não o ensino religioso é, sim, algo controverso.
Uma das maiores discussões ocorreu em 1997, quando, meses antes da visita do papa João Paulo 2º, o governo federal retirou da lei dispositivo que proibia o Estado de gastar dinheiro público com o ensino religioso.
Em 2008, nova polêmica surgiu quando o Brasil assinou com o Vaticano acordo que previa que "o ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental".
A controvérsia foi a menção explícita ao catolicismo, vista por alguns como privilégio a uma única religião.
Para Roseli Fischmann, professora da USP, a disciplina fere o caráter laico do Estado. "Precisaríamos ter a coragem de aprovar emenda que a retirasse da Constituição", afirma.
Presidente do Fonaper (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso), Elcio Cecchetti defende a disciplina sob o argumento de que as crenças ou a ausência delas são "dados antropológicos e socioculturais" que devem ser ensinados, mas sem privilégio a uma religião.
A polêmica chegou à Justiça. Desde o ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) analisa ação em que o Ministério Público Federal pede que determine que o ensino religioso só possa ser de natureza não confessional e proibindo que religiosos sejam professores.
agosto de 2010
Comentários
Um foi a parábola do samaritano. A outra foi do publicano humilde e do fariseu.
Se vocês ateus agora não querem mais que ninguém aprenda a ajudar seu semelhante a ser humilde, vocês não terão nada que reclamar quando sofrerem as consequências da juventude delinquente que vocês ajudaram a produzir.
P.S. Não foi o ateísmo que matou mais de 90 milhões de pessoas inocentes no mundo, foram bastardos defensores de uma corrente chamada stalinismo ou suas variantes que mataram essas pessoas, ou seja, nisso aí se trata de política e não de ateísmo ou de comunismo (que por sinal, essas correntes políticas nada tinham de socialistas ou comunistas, pois comunismo e socialismo equivalem à liberdade e não à burocratização e crimes contra a humanidade, conforme erram os fundamentalistas religiosos no Brasil).
Seu argumento é ilógico, uma vez que não é necessário o ensino religioso para que alguém aprende a ter solidariedade e humildade.
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