por Pedro Lobo a propósito de
Autor de ‘Religião para Ateus’ diz que radicalismo não leva a nada.
Os críticos do Botton ainda não entenderam que o filósofo é propositivo. Ele acredita que os ateus deveriam aprender com as religiões como se comunicar com as pessoas -- com o uso da arte, entre outros recursos.
Quem já visitou o Museu do Vaticano ou viu ao menos a Capela Sistina talvez tenha mais facilidade para entendê-lo. Aquilo lá é belo, e, a rigor, não tem nada a ver com divindades. É humano, demasiadamente humano.
Ao se julgar pelo título do livro, a proposta de Botton é ousada e merece uma reflexão. Ele propõe o ateísmo como uma espécie de religião -- ou com algumas características dela -- como forma de atingir mais pessoas. Seria uma religião da não religião.
É como se ele tivesse propondo um plano de expansão para o ateísmo, para que deixe de ser uma 'seita'.
Eu diria que Botton, nesse caso, está pensando grande ou, por outra, sendo mais objetivo do que o o líder ateísta Richard Dawkins.
Pelo que percebo, Dawkins empolga muito os ateus, mas não as demais pessoas, incluindo crentes não fanáticos e as não religiosas. Assim, claro, o ateísmo não crescerá em proporção desejável.
Talvez a proposta de Botton seja uma alternativa ao proselitismo de Dawkins, porque pregar ateísmo para ateus -- e é o que está ocorrendo -- não faz sentido.
Trecho do livro 'Religião para Ateus', de Alain de Botton.
novembro de 2011
Ateus têm de aprender com religiões como unir pessoas, diz filósofo.
novembro de 2011
Nos EUA, ateus sabem mais sobre religião que os fiéis.
setembro de 2010
Ateísmo. Alain de Botton. Posts de leitor.
Autor de ‘Religião para Ateus’ diz que radicalismo não leva a nada.
Os críticos do Botton ainda não entenderam que o filósofo é propositivo. Ele acredita que os ateus deveriam aprender com as religiões como se comunicar com as pessoas -- com o uso da arte, entre outros recursos.
Ao se julgar pelo título do livro, a proposta de Botton é ousada e merece uma reflexão. Ele propõe o ateísmo como uma espécie de religião -- ou com algumas características dela -- como forma de atingir mais pessoas. Seria uma religião da não religião.
É como se ele tivesse propondo um plano de expansão para o ateísmo, para que deixe de ser uma 'seita'.
Eu diria que Botton, nesse caso, está pensando grande ou, por outra, sendo mais objetivo do que o o líder ateísta Richard Dawkins.
Pelo que percebo, Dawkins empolga muito os ateus, mas não as demais pessoas, incluindo crentes não fanáticos e as não religiosas. Assim, claro, o ateísmo não crescerá em proporção desejável.
Talvez a proposta de Botton seja uma alternativa ao proselitismo de Dawkins, porque pregar ateísmo para ateus -- e é o que está ocorrendo -- não faz sentido.
Trecho do livro 'Religião para Ateus', de Alain de Botton.
novembro de 2011
Ateus têm de aprender com religiões como unir pessoas, diz filósofo.
novembro de 2011
Nos EUA, ateus sabem mais sobre religião que os fiéis.
setembro de 2010
Ateísmo. Alain de Botton. Posts de leitor.
Comentários
Mas não sei não, se a questão é ver belezas que a igreja captou (sem levar em conta como) e colocou-as no Museu do Vaticano, não vejo sentido, parece-me mais uma deturpação, uma enganação dos sentidos essa relação. Ou melhor, uma confusão do raciocínio frente ao belo.
Bem, não dá pra falar da proposta de Botton se não li o que ele disse na íntegra. Mas acho que se houver uma "espécie de religião" para o ateísmo também não vai resolver muita coisa, vai sim captar mais membros (proporção desejável? isso é o que, meio a meio? acho que não rola assim), mas também se limitará a uma minoriazinha.
Propagandas dos "outdoors" e dos ônibus não são de ateu para ateu. Luta pela separação da Igreja e Estado, vejo como uma fundamental modificação e estopim para as mudanças nas proporções ateu não ateu, e também não é uma pregação de ateu para ateu. Abrir espaço, defendendo-os e incentivando-os, para os ateus escondidos no armário saírem do mesmo sim, é uma ação do ateu para o ateu, e é um grande e importante passo.
Botton está agindo, isso já é por si bem interessante. Vamos pensar!
O Museu do Vaticano é apenas um exemplo que citei no sentido de que o ateísmo precisaria também se manifestar nas artes (mais ainda) e em tudo que for possível, não só para se contrapor às religiões, como para produzir, nas palavras de Botton, “sentido de comunidade, consolo, moralidade e compreensão”.
Veja: este blog mesmo deu que, da Igreja da Suécia, 15% dos fiéis são ateus e 25% agnósticos, e essa gente continua indo à igreja justamente por causa desse “sentimento de comunidade” ou de pertencimento.
Propagandas dos "outdoors" e dos ônibus não são de ateu para ateu.
Sem querer desfazer dos outdoors e propaganda em ônibus, evidentemente, o movimento ateísta pode fazer muito mais do que isso. O que Botton propõe não se trata de propaganda, é algo muito maior, é que o ateísmo se torne uma expressão cultural e até, agora digo por minha conta, como ingrediente de uma moralidade cientifica – coisa que, aliás, Sam Harris vem propondo.
Luta pela separação da Igreja e Estado...
Ora, essa luta não é só dos ateus, mas é (ou deveria ser) de toda a sociedade ou da parcela mais consciente dela.
Repito, o movimento ateísta é capaz de muito mais. Muita gente já saiu do armário e essa questão já está sendo superada pela nova geração de ateus – basta dar um passeio pela internet e ver quantas pessoas se declaram descrentes.
Agora é preciso dar um passo pra frente, e a proposta de Botton me parece boa.
O objetivo é fazer com que os ateus, possam sair de seus armários e viverem livremente sem a pregação do ódio e do preconceito que as religiões ensinam e incitam dia a dia encima das pessoas, tornando-as ignorantes e preconceituosas.
Tirando isso, qualquer outra forma de radicalismo é de fato independentemente tirania e opressão, até mesmo da parte dos que se dizem ateus.
Porém o interessante é lembrar que se uma pessoa tem uma escolha de pensar de forma x, de duas uma, se quiser discutir, não imponha seu pensamento sobre a do próximo, porém se não souber fazer isso, melhor nem começar.
nick: Auron Daedalus
Alan
Pois querer fazer o ateísmo deixar de ser uma "seita" e torná-lo algo como uma "religião majoritária" por meio de propaganda e fazeção de cabeça é uma babaquice típica de Dawkins e seu rebanho de fanáticos histéricos.
Se o Botton por acaso pretende isso, ele está sendo tão idiota quanto Dawkins e suas fãzocas, que gostam de pregar ateísmo, arrebanhar mais bobos-repetidores e impor seu credo ateísta.
Se todos os ateus tivessm um objetivo concreto e universal como exigir de qualquer crente e religioso que prove o que prega ou cale a boca, nem precisaria organização, uma simples atitude pessoal que liquidaria com o besteirol religioso.
Crentes e religiosos são apenas mentirosos que devem ser chamados de mentirosos.
SE NÃO GOSTAREM, QUE PROVEM QUE NÃO SÃO MENTIROSOS.
Apresentem seus amigos imaginários ao mundo e não serão mais chamdos de mentiroso safados.
Alain de Botton é um homem mais focado em filosofia do que Dawkins (embora muitos o acusem de ser um "filósofo de auto-ajuda") e talvez por isso ele tenha uma compreensão mais humana do ateísmo, talvez por isso ele não aceite a ditadura da razão como um ideal. Modestamente digo que eu também não acho, mas não porque seria ruim, mas porque esperar por isso é como atirar flechas contra a Lua.
Dawkins não é um “papa do ateísmo” --- nem ele e nem Hitchens. Não me sinto representado por eles (um pouco mais pelo Hitchens) tanto quanto não me vejo como um aliado de Daniel Sottomaior. Dawkins é importante e criou muitas frases de efeito poderosas, tais como aquele conceito do rebanho de gatos, que é simplesmente perfeito, mas ele é arrogante demais para que as pessoas o levem a sério. Ele parece um professor severo que humilha quem ainda não entendeu a lição. E todo mundo sabe que o professor que mais nos deixa saudades é aquele que pode nem ser tão titulado, mas consegue um bom relacionamento com a turma através de sua simpatia. Alain de Botton pode ter menos relevância do que Dawkins, mas sua abordagem me parece mais capaz de ser bem-sucedida.
Por isso o criador desse tópico disse que ele pensa grande. Alain de Botton é jovem, enquanto Hitchens está morrendo e Dawkins já passou de oitenta. Ele está tentando calçar os sapatos deles. E eu acho que será bem sucedido, e talvez faça melhor o “trabalho” do que eles.
Isso não passa de um espantalho barato dos crentes para não precisarem refutar o que ele diz, só resta o "Ele é arrogante, feio, GAY e cara de melão" pra não chegarem nem a ler ou ouvir o que diz, um mero escudo de desonestidade intelectual pra não se dar nem ao trabalho de ouvir suas ideias, "Ai, eu ouvi dizer que ele é muito arrogante, nem vou ler".
Mesmo esse espantalho não sendo nem de perto verdade, mas como dizem, "uma mentira, por mais absurda que seja, se repetida mil vezes 'se torna' verdade".
Dawkins é um "gentleman" inglês, nunca levanta a voz, não ofende ninguém e não parte pra ad hominem(atacar ideias é totalmente diferente de atacar pessoas, infelizmente religiosos não tem o mesmo nível de respeito em relação a Dawkins, sempre preferindo atacar ele(e até sua família) do que as suas ideias).
A não ser que arrogância agora signifique "ferir o 'status quo' de que religião é o arauto da moralidade, da bondade, verdade e da honra".
Mas exemplos de arrogância pra mim sempre foram "Religião merece bastante respeito porque merece e acabou" e "Religião não se discute", ISSO sim é arrogância.
E nem se ele fosse, nem se ele fosse "arrogante, prepotente, gay, pedófilo, violento", e todas as outras mentiras toscas que religiosos inventam como válvula de escape, nada disso diminuiria o que ele diz ou escreve.
Da mesma forma que mesmo sendo tio Edir, tenho que bater palmas por coisas inteligentes que ele escreve como essa:
http://bispomacedo.com.br/2010/11/22/o-que-e-matar/
''Proposta do filósofo Botton é de que o ateísmo deixe de ser uma 'seita'....
Ser ateu é não acreditar em deuses ou seres sobrenaturais , também é ser cético e celebrar a ciencia ...religião por outro lado é intolerância , ignorância e suspensão do pensamento crítico e científico , por que os ateus deveriam se espelhar nessa grande imbecilidade chamada religião ? exatamente aquilo que combatem para tentar criar um mundo mais racional?
como ateu acho que essa proposta beira o ridículo...
ateísmo é conclusão, é liberdade de ir e vir (mentalmente falando) é ser sobretudo humano.
Postar um comentário