O pastor Bezerra escolheu os
candidatos às eleições
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Diferentemente, portanto, dos 22 deputados federais da AD, que, organicamente, atuam como fossem de uma agremiação político-religiosa, cuja presidência é exercida por José Wellington Bezerra (foto), o líder máximo da Convenção Geral das Assembleias de Deus.
Foi Bezerra que escolheu os 30 candidatos para concorrer nas eleições de 2010. Os 22 eleitos representam 73% desse total – um resultado de causar inveja ao PT, um partido que, embora tenha os eleitores mais bem articulados, elegeu apenas 26,3% dos seus 334 candidatos a deputado federal.
Os deputados da Assembleia de Deus se reúnem às terças-feiras para definir a pauta da semana de acordo com a orientação da igreja. Ronaldo Fonseca (PR-DF), o braço direito de Bezerra no grupo, disse que os partidos já sabem que eles seguem, em primeiro lugar, a AD, principalmente em questões de moralidade.
Essa independência em relação aos partidos, segundo Fonseca, foi fundamental para derrubar a decisão do governo de distribuir o chamado kit gay a escolas públicas. “[A presidente] Dilma não nos peitou”, disse
“Os partidos sabem que não têm como segurar esses deputados”, disse Everaldo Pereira, presidente do PSC, partido da base de apoio do governo. “Falou em aborto, descriminalização da maconha ou casamento gay, os evangélicos votam contra.”
O grupo da AD e, por extensão, a Frente Parlamentar Evangélica, se empenham no momento em aprovar um plebiscito para questionar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que legalizou a união estável de casais do mesmo sexo. Estão confiantes por causa da pesquisa do Ibope indicando que 55% dos brasileiros não apoiam esse tipo de união.
Trata-se de um grupo de grande influência porque a Assembleia de Deus tem mais de 22 milhões de fiéis -- todos potenciais eleitores dos candidatos da denominação. Bem mais do que os 1,4 milhão afiliados ao PT.
Com informação do Valor Econômico.
abril de 2011
Comentários
Precisamos de mais ateus/agnósticos no Congresso. Pelo menos eles são mais imparciais que esses religiosos fundamentalistas.
Uma democracia sem uma sociedade civil atuante e partidos políticos fortes que dialoguem com suas bases (que hoje sequer existem ou estão debilitadas), protegeriam melhor a constituições e os valores que setores atrasados da sociedade ignoram.
Um sistema político que privilegia a defesa de interesses privados e não a construção do bem comum não é de causar espanto a formação de grupos irracionais e rudimentares como a bancada ruralista e a evangélica que são sintomas do nosso atraso político.
O problema não é existirem deputados evangélicos, mas é a desordem política do jogo do toma lá dá cá que faz esses grupos, mesmo sendo minoria no congresso, defender com eficácia sua pauta conservadora e incompatível com o estado de direito laico.
Se a bancada é evangélica ou não, o que importa são so valores, leis e projetos que eles defendem. Eu quando fui evangélico fui vítima de muito preconceito e sabe quando tive voz em algum lugar? Nunca. Até na universidade apenas pelo fato de me assumir como evangélico alguns se afastavam, outros diziam que eu fazia tudo quanto não presta sem nem conhecer minha vida, etc. Não importa a denominação, importa o que cada um tem no coração. Quanto ao kit gay, sou contra sua distribuição do modo que foi feito, sem nenhum tipo de consulta pública junto à população, porque possuem vídeos que assisti com vários gays eles foram quase unânimes em afirmar que os vídeos promovidos no "kit" provocariam ou aumentariam a curiosidade das crianças sobre a prática homossexual e é forçoso, muito forçoso reconhecer neles uma arma eficaz contra a homofobia.
Muitos dos que falam dos evangélicos não conhecem os evangélicos, e se conhecerem a partir deste blog e de boa parte deste tipo de "mídia religioso-sensacionalista" só vai aumentar o preconceito, a desinformação e a cultura do ódio.
Minha opinião é que o que tiver de ser será, e os crentes, apenas os que sabem que são salvos em Jesus Cristo (não os de show, amostrações, cultura do enriquecimento, cultura de bençãos e milagres, etc.) deveriam lutar pela sua salvação e pela tranformação saudável da sociedade, e não votar em um candidato apenas porque ele é da mesma denominação ou pretensamente evangélico.
Seria bom um homem de bem, reconhecidamente de valor, que não se vende nem baixa sua cabeça para grupos e interesses mesquinhos. Existe esse?
Democracia é isso mesmo. As pessoas se amontoam em grupos e escolhem o que sabem ou acreditam ser melhor para eles e para a sociedade. Isto não se dá exclusivamente em termos denominacionais.
E tampouco foi uma questão que surgiu do nada, desde o PCN sobre Orientação Sexual de 1996 e o programa "Educação para a diversidade" lançado em 2006 a questão já faz parte das políticas oficiais e gozam de relativo reconhecimento que garante a liberdade dos professores tratarem do tema em sala de aula com segurança jurídica. (digo isso porque sou professor)
A polêmica do kit gay foi um típico caso de espetaculização e simulação de demonstração de força. Numericamente a bancada evangélica é fraca, e sua única "qualidade' é ser oportunista no jogo de vender apoio em momentos de instabilidade política.
Hoje, a questão religiosa é usada como instrumento do jogo baixo de candidatos desesperados na busca de apoio político.
O complicado da relação entre política e fé hoje é que se utiliza da fé para manipular pessoas, e o principal instrumento para tal é a valorização da ignorância e propagação do medo. É possível uma fé esclarecida, no auge da teologia da libertação existiu isso no Brasil, mas o contexto hoje é outro.
1- As Igrejas não podem ser usadas como ferramentas para agarrar votos seja de católicos ou evangélicos.
2- Um partido deve representar toda a sociedade se um partido se diz católico não terá nenhum compromisso com os que não são católicos e isso exclui ou coage as minorias.
3- Toda e qualquer decisão do legislativo executivo ou judiciário deve ser fundamentada em valores universais e não restritos a uma fé especifica.
O Brasil sendo um país laico (pelo menos teoricamente), é constitucional ou inconstitucional criar algum partido que tenha alguma orientação religiosa (como é o caso do PSC)?
Pra provar o que eu digo ?
a palavra MUÇULMANO significa ´´crente´´
e vcs sabem o que se passa na cabecinha de um crente né ? e de um muçulmano tbm...
Como o caso do ex-ministro Antônio Palocci (Casa Civil) acusado de aumentar seu patrimônio e enriquecer ilegalmente às custas de seu cargo no governo e de receber o dinheiro de uma empresa que doou para a campanha de Dilma. Onde a bancada evangélica, em troca do veto ao kit anti-homofobia, blindou o ex-ministro das acusações que vinha recebendo. As lideranças da bancada religiosa ameaçaram investigar o ex-ministro se o kit anti-homofobia fosse aprovado.
Não há interesse no combate à corrupção ou o bem do país. Só importam os interesses obscuros das lideranças dessas igrejas.
se é laico ,então porque antes não era? a igreja católica ,a globo e etc só sugaram e agora é laico...
o governo é para todos.
ROBERT GREEN INGERSOLL (1833 - 1899)
PROCURADOR, ADVOGADO E ORADOR POLÍTICO NORTE-AMERICANO......................................."Porém agora diz o SENHOR: Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram honrarei, porém os que me desprezam serão desprezados. 1 Samuel 2:30". Paulo Roberto Lopes. Obrigado!
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