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1ª Convenção Mundial de Ateus pede a não interferência da religião no Estado

A Primeira Convenção Mundial de Ateus, que começou hoje (sexta, 3) em Dublin (Irlanda), vai aprovar ao seu final, domingo, a Carta de Dublin defendendo que o Estado (leia-se também governo dos países) não sofra quais interferências da religião.

Será ainda lançada oficialmente a Aliança Ateia Internacional (Atheist Alliance International), a ser presidida por Tanya Smith, da Austrália, .

A convenção reúne cerca de 350 delegados, entre eles da América da Sul. Ela é presidida pelo biólogo britânico Richard Dawkins. A neurobióloga Lone Franl, o escritor americano Bobbie Kirkhart e o indiano Aroup Chaterjee são alguns dos palestrantes.

Os termos da Carta de Dublin estão sendo discutidos por ateus europeus desde o ano passado.

O site da associação dos Ateus da Irlanda, que está organizado a convenção, pede sugestões sobre como deve ser a versão final do documento, no que se refere aos pontos essenciais, e propõe dois projetos.

No projeto A, destaca-se, entre outros, os seguintes pontos: Estado deve ser rigorosamente neutro em termos de religião, sem favorecer nem prejudicar ninguém; as religiões não devem ter benefício do Estado, como isenção de impostos e incentivos fiscais para financiar escolas confessionais; a educação tem de ser laica, a escola tem de ensinar a diferença entre fé e razão e a ciência tem de ser ensinada ser interferência religiosa; a liberdade de praticar uma religião vai até onde começa os direitos dos outros; a lei tem de ser democrática, válida para todos, sem a existência de tribunais para pessoas de determinadas religiões; prestadores de serviços sociais com crenças religiosas ficam proibidos de discriminar pessoas e de fazer proselitismo.


O projeto B, entre outros, prevê os seguintes termos: a soberania do Estado não deriva de nenhum Deus; a Constituição do país não pode ter qualquer referência direta ou indireta a Deus, fé ou religião; escola pública não deve ter ensino religioso; a lei não pode proibir ou punir quem nega a fé ou qualquer manifestação religiosa; nenhuma instituição do Estado deve impor qualquer código religioso.

Os organizadores da convenção informam que os ingressos para assistir as palestras se esgotaram, mesmo, ironizam, antes do dia 21 de maio, data do fim do mundo, conforme previu um pastor evangélico americano.

Com informação do site do Aheist Ireland.

maio de 2011

Comentários

Anônimo disse…
Aprovo totalmente os projetos A e B. Queira estar nessa convenção.
D(ex)crente disse…
O projeto A parece mais objetivo do que o B, que é muito genérico.
Medius disse…
Dawkins é Queniano.
Anônimo disse…
Richard Dawkins nasceu em Nairobi, Quênia, e se naturalizou britânico.
Anônimo disse…
RELIGIÃO POLÍTICA E POLÍTICA RELIGIOSA AMBAS APROVEITAM-SE DA AUSÊNCIA DO ESTADO LAICO E POLÍTICA SECULAR. Já aconteceu na Alemanha, no século XIX, na Itália Fascista, na Espanha Franquista, e em Portugal de Salazar. O Estado, se dizendo auto-emancipado, da religião, após a separação desta, e estabelecido como Poder Secular, não realiza contudo a emancipação DA SOCIEDADE como um todo, pois continua representando e servindo interesses particulares, de grupos fracionados dessa mesma sociedade. MESMA COISA QUE A RELIGIÃO, que também é uma instituição multimilenar de idênticos fins, cujas práticas destinam-se ao controle universal, servindo a interesses de grupos privados, e seus objetivos particulares de dominação e exploração. Nos EUA , por exemplo, a quem servem pastores, igrejas, movimentos criacionista, antiabortista, antihomossexualidade, defesa do casamento heterossexual e até de um aumento da natalidade? A própria Condoleeza Rice afirmou: " A América precisa urgentemente de bebês". Claro, subentenda-se, de bebês brancos, pois a supremacia étnica saxônica é hoje apenas simbólica, cultural; a maioria da população é mestiça, hispânica, negra, asiática. Todas estas "políticas religiosas" e "religião política" são idênticas e puramente retóricas; a emancipação da sociedade pelo Estado nunca se efetivou, quem se emancipou foi o Estado, ao separar-se da religião, de quem era títere e lacaio; mas não emancipou o povo, a massa, apenas deu-lhe um documento demagógico, chamado título de eleitor, que "confere cidadania"; como outrora a Igreja distribuía água-benta na cabeça dos neófitos e "conferia" a suposta filiação divina. Somente com a política tornada secular e efetivamente uma política digna do nome, porque praticada por todos na universalidade; não por facções chamadas APROPRIADAMENTE de "partidos" políticos, teremos uma política e um Estado laicos, portanto, fundamentalmente de direito, e democráticos e constitucionais.
Anônimo disse…
Como todo país laico, ainda acho que nele deveria haver democracia.

Façamos uma eleição interna NO NOSSO PAÍS, e decidamos o que entendemos e o que queremos para nós BRASILEIRO, quem perder mude-se!!!!!

O exercício da soberania popular mediante plebiscito: Uma proposta de laicidade.
Vinícius D. disse…
Resposta ao Anônimo que postou em 05/06/11 03:49:
O Brasil é um Estado de maioria religiosa, logo uma decisão que o tornaria mais secular talvez não fosse bem vista/aceita. Esse é o problema da decisão tomada pela maioria!
Anônimo disse…
Resposta ao Anônimo que postou em 05/06/11 03:49:

O que você entende por Democracia, chama-se ditadura de maioria. Napoleão e Hugo Chavez governam/governaram por meio de plebiscito. Ambos, ditadores disfarçados.
Partita disse…
A proposta deles é muito correta e coerente, não prejudica ninguém, pelo contrário, favorece a democracia. Eu só não acredito que alguém ainda seja contra uma postura tão respeitosa e necessária como essa.

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