por Guila Flint para BBC Brasil
Centenas de judeus israelenses assinaram uma petição solicitando que as autoridades do país os registrem como "sem religião" e apaguem a qualificação deles como judeus nos registros civis. Os documentos, assinados na noite de domingo perante advogados em Tel Aviv, serão encaminhados ao Ministério do Interior.
Os signatários exigem a separação clara entre o Estado e a religião em Israel e consideram a religião irrelevante para os registros civis.
Um dos que assinaram, o jornalista Uri Avnery, de 88 anos, disse à BBC Brasil que a assinatura em massa do documento "é um passo importante para que finalmente a religião seja separada do Estado".
"Israel está se transformando em um Estado teocrático no qual os ultraortodoxos controlam todos os aspectos da vida do cidadão", afirmou Avnery.
"Sou um total ateu e não vejo razão alguma para que eu esteja registrado como pertencente à religião judaica e subordinado ao rabinato", disse.
O Estado de Israel classifica uma pessoa que nasceu de mãe judia ou se converteu ao judaísmo de acordo com as regras ortodoxas como pertencente à religião e à nacionalidade judaica.
Algumas leis do país, no entanto, fazem distinções entre cidadãos judeus israelenses e árabes israelenses.
Por exemplo, a maioria das terras públicas em Israel não pode ser vendida a cidadãos não-judeus, pois existem restrições nos regulamentos das instituições que administram as terras, segundo as quais terras públicas só podem ser transferidas para judeus.
O movimento para apagar a definição de judaísmo nos registros civis começou com o ato individual do escritor Yoram Kaniuk, que moveu um processo contra o Ministério do Interior exigindo ser registrado como "sem religião".
No dia 5 deste mês, o Tribunal de Tel Aviv resolveu aceitar o recurso de Kaniuk e instruiu o Ministério do Interior a cancelar a definição de judaísmo de seus registros.
Kaniuk, considerado um dos escritores mais importantes de Israel, afirma que pertence ao povo judeu, mas não à religião judaica. "Hoje em dia, os maiores inimigos do judaísmo são o rabinato e as autoridades ortodoxas", afirmou.
O poeta Oded Carmeli, um dos organizadores do movimento, disse que o precedente criado por Kaniuk lhe possibilitou "sair do armário". "Sempre fui ateu, mas no judaísmo qualquer pessoa cuja mãe é judia é automaticamente considerada como pertencente à religião judaica, desde o momento em que nasce."
"Quando nasci, ninguém me perguntou se queria ser registrado como judeu ou não, mas agora, depois do ato de Kaniuk, finalmente posso me registrar de acordo com a minha verdadeira identidade, pois não acredito em nenhum Deus", disse Carmeli.
Para Miki Gitsin, líder do movimento Israel Livre, "centenas de israelenses não suportam mais o fato que as instituições rabínicas e os políticos ultraortodoxos controlam suas vidas e os impedem de viver de acordo com seus princípios".
Uma das principais restrições impostas pelas autoridades religiosas ao público laico é a ausência de casamento civil em Israel. Um homem definido como judeu só pode se casar de acordo com os preceitos do rabinato, e somente com uma mulher judia. Se um cidadão israelense quiser se casar em casamento civil terá que viajar para o exterior.
O pedido de apagar a religião judaica dos registros civis desperta a indignação de muitos israelenses, que enviam reações furiosas pela internet aos signatários dos documentos.
No site do jornal Haaretz, alguns comentavam que a secularização significaria "a morte de Israel" e que o Estado foi criado para ser judeu.
Um leitor escreveu que a medida é semelhante a "querer que o Vaticano separe Estado e religião". Outro internauta afirmou que "o judaísmo não é apenas uma religião, mas uma ordem social que define os judeus".
Israelense obtém da Justiça sentença que o declara sem religião.
outubro de 2011
Religião no Estado laico.
Centenas de judeus israelenses assinaram uma petição solicitando que as autoridades do país os registrem como "sem religião" e apaguem a qualificação deles como judeus nos registros civis. Os documentos, assinados na noite de domingo perante advogados em Tel Aviv, serão encaminhados ao Ministério do Interior.
Assinaturas em petição para haja
separação entre Estado e religião
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Um dos que assinaram, o jornalista Uri Avnery, de 88 anos, disse à BBC Brasil que a assinatura em massa do documento "é um passo importante para que finalmente a religião seja separada do Estado".
"Israel está se transformando em um Estado teocrático no qual os ultraortodoxos controlam todos os aspectos da vida do cidadão", afirmou Avnery.
"Sou um total ateu e não vejo razão alguma para que eu esteja registrado como pertencente à religião judaica e subordinado ao rabinato", disse.
O Estado de Israel classifica uma pessoa que nasceu de mãe judia ou se converteu ao judaísmo de acordo com as regras ortodoxas como pertencente à religião e à nacionalidade judaica.
Algumas leis do país, no entanto, fazem distinções entre cidadãos judeus israelenses e árabes israelenses.
Por exemplo, a maioria das terras públicas em Israel não pode ser vendida a cidadãos não-judeus, pois existem restrições nos regulamentos das instituições que administram as terras, segundo as quais terras públicas só podem ser transferidas para judeus.
O movimento para apagar a definição de judaísmo nos registros civis começou com o ato individual do escritor Yoram Kaniuk, que moveu um processo contra o Ministério do Interior exigindo ser registrado como "sem religião".
No dia 5 deste mês, o Tribunal de Tel Aviv resolveu aceitar o recurso de Kaniuk e instruiu o Ministério do Interior a cancelar a definição de judaísmo de seus registros.
Kaniuk, considerado um dos escritores mais importantes de Israel, afirma que pertence ao povo judeu, mas não à religião judaica. "Hoje em dia, os maiores inimigos do judaísmo são o rabinato e as autoridades ortodoxas", afirmou.
O poeta Oded Carmeli, um dos organizadores do movimento, disse que o precedente criado por Kaniuk lhe possibilitou "sair do armário". "Sempre fui ateu, mas no judaísmo qualquer pessoa cuja mãe é judia é automaticamente considerada como pertencente à religião judaica, desde o momento em que nasce."
"Quando nasci, ninguém me perguntou se queria ser registrado como judeu ou não, mas agora, depois do ato de Kaniuk, finalmente posso me registrar de acordo com a minha verdadeira identidade, pois não acredito em nenhum Deus", disse Carmeli.
Para Miki Gitsin, líder do movimento Israel Livre, "centenas de israelenses não suportam mais o fato que as instituições rabínicas e os políticos ultraortodoxos controlam suas vidas e os impedem de viver de acordo com seus princípios".
Uma das principais restrições impostas pelas autoridades religiosas ao público laico é a ausência de casamento civil em Israel. Um homem definido como judeu só pode se casar de acordo com os preceitos do rabinato, e somente com uma mulher judia. Se um cidadão israelense quiser se casar em casamento civil terá que viajar para o exterior.
O pedido de apagar a religião judaica dos registros civis desperta a indignação de muitos israelenses, que enviam reações furiosas pela internet aos signatários dos documentos.
No site do jornal Haaretz, alguns comentavam que a secularização significaria "a morte de Israel" e que o Estado foi criado para ser judeu.
Um leitor escreveu que a medida é semelhante a "querer que o Vaticano separe Estado e religião". Outro internauta afirmou que "o judaísmo não é apenas uma religião, mas uma ordem social que define os judeus".
Israelense obtém da Justiça sentença que o declara sem religião.
outubro de 2011
Religião no Estado laico.
Comentários
acho engraçado as pessoas precisarem de um papel pra afirmar sua descrença em alguma coisa.eu nao preciso de papel pra afirmar nada, acho que minha conciencia basta.talvez os judeus acham que fazendo isso vao sofrer menos perseguiçao, isso é bobagem.fico imaginando os judeus ateus nos campos de concentraçao dizendo aos guardas, seus guardas eu nao creio em Deus deixa eu viver.eu que tenho sangue de Judeu me envergonho desses falsos.
Não entendeu patavinas do texto. Quem disse que nos campos de concentração eram apenas enviados judeus da religião "judaica"? Independentemente de serem judeus, cristãos, ateus, eles enviavam o chamado "povo judeu" para os campos. Porque acha que Einstein e tantos outros cientistas e pensadores como Freud e afins tiveram que sair correndo para se refugiarem em outros países no ápice do Terceiro Reich? Se não saísses seriam pegos. E sim, este é um passo importantíssimo, não é a simples auto-afirmação e papelada, mas um importante passo para um "chacoalhão" na burocracia de um país, que de Laico, não tem quase nada. Mostrando que nem todos as pessoas de origem "judia" (termo etnologicamente para mim infundável) são adeptas do judaísmo, o que aceleraria em partes, a quebra e enfraquecimento o poderio do estado, que tem como base, a religião Judaica.
É tradição, na ICAR, o batismo de recém nascidos, assim como o catecismo e a crisma de adolescentes.
Mas, a estória é que Jesus, fundador do Cristianismo, foi batizado aos 30 anos de idade. E Constantino, verdadeiro messias cristão, foi batizado somente em seu leito de morte.
Assim, os países que se consideram laicos deveriam firma em lei que:
................"a submissão a qualquer sacramento religioso e a filiação a qualquer ordem iniciática ou sociedade mística deve ocorrer, somente, após a maioridade civil das pessoas, por livre declaração de sua vontade."
A desobediência a tal preceito legal deveria ser punida com multa à denominação religiosa ou mística ou ao sacerdote independente.
Anderson
Entao, eu apoio essa iniciativa.
Ate porque aqui mesmo no Brasil, nao ha RG ou CPF mostrando afiliacao religiosa do cidadao que usa esses documentos.
Mais na verdade são eles que perseguem todo mundo querendo impor a todo mundo suas leis suas doutrinas suas filosofias e se você é uma pessoa normal sem crenças eles te demonizam.
Religiões, principalmente as religiões do deus de Abraão, são segregadoras.
VEJA COMO ESTES ATEUS ISRAELENSES SAO INGRATOS: GRACAS AO DEUS QUE ELES NAO CREEM, ELES ESTAO VIVOS E PUDERAM NASCER NA TERRA DOS SEUS ANTEPASSADOS, POIS SE DEUS REALMENTE NAO EXISTIR-SE, ISRAEL NUNCA TERIA EXISTIDO E ESTES ATEUS NUNCA TERIAM NASCIDOS. PROVA DO EU ESTOU FALANDO: http://israelemportugues.blogspot.com/2011/05/israel-o-isla-e-o-armagedom.html
DEUS ABENCOE ESTES ISRAELENSES INGRATOS!
Ver seu blog infestado de trolls ultimamente T.T
Da saudades quando era apenas o Cristão infernizando as matérias. Bem, os trolls na verdade sempre estavam presentes mas agora piorou de mais T.T
Você é o Cara^^
Piadista.
Shalom!
Não foi o deus de Abraão que permitiu a esses ateus viverem na terra dos antepassados. Foram os navios de batalha e os aviões bombardeiros dos EUA. Depois que esse país se tornou o grande campeão da II Guerra Mundial, ninguém se metia a besta de recusar-lhe um "pedido".
A ONU, comandada pela América do Norte, colocou os judeus de volta no deserto prometido. Quem estava lá ocupando o lugar teve que arredar, mesmo resmungando. Teve uma guerrinha, mas os judeus a venceram em seis dias e ocuparam um território ainda maior. E, por "coincidência", Israel tinha, já naquela época, armas iguais às dos EUA.
Há esperança no Oriente Médio.
Engraçado esses ortodoxos!
Exigem que Israel "passe o trator" nos palestinos, mas não servem o exército!
Bando de hipócritas!Os judeus russos também são uma corja de urubus.
E quem toma "toco" da comunidade internacional são os israelenses seculares!
Basta!Que seja só o começo do troco!
Pra mim a religião foi enfiada goela abaixo, quando eu ainda não tinha uma opinião formada e nem maturidade pra escolher o que era o melhor pra mim,
Fui batizado bebezinho ,claro não culpo meu pai nem minha mãe, mais sera que não era um direito meu eu decidir sobre isto quando já estivesse maduro e conscientes do meu ato.
Eu comecei a ser doutrinado quando tinha 9 anos, nesta idade a gente acredita nos adulto, a gente acredita em tudo que nos fala..de certa forma é uma covardia fazer isto com a criança, na verdade ela esta sendo robotizada tirando dela o livre pensamento.
Deveria de ter uma léi que proibisse crianças até os 16 anos de frequentarem templos religiosos seja quais forem, espiritismo, candomble, umbanda, catolicismo, evangelicos.
Se os pais quisessem lhes ensinar religião que fizessem isto em casa.
Tenho certeza que como eu não queria não desejava ser doutrinado pelos católicos , muitos judeus não queriam ter sido circuncidados e nem doutrinados como foram.
O certo é criar uma léi para impedir esta robotização religiosa, e quando já estiver adulto e por vontade propria deles eles fazem suas escolhas.
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