Satanás criou um acorde musical, o trítono |
por Vanda Marques, do Informação
O trítono foi batizado pela Igreja Católica, na Idade Média, como música do Diabo que incita a sentimentos sexuais. "Era o som usado para chamar a besta. Há qualquer coisa sexual no trítono. Na Idade Média quando as pessoas, ignorantes e assustadas, ouviam algo assim e sentiam o corpo a reagir pensavam: "Uh oh, vem aí o Diabo", explicou o produtor de rock, Bob Ezrin à BBC.
Mas não é só a música que é obra do Diabo. Os filmes de terror são uma imagem de marca e a moda também pode roçar obra de Belzebu. A literatura, claro, não podia ficar de fora. O Vaticano inventou até uma coisa para simplificar: o Index. A lista de coisas culturais a evitar se não querem ter uma indigestão espiritual foi abolida em 1966. Hoje já não faz mal.
O rock''n''roll, o jazz, os blues são músicas demoníacas. Robert Johnson, lenda dos blues, revelou até que fez um contrato com o Diabo e por isso é que tocava tão bem. Isso já sabemos. Mas desde a Idade Média que a Igreja avalia criteriosamente o tipo de música que ouvimos. É que o Diabo não descansa e adora os prazeres da carne, logo, a música que nos põe a dançar.
Mas não é só a música que é obra do Diabo. Os filmes de terror são uma imagem de marca e a moda também pode roçar obra de Belzebu. A literatura, claro, não podia ficar de fora. O Vaticano inventou até uma coisa para simplificar: o Index. A lista de coisas culturais a evitar se não querem ter uma indigestão espiritual foi abolida em 1966. Hoje já não faz mal.
O rock''n''roll, o jazz, os blues são músicas demoníacas. Robert Johnson, lenda dos blues, revelou até que fez um contrato com o Diabo e por isso é que tocava tão bem. Isso já sabemos. Mas desde a Idade Média que a Igreja avalia criteriosamente o tipo de música que ouvimos. É que o Diabo não descansa e adora os prazeres da carne, logo, a música que nos põe a dançar.
O trítono, o tal intervalo musical que atravessa três tons que podemos ouvir em exemplos como a quinta diminuta ou quarta aumentada, é fruto do Demónio e a Igreja proibiu todos esses sons. Agora, já não se fala tanto nisso, e são muitas as bandas que abraçam essa herança. Os Black Sabbath são os advogados do trítono e há mais nomes como Beethoven, Wagner, Jimi Hendrix, o musical "West Side Story" e até o tema dos "Simpsons".
Das primeiras vezes que se viu uma minissaia no cinema foi nos anos 50 no filme: "Devil Girl from Mars" (Rapariga do diabo de Marte). A quantidade de perna mostrada era um escândalo. Nos anos 60, a coisa mudou. Londres era a capital da minissaia, uma invenção atribuída a Mary Quant que resolveu subir a bainha das saias acima dos joelhos. Entretanto, evoluímos, há mais liberdade de costumes, mas os preconceitos permanecem. A minissaia continua a ser acusada de pacto com o Diabo. Em janeiro deste ano, na cidade de Toronto, uma polícia aconselhou as mulheres a não se vestirem de forma provocante, com minissaias, se querem evitar ser violadas.
A literatura seria bem mais chata sem nomes como Balzac, Victor Hugo, J. S. Mill, Stendhal, Emile Zola, Gustave Flaubert ou Alexandre Dumas. Estes autores estiveram todos na lista dos proibidos. Mas há mais. As obras de não ficção de Jean-Paul Sartre, René Descartes, Galileo Galilei, David Hume, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant também lá estavam. Dá vontade de perguntar: o que é que se podia ler afinal? Restava alguma coisa?
Das primeiras vezes que se viu uma minissaia no cinema foi nos anos 50 no filme: "Devil Girl from Mars" (Rapariga do diabo de Marte). A quantidade de perna mostrada era um escândalo. Nos anos 60, a coisa mudou. Londres era a capital da minissaia, uma invenção atribuída a Mary Quant que resolveu subir a bainha das saias acima dos joelhos. Entretanto, evoluímos, há mais liberdade de costumes, mas os preconceitos permanecem. A minissaia continua a ser acusada de pacto com o Diabo. Em janeiro deste ano, na cidade de Toronto, uma polícia aconselhou as mulheres a não se vestirem de forma provocante, com minissaias, se querem evitar ser violadas.
A literatura seria bem mais chata sem nomes como Balzac, Victor Hugo, J. S. Mill, Stendhal, Emile Zola, Gustave Flaubert ou Alexandre Dumas. Estes autores estiveram todos na lista dos proibidos. Mas há mais. As obras de não ficção de Jean-Paul Sartre, René Descartes, Galileo Galilei, David Hume, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant também lá estavam. Dá vontade de perguntar: o que é que se podia ler afinal? Restava alguma coisa?
A iniciativa foi criada em 1559 e tinha o nome de Index Librorum Prohibitorum (Índice dos livros proibidos). O objetivo inicial era lutar contra o crescimento do protestantismo, mas depois deixaram-se levar pelo entusiasmo e censuraram poetas e romancistas.
Mais sobre o trítono. Coisas do diabo.
Mais sobre o trítono. Coisas do diabo.
março de 2011
Comentários
Ah, o diabo! Bem que podia ser o amante, este o próprio diabo encarnado, destruidor do lar, corneador de honestos pais de família, violador de esposas, criador de quengas, como se dizia no Nordeste. O amante era geral bem pago, como o de minha tia Ciganita (nome fictício) que gastou toda fortuna herdada de seu marido Fifico, exportador de cera de carnaúba, com seu caboclo apaixonado Vicêncio. Aqueles tempos o diabo aparecia mais, era mais visível, hoje é bastante difuso, diluído, na banalidade quase imperceptível e não identificável do mal. Os monstros convivem com as crianças desde cedo, jogos eletrônicos e pornografia idem, derramamentos de sangue e carnificina vão desde games a um simples telejornal...O diabo outrora era mais compacto, mais segregado, embora fizesse parte, como aliás a própria Bíblia o narra, das altas rodas sociais. De rodear a terra e percorrê-la, como disse o próprio a Deus no livro de Job, o diabo nunca se cansou. Não é estranho que sem ele não haveria música, uma vez que reza a lenda que ele é o Principado dela, o Regente Supremo do Coro Celeste, que entoa infindável louvor. Provavelmente tenha se cansado da excelsa e interminável cantoria de loas à divindade, e tenha vindo curtir os elétricos, os atabaques, mais propensos ao frenesi, ao estertor - coisas que o diabo gosta-, e se especializou com a endiabrada humanidade. O diabo ficou mais humano, e a humanidade mais diabólica. Foi um lucrativo intercâmbio cultural pra ambos. Sem o diabo, aliás, não teríamos nem conhecimento, pois foi ele travestido de serpente quem nos tirou da inocência infernal e pôs nossa estirpe no paraíso contraditório da ciência. Dizia a sevillana de Bizet que seu namorado era o diabo. Não duvido. Afinal, com a mulher, nem ele pode. Ela não teve medo, diz a canção, e enfiou-o porta adentro. "Mon amoureux, il est au diable, je le mis a porte hier". Não aconselho tentar em casa...
Certa vez fui a um casamento evangélico e as pessoas sabendo que eu não sou religioso tentaram me acalmar: "Não se preocupe, a música que a banda vai tocar é secular, não é gospel." Mas eles tocaram música gospel e não secular.
Por quê estou compartilhando este fragmento de história? Pelo simples motivo que o camarada aí em cima demonstra completo desinteresse e inaptidão para ler, estudar ou pesquisar além do seu pequeno círculo de textos e opiniões viciados, assim como aqueles que chamam música gospel de secular numa tentativa vã de validar algo ou criar um novo estilo com mais crédito.
O funk é o novo trítono. Excelente essa, hein.
Música é uma arte, e arte ñ tem rosto. Nós moldamos ao nosso bel-prazer. Elvis Presley cantou a linda música gospel Amazing Grace, mas tbm cantou Devil in Disguise.
P/ o Cristão: O q está em todas as coisas? deus ou o diabo? Decida-se!!!
Agora uma explicação básica:
- Diabo (do romano diabolus), foi a generalização do daemon, posto "num balaio" de q todo daemon é mal....
- Demônio (do grego daemon) De uma certa forma, podemos traduzir como espíritos. Existiam daemons bons e daemons maus.
- Satan (do persa Satan), nada mais é q o "acusador". Ou seja, o satan do fogo é a água, o satan do Internacional é o Grêmio e vice-versa. Esse termo já existia na Pérsia, cuja função era a de percorrer secretamente o reino e fiscalizar tudo o que estava sendo feito de mal no sentido de apresentar denúncias diante do Imperador, que mandava chamar os funcionários faltosos e os castigava.
- Lúcifer (do latim lux fero, Aquele q traz a luz), o versículo 12 do capítulo 14 de Isaías deu origem a palavra Lúcifer quando da tradução da Vulgata. Alguns teólogos citam ainda Ezequiel 37:2-11 , como referentes a ele. No entanto, nos textos da Bíblia hebraica e grega, esta palavra não aparece. O capítulo 14 de Isaías do versículo 3 ao 22 refere-se a queda e destruição do rei Nabucodonosor da Babilônia. Alguns teólogos citam ainda Ezequiel 37:2-11 , como referentes a ele. No entanto, nos textos da Bíblia hebraica e grega, esta palavra não aparece. O versículo no Latim onde São Jerônimo coloca a palavra Lúcifer: " quomodo cecidisti de caelo LUCIFER (astro brilhante, ou luz matutina) qui mane oriebaris corruisti in terram qui vulnerabas gentes". Como caíste de céu, ò estrela d'alva, filha da aurora! Como foste atirada à terra, vencedora das nações. (Isaías 14:12). Assim fica constatado que o termo é latino, e lançado por São Jerônimo, quando fez a tradução da Bíblia grega para o latim (Vulgata Latina) no século III da era Cristã, em nada tendo a ver com o texto original. Alguns tentam ligar esta passagem ao Apocalipse 8,10 como sendo aí a queda de Lúcifer, mas a história de que seria o chefe dos anjos caídos, citados na II epístola de Pedro 2:4 e Judas 6, não tem fundamento comprovado no AT.
- Inferno (inferus = o que está por baixo), da teologia cristã uma comparação com o "sheol" dos hebreus. O Sheol dos hebreus é apenas um local onde permanecem os mortos, todos os mortos que se transformam em rephaïm, ou seja, "sombras". Nada de sofrimento eterno, nada de diabo, demônios, lago de fogo e blá blá blá.
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