Pular para o conteúdo principal

Agnóstico diz por que aceitou participar de encontro com papa

por Andrés Beltramo, do jornal La Stampa

Hurtado diz que solução da
crise exige o diálogo
Sem os ateus, faltaria algo no encontro de Assis. Palavra do filósofo mexicano Guillermo Hurtado (foto), 48, o membro mais jovem da delegação dos quatro não crentes que participam da Oração pela Paz.

Com ele, estão Julia Kristeva, filósofa e psicanalista francesa; Remo Bodei, historiador da Universidade de Pisa; e Walter Baier, economista austríaco, membro do Partido Comunista. A reunião desejada pelo papa, para Hurtado, não é mais inter-religiosa, porque, pela primeira vez, envolve toda a humanidade.

Segue entrevista com Hurtado.

O que um agnóstico faz nessa peregrinação?

Acompanha os crentes na busca da verdade e da paz, como disse Bento 16. Trata-se de uma busca compartilhada da humanidade, na qual um agnóstico, e também um ateu, podem participar com confiança e convicção plenas.

Essa será a primeira vez para os não crentes nos encontros de Assis. Como você interpreta essa novidade?

Como parte de uma vocação universal da Igreja Católica, porque um encontro só de crentes, que deixa de fora aqueles que não o são, não seria um reflexo das aspirações comuns da humanidade. Devemos promover o diálogo entre crentes e não crentes neste momento da história, em que estamos submersos em uma crise muito grande, para encontrar soluções comuns para os problemas comuns.

Há muitos tipos de não crentes: agnósticos, ateus e hostis. Há espaço para todos em Assis?

É um leque que vai desde os ateus beligerantes jacobinos (que pretendem anular a religião) até os agnósticos abertos às manifestações da religiosidade, que buscam respostas espirituais. Não é possível colocar todos os não crentes na mesma categoria. O convite do papa não pode ser considerado como um convite para todos: eu o considero como um convite individual para estabelecer um diálogo com alguns não crentes.

Filosofo ateu recusa convite do papa para encontro inter-religioso.
outubro de 2011

Ateísmo.

Comentários

LEGIÃO disse…
Isso mesmo! O convite deve ser aceito!

Depois, para retribuir a gentileza, Lord Sidious deveria ser convidado pelos Cavaleiros do Ateísmo para uma rodada de reflexões sobre os grandes males do mundo e suas causas.

Por quê tantas mortes por doenças sexualmente transmissíveis nos redutos de crença católica?

Por quê, apesar de toda caridade anunciada, ainda há fome no mundo?

Por quê há crianças sendo estupradas por sacerdotes?

Por quê o Alto Clero não toma providências para levar à Justiça os padres pedófilos?

Por quê a Teologia da Libertação foi fortemente oprimida pela Igreja Católica?

Por quê réles burocratas tem mais ascensão na hierarquia católica do que homens de visão?

Por quê o preconceito contra as mulheres continua a ser incentivado pela ICAR?
Caruê disse…
Hoje em dia declarar-se agnóstico é como declarar-se mamífero ainda fica faltando falar a sub-classe, infraclasse, ordem, subordem...
Agnóstico originalmente diz respeito a quem tem convicção de que a questão Deus existe é insolúvel. Existem também agnósticos com esperanças de solucionar esta questão, outros assumem uma postura em cima do muro sem acreditar ou desacreditar em Deus. Sendo a ultima a mais incorreta.
Em minha analise o termo agnóstico e ateu não são excludentes. O primeiro diz respeito a possibilidade de provar se Deus existe ou não o segundo diz respeito a descrença em Deus.
Sou tanto ateu quanto agnóstico.
Quanto ao encontro fico feliz, embora duvide que exista um debate em terreno religioso, apenas a presença de dissidentes já é bem vinda.
Anônimo disse…
Ser ateu é ignorar a religião.
Devemos nos ater a combater seus crimes, apenas.
Aos que creem nossos mais profundos sentimentos.
Anônimo disse…
"Ser ateu é ignorar a religião."
Não. Ser ateu não tem a ver com religião, tem a ver com a crença em deus(es).

Uma pessoa pode ser ateia e ter religião, algo que acontece com alguns ateus budistas.
LEGIÃO disse…
Tenho observado que entre os não crentes, há uma divisão:

a) Os que pregam a descrença e

b) Os que pregam a anti-crença.

A Descrença caracteriza-se pelo abandono sistemático das crenças. Já a Anti-crença, frequentemente, usa instrumentos da crença para fomentar a descrença.

As definições simplistas do que é ser ateu são imprecisas e pouco efetivas em termos de resultados.

Particularmente, simpatizo com a anti-crença, pois não se ocupa de argumentações vãs, indo direto ao ponto, com as mesmas armas do inimigo. A Anti-crença é a reengenharia da crença.

Um bom exemplo do uso da anti-crença é empregar a "Regra de Ouro" ao caso da demissão de muçulmanos pela empresa Hertz: E se, durante as orações em uma mesquita, sacássemos o celular ou o laptop e começássemos a trabalhar? Seríamos expulsos do recinto?

A resposta, dado o fervor religioso maometano, é simples: Sim, seríamos expulsos.

Daí se conclui que a Hertz está correta em demitir os muçulmanos que rezam durante o serviço.
LEGIÃO disse…
Ainda sob a luz da anti-crença, nos casos envolvendo símbolos religiosos em repartições públicas: É aceitável que o Governo faça sua propaganda e insira seus símbolos nas igrejas?

A resposta, todo mundo sabe. É claro que não.

Então, pela regra de ouro (que se atribui a Jesus, durante o Sermão da Montanha) não se deve inserir símbolos ou propaganda religiosa nas repartições públicas.
Anônimo disse…
Augusto disse...

Respondendo ao LEGIÃO

"Por quê tantas mortes por doenças sexualmente transmissíveis nos redutos de crença católica?"

Por que não seguem as orientações da Igreja.

Se todo mundo, ou quase todo mundo, fosse fiel a Igreja, certamente DST´s como a AIDS deixariam de existir.

Se só os casados fizesse sexo, como as DST´s iriam se espalhar??



"Por quê, apesar de toda caridade anunciada, ainda há fome no mundo?"

Porque os governos estão mais preocupados em acumular fortunas pessoais do que fazer bem o seu trabalho.


"Por quê há crianças sendo estupradas por sacerdotes?"

Mais de 90% das crianças são abusadas pela própria família.
Devemos tirá-las de suas próprias famílias como uma forma de prevenção?


"Por quê o Alto Clero não toma providências para levar à Justiça os padres pedófilos?"

Que provas você tem? Queria ver se você fosse acusado de algo que não fez e algo juíz te prendesse.


"Por quê a Teologia da Libertação foi fortemente oprimida pela Igreja Católica?"

Isso é problema seu? É incrível como tem gente que adora se meter em algo que elas não têm nada a ver só para ver o circo pegar fogo.

Acho que está bom. Vou parar por aqui.
Tenho observado que entre os não crentes, há uma divisão:

a) Os que pregam a descrença e
b) Os que pregam a anti-crença.


Existe um terceiro grupo, o dos que pregam crenças não religiosas (mas igualmente iracionais) e ainda assim se acham melhores do que os religiosos.

Por exemplo: há pessoas que não creem em religiões, mas são nacionalistas ao extremo.

A Descrença caracteriza-se pelo abandono sistemático das crenças. Já a Anti-crença, frequentemente, usa instrumentos da crença para fomentar a descrença.

Acho que poderíamos refinar melhor a sua distinção: a descrença se caracteriza pelo abandono da crença (note que é um fator relativo, não se é totalmente crente e nem descrente) enquanto a anti-crença é uma atitude de reação à crença. Todo anti-crente é um crente latente.

As definições simplistas do que é ser ateu são imprecisas e pouco efetivas em termos de resultados.

Uma vez que o termo "ateu" não foi criado pelos descrentes, mas pelos crentes, com objetivo justamente de rotular e oprimir. Os ditos ateus propriamente ditos não se interessam em defini-lo precisamente (ou o definem contraditoriamente) porque, no fundo, ateísmo não é um sistema. Querer definir o ateísmo é como tentar encontrar fisicamente uma fronteira marcada no mapa: busca-se um limite arbitrário, traçado por gente que não vive lá.

Particularmente, simpatizo com a anti-crença, pois não se ocupa de argumentações vãs, indo direto ao ponto, com as mesmas armas do inimigo. A Anti-crença é a reengenharia da crença.

Eu tenho medo da anti-crença, pois ela tem um potencial dogmático muito forte. No fundo, uma anti-crença é uma crença ao contrário, tal como um número negativo ainda pertence ao conjunto dos inteiros.
renato disse…
José Geraldo,vc escreve que:

"Uma vez que o termo "ateu" não foi criado pelos descrentes, mas pelos crentes, com objetivo justamente de rotular e oprimir. Os ditos ateus propriamente ditos não se interessam em defini-lo precisamente (ou o definem contraditoriamente) porque, no fundo, ateísmo não é um sistema. Querer definir o ateísmo é como tentar encontrar fisicamente uma fronteira marcada no mapa: busca-se um limite arbitrário, traçado por gente que não vive lá."

Agora eu lhe pergunto se a Igreja de Cristo é um sistema?
Tambem eu lhe digo que querer definir a Igreja de Cristo é como tentar encontrar fisicamente uma fronteira marcada no mapa: busca-se um limite arbitrário, traçado por gente que não vive lá.

Claro que o ateísmo é um sistema!Seja que tipo de ateísmo for,sera sempre um sistema.
Agora eu lhe pergunto se a Igreja de Cristo é um sistema?

Sim ou não. Depende do ângulo pelo qual vc olha.

Se você olha pelo lado da coerência global, "a igreja" não é um sistema, mas um agrupamento difuso de sistemas e pseudo-sistemas. Mas se olha pelo lado da coerência interna, cada igreja é um sistema auto-definido, pois se baseia em um conjunto de pregações mais ou menos fluidamente coerentes.

O que torna as igrejas diferentes do ateísmo é que o conceito de "igreja" é historicamente desenvolvido pelos crentes, só que o ateísmo também. Veja bem, o "ateísmo" não é um conceito criado por ateus. "Ateísmo" é um conceito oposto ao de religião ou de igreja, um conceito nascido no seio da religião.

Foi isso que eu quis enfatizar ao dizer que o ateísmo não é um sistema.

P.S. - As igrejas reivindicam suas fronteiras no mapa, mesmo que não sejam reconhecidas pelos outros "países" do universo filosófico. Isso difere do ateísmo que, de certa forma, não considera as fronteiras como algo real ou necessário. A melhor comparação seria das igrejas como países e os ateus como anarquistas.
Ichthys disse…
parabéns, a esse grupo ateu é a primeira vez que vejo ateus conscientes de que fazem parte de uma sociedade que também é crente e não precisam ignora-la, e embora sejam uma pequena minoria está bem representada e é isso que importa...

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Dawkins é criticado por ter 'esperança' de que Musk não seja tão estúpido como Trump

Tibetanos continuam se matando. E Dalai Lama não os detém

O Prêmio Nobel da Paz é "neutro" em relação às autoimolações Stephen Prothero, especialista em religião da Universidade de Boston (EUA), escreveu um artigo manifestando estranhamento com o fato de o Dalai Lama (foto) se manter neutro em relação às autoimolações de tibetanos em protesto pela ocupação chinesa do Tibete. Desde 16 de março de 2011, mais de 40 tibetanos se sacrificaram dessa dessa forma, e o Prêmio Nobel da Paz Dalai Lama nada fez para deter essa epidemia de autoimolações. A neutralidade, nesse caso, não é uma forma de conivência, uma aquiescência descompromissada? Covardia, até? A própria opinião internacional parece não se comover mais com esse festival de suicídios, esse desprezo incandescente pela vida. Nem sempre foi assim, lembrou Prothero. Em 1963, o mundo se comoveu com a foto do jornalista americano Malcolm Wilde Browne que mostra o monge vietnamita Thich Quang Duc colocando fogo em seu corpo em protesto contra a perseguição aos budistas pelo

TJs perdem subsídios na Noruega por ostracismo a ex-fiéis. Duro golpe na intolerância religiosa

Jornalista defende liberdade de expressão de clérigo e skinhead

Título original: Uma questão de hombridade por Hélio Schwartsman para Folha "Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos"  Disputas eleitorais parecem roubar a hombridade dos candidatos. Se Fernando Haddad e José Serra fossem um pouco mais destemidos e não tivessem transformado a busca por munição contra o adversário em prioridade absoluta de suas campanhas, estariam ambos defendendo a necessidade do kit anti-homofobia, como aliás fizeram quando estavam longe dos holofotes sufragísticos, desempenhando funções executivas. Não é preciso ter o dom de ler pensamentos para concluir que, nessa matéria, ambos os candidatos e seus respectivos partidos têm posições muito mais próximas um do outro do que da do pastor Silas Malafaia ou qualquer outra liderança religiosa. Não digo isso por ter aderido à onda do politicamente correto. Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos. Acredito que clérigos e skinheads devem ser l

Veja os 10 trechos mais cruéis da Bíblia

Profecias de fim do mundo

O Juízo Final, no afresco de Michangelo na Capela Sistina 2033 Quem previu -- Religiosos de várias épocas registraram que o Juízo Final ocorrerá 2033, quando a morte de cristo completará 2000. 2012 Quem previu – Religiosos e teóricos do apocalipse, estes com base no calendário maia, garantem que o dia do Juízo Final ocorrerá em dezembro, no dia 21. 2011 Quem previu – O pastor americano Harold Camping disse que, com base em seus cálculos, Cristo voltaria no dia 21 de maio, quando os puros seriam arrebatados e os maus iriam para o inferno. Alguns desastres naturais, como o terremoto seguido de tsunami no Japão, serviram para reforçar a profecia. O que ocorreu - O fundador do grupo evangélico da Family Radio disse estar "perplexo" com o fato de a sua profecia ter falhado. Ele virou motivo de piada em todo o mundo. Camping admitiu ter errado no cálculo e remarcou da data do fim do mundo, que será 21 de outubro de 2011. 1999 Quem previu – Diversas profecias

Mãe evangélica ora para Deus e diabo e degola filho de 5 anos

Elizete diz que  ouve vozes Com uma serenidade pontuada por timidez e com frases bem construídas, aparentemente com nexo, Elizete Feitosa de Sousa (foto), 26, se mostrou em uma entrevista estar em seu pleno controle mental, até quando disse que ouvia vozes mandando que matasse seus dois filhos. Na noite de domingo (21), no assentamento Califórnia, a 10 km de Açailândia (MA), Elizete degolou Jonas, 5, o caçula. O assentamento tem 13 anos e é administrado pelo MST. Açailândia tem cerca de 100 mil habitantes e fica a 600 km de São Luis. “Eu premeditei”, disse Elizete. Ela esperou o filho dormir, rezou de joelhos para Deus e o diabo e passou uma faca de cozinha no pescoço de Jonas. “Ele abriu os olhos e aí um pus mais força (na faca) para que não sofresse.” A polícia ficou sabendo da morte do menino pelo agente funerário ao qual a família de Elizete tinha encomendado um caixão. Elizete disse que na verdade teria de matar um vizinho que, entre outros, debochava dela quand

Maioria jamais será ateia nem fiel da Iurd, diz padre Marcelo

Para Rossi, Deus não reconhece casal de gays como família O jornal Correio da Manhã, de Portugal, perguntou ao padre Marcelo Rossi (foto): - O que o assustaria mais: um Brasil que deixasse de crer em Deus ou um Brasil crente em que a Iurd fosse maioritária? A resposta foi enfática: - Não acredito que isso possa acontecer. Nunca. O Brasil não vai deixar que isso aconteça. Rossi foi evasivo ao responder se está ou não preocupado com o avanço no Brasil dos evangélicos protestantes. “Há igrejas e igrejas”, disse. “Uma coisa são as igrejas tradicionais evangélicas e outra são as seitas.” O padre foi entrevistado por Leonardo Ralha a propósito do lançamento em Portugal do seu livro 'Ágape'. Ele disse ter ficado surpreso com das vendas do livro no Brasil – mais de sete milhões de exemplares, contra a expectativa dele de um milhão. Atribuiu o sucesso do livro à sua tentativa de mostrar às pessoas um resumo dos dez mandamentos: “amar a Deus sobre todas as