O escritor luta contra
um câncer desde 2010
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O New York Times relatou que o ateu talvez mais proeminente dos Estados Unidos ficou lisonjeado com a homenagem, mas também se mostrou um tanto envergonhado. “Acho que ser ateu é ser algo que você é, não o que você faz”, disse.
A entrega do prêmio ocorreu em Houston, o que facilitou o comparecimento de Hitchens porque ele se mudou para um hospital da cidade, o MD Anderson Cancer Center. O escritor está instalado no 12º andar, em um quarto que agora mais parece uma pequena biblioteca temporária. Hitchens levou para lá dezenas de livros.
Além da premiação, ele saiu do hospital para comparecer à convenção porque na véspera daquele dia fez 30 anos de sua partida da Inglaterra, seus país natal, para os Estados Unidos, onde se radicou e obteve cidadania.
Hitchens descobriu que estava com um câncer raro no esôfago em junho de 2010. Desde então já teve duas quedas de cabelos e obviamente teve de parar de fumar e de beber uísque – dois de seus maiores prazeres. Mas não reclama disso. Para ele, o deprimente é ter um tubo de alimentação instalado no estômago. “O gosto se foi”, disse. “Eu nem mais o quero [o paladar]. É incrível com a gente se acostuma com certas coisas.”
Não há perspectiva de cura, e Hitchens, por motivos óbvios, não acredita em milagre. Ele já esteve pior, quando perdeu a fala. "Não sei por que fiquei tão doente. Talvez tenha sido o cigarro ou os genes. Meu pai morreu da mesma coisa. É inútil se entregar ao remorso.”
Psicologicamente, Hitchens continua resistindo. Disse que se vê vivendo com câncer e não morrendo da doença. “Tive algumas noites de tormentos, mas ceder à depressão seria uma traição, uma derrota.”
Ele permanece escrevendo artigos sobre vários assuntos com estilo e erudição. Na semana passada, em um laptop em sua mesa de cabeceira, ficou acordado até a 1h da manhã para terminar um texto para a Vanity Fair.
“A escrita é algo que faço para viver, tudo bem - é o meu sustento. Mas também é minha vida. Eu não poderia viver sem ela", afirmou. Mas deixou de ser prolixo. Hitchens disse que, ao menos por ora, não tem força para escrever um novo livro. O seu mais recente, o Argualby (sem tradução para o português), poderá ser o último.
O jornalista Charles McGrath escreveu que Hitchens tem tido o apoio de muitas pessoas, principalmente de sua mulher, Carol Blue, e de amigos como o escritor Martin Amis.
Amis comentou: “Hitchens tem esse grande amor pela vida, do qual tenho inveja. É uma coisa estranha de dizer, mas ele agora é quase como um monge tibetano. É como se ele tivesse se tornado religioso”.
O título do texto do NYT é "A voz, ainda vibrante, reflete sobre a mortalidade".
Após a palestra, Hitchens conversou com uma menina por 15 minutos |
Doente, Cavaleiro do Ateísmo lança seu provável último livro.
setembro de 2011
Mais sobre Hitchens. Ateísmo.
Comentários
Que o tempo que lhe resta de vida seja tão proveitoso quanto o que já passou e que seja feliz, apesar da doença.
Cognite Tute
Um caso a se pensar.
Não alimentem os trolls.
Você é um dos "comentaristas" mais arrogantes deste blog, Izaque. Ainda não se deu conta disso?
O cara está, desculpem a expressão, acabado, à beira da morte, mesmo assim, sua visão e postura diante da morte tem sido digna de inveja, não demonstra medo, defendendo seus ideais e sem nenhuma vez apelar para crenças irracionais para "sofrer um pouco menos". Enfim, continua VIVENDO!
Como o Cognite Tute disse, é uma GRANDE honra partilhar o mesmo tempo, o mesmo período histórico deste pensador corajoso.
Ao que parece, nós queremos que ele morra!
Tendo vivido com base em suas crenças. Ensinou e conseguiu vários seguidores.
Seus livros, suas idéias e suas crenças ganharão importância amplificada com sua morte. Sua vida e sua postura diante do fim dela comoverá e será motivo de recrutamento de outros tantos.
Parece com uma estória que ouvi, quando criança!
Seria bom se o autor desse comentário calasse a boca e respeitasse pelo menos este pequeno espaço onde ateus não deveriam ser cuspidos pela sua baba.
Agradeço.
Almir Ferreira
Rama na Vimana
Luan Cunha disse...
Tenho muita admiração pelo Hitchen e seu trabalho.
O cara está, desculpem a expressão, acabado, à beira da morte, mesmo assim, sua visão e postura diante da morte tem sido digna de inveja, não demonstra medo, defendendo seus ideais e sem nenhuma vez apelar para crenças irracionais para "sofrer um pouco menos". Enfim, continua VIVENDO!
O que que tem a ver ateísmo com mostrar medo da morte? Se ele não fosse ateu ele não ia temer a morte? Isso seria estupidez. Só o que eu posso comentar sobre isso é que a morte é um fato que os religiosos não podem ignorar(diferentemente do que eles fazem com todo o resto da realidade). Se ele se convertesse não faria diferença, não desmereceria em nada o ateísmo. Ele tem que perder muita sanidade para se igualar à algum religioso.
"defendendo seus ideais"
O ideal que ele defende é a razão. Ele está com cancêr, isso pode alterar o corpo de forma a perder a sanidade. Se ele assumisse alguma crença, apenas significaria que não estaria mais raciocinando corretamente ou nem sequer estaria raciocinando.
Para que haja sanidade o corpo precisa oferecer condições mínimas para tal. Em breve, possivelmente o corpo dele não mais possibilitará sanidade. Ainda sim acredito que Hitchens precise perder muitos neurônios para se entregar à alguma crença.
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