por Eli Vieira a propósito de comentários no post
Sottomaior responde a Gandra: fundamentalismo ateu é ficção
Senhora Crente, você comete o mesmo erro do Daniel Sottomaior no texto, que é tentar definir ateísmo pela etimologia. O Caruê cometeu a mesma coisa, e ainda alegou que ignorar o "a" em "ateísmo" é uma falácia.
Em primeiro lugar, vou perguntar que falácia é essa. Filosofia da lógica é um campo de pesquisa filosófica sério. Inventar falácias que não existem é como falar de biologia e inventar que fungos são plantas.
Aqui está, para quem está aqui para debate de verdade, uma boa explicação do que é falácia etimológica: http://goo.gl/iUNyl
Para aqueles que estão aqui para disputa de ego, recomendo não entrar no link acima e não tentar debater.
Definir ateísmo é um trabalho filosófico que já foi feito por diversos filósofos, entre eles Colin McGinn e Michael Martin. Obras filosóficas sobre ateísmo estão disponíveis para consulta, como o "Cambridge Companion to Atheism", que foi traduzido recentemente para o português.
Tentar apelar para a etimologia para definir ateísmo é como dizer numa aula de matemática que aprender cálculo significa aprender do que são feitas pedrinhas, pois "cálculo" significa literalmente "pedrinha" pela etimologia.
A falácia etimológica é um erro repetidamente cometido por ateus e foi cometido pelo Daniel Sottomaior neste texto, e estou criticando justamente para que aprendamos a nos munir de melhores argumentos; dado que quando definimos ingenuamente ateísmo como ausência de crença não teremos elemento algum para reclamar de Ives Gandra, muito menos acusá-lo de ser "ilógico". Repito, ilógico é usar a falácia etimológica, e acrescento, mais ilógico ainda é não saber rebater aos meus argumentos aqui, inventando que não incorrer na falácia etimológica é outra falácia (??!).
Rodrigo, eu falei em definirmos ateísmo como ausência de crença em deuses na condicional, obviamente não defino assim, e estava ilustrando como definir dessa forma torna incoerente o texto do Daniel.
O ateísmo é, sim, uma crença ou conjunto de crenças. E isso não é um demérito. Conhecimento também é um tipo de crença: a crença verdadeira e justificada. Eis link com uma definição de crença feita por filósofos: http://www.defnarede.com/c.html
E uma definição correta de ateísmo:
"Em sentido forte, é a crença na inexistência do divino em geral. A distinção é importante, pois muitas pessoas religiosas não são teístas (ver teísmo) nem ateístas, ou seja, acreditam em entidades sobrenaturais que não correspondem à ideia do Deus teísta, que é basicamente a ideia de Deus presente nas grandes tradições religiosas do Ocidente: judaísmo, cristianismo e islamismo." http://www.defnarede.com/a.html
Lidar com definições e conceitos ignorando o trabalho dos filósofos é como lidar com animais e plantas ignorando o trabalho dos biólogos e lidar com ondas e partículas ignorando o trabalho dos físicos.
Uma gafe conceitual de um ateu definindo ateísmo é análoga a uma gafe de um enfermeiro procurando o baço ou o fígado no lado errado.
Ateísmo.
Sottomaior responde a Gandra: fundamentalismo ateu é ficção
Quantos anônimos criativos por aqui. Vejamos:
Senhora Crente, você comete o mesmo erro do Daniel Sottomaior no texto, que é tentar definir ateísmo pela etimologia. O Caruê cometeu a mesma coisa, e ainda alegou que ignorar o "a" em "ateísmo" é uma falácia.
Em primeiro lugar, vou perguntar que falácia é essa. Filosofia da lógica é um campo de pesquisa filosófica sério. Inventar falácias que não existem é como falar de biologia e inventar que fungos são plantas.
Aqui está, para quem está aqui para debate de verdade, uma boa explicação do que é falácia etimológica: http://goo.gl/iUNyl
Para aqueles que estão aqui para disputa de ego, recomendo não entrar no link acima e não tentar debater.
Definir ateísmo é um trabalho filosófico que já foi feito por diversos filósofos, entre eles Colin McGinn e Michael Martin. Obras filosóficas sobre ateísmo estão disponíveis para consulta, como o "Cambridge Companion to Atheism", que foi traduzido recentemente para o português.
Tentar apelar para a etimologia para definir ateísmo é como dizer numa aula de matemática que aprender cálculo significa aprender do que são feitas pedrinhas, pois "cálculo" significa literalmente "pedrinha" pela etimologia.
A falácia etimológica é um erro repetidamente cometido por ateus e foi cometido pelo Daniel Sottomaior neste texto, e estou criticando justamente para que aprendamos a nos munir de melhores argumentos; dado que quando definimos ingenuamente ateísmo como ausência de crença não teremos elemento algum para reclamar de Ives Gandra, muito menos acusá-lo de ser "ilógico". Repito, ilógico é usar a falácia etimológica, e acrescento, mais ilógico ainda é não saber rebater aos meus argumentos aqui, inventando que não incorrer na falácia etimológica é outra falácia (??!).
Rodrigo, eu falei em definirmos ateísmo como ausência de crença em deuses na condicional, obviamente não defino assim, e estava ilustrando como definir dessa forma torna incoerente o texto do Daniel.
O ateísmo é, sim, uma crença ou conjunto de crenças. E isso não é um demérito. Conhecimento também é um tipo de crença: a crença verdadeira e justificada. Eis link com uma definição de crença feita por filósofos: http://www.defnarede.com/c.html
E uma definição correta de ateísmo:
"Em sentido forte, é a crença na inexistência do divino em geral. A distinção é importante, pois muitas pessoas religiosas não são teístas (ver teísmo) nem ateístas, ou seja, acreditam em entidades sobrenaturais que não correspondem à ideia do Deus teísta, que é basicamente a ideia de Deus presente nas grandes tradições religiosas do Ocidente: judaísmo, cristianismo e islamismo." http://www.defnarede.com/a.html
Lidar com definições e conceitos ignorando o trabalho dos filósofos é como lidar com animais e plantas ignorando o trabalho dos biólogos e lidar com ondas e partículas ignorando o trabalho dos físicos.
Uma gafe conceitual de um ateu definindo ateísmo é análoga a uma gafe de um enfermeiro procurando o baço ou o fígado no lado errado.
Comentários
Não que eu gostaria, por que é aí que está o problema: muitas pessoas se consideram ateias pelas mesmas razões que deveriam se considerar aextraterrestres, mas não se consideram aextraterrestres. As pessoas estão sendo incoerentes e esta incoerência mostra a concepção equivocada de "ateísmo" que se popularizou. Não é o que eu gostaria: este equívoco é um fato.
E este equívoco nos mostra o que realmente faz sentido dizer que é ateísmo. E se é isso que é ateísmo, então não precisa ser um ateísmo com qualquer qualificação.
Manoel Machado,
A questão é: como você sabe que é uma queda de braço eterno? Que razões tão seguras assim você tem para acreditar nisso e não pensar se é apenas derrotismo ou que você simplesmente não domina a discussão e não está interessado?
E, na prática torna ateus piores e melhores sim, principalmente agora que tantos ateus se colocam em posição de condenar religiosos simplesmente por serem religiosos.
RI litros aqui
E não é atoa que a LiHS tenta então promover uma "moral atéia", para fugir dessa subjetividade sobre essa questão.
Para mim ateísmo ou teísmo é uma coisa tão banal ou tão filosoficamente útil quanto discutir se existe ou não extra-terrestre.
Não é o que eu gostaria. O problema é que as pessoas estão se considerando ateias pelas mesmas razões que deveriam se considerar aextraterrestres, mas não se consideram aextraterrestres: é um fato que estão sendo incoerentes. Desta incoerência segue que está em jogo uma concepção equivocada de "ateísmo", e a contepção de "ateísmo" que faz sentido simplesmente não precisa de nenhuma qualificação.
Manoel Machado,
A questão é: como você sabe que é uma queda de braço eterna? Você está certo de que tem boas razões para acreditar nisto ou você simplesmente não domina o assunto e não se interessa pela discussão?
E faz diferença para o ateísmo na prática que se pense sobre o que é ateu e sobre as razões para sê-lo, sobretudo quando tantos ateus se colocam em posição de condenar religiosos simplesmente porque estes são religiosos ou acreditam por causa da fé.
Não é o que eu gostaria. O problema é que as pessoas estão se considerando ateias pelas mesmas razões que deveriam se considerar aextraterrestres, mas não se consideram aextraterrestres: é um fato que estão sendo incoerentes. Desta incoerência segue que está em jogo uma concepção equivocada de "ateísmo", e a contepção de "ateísmo" que faz sentido simplesmente não precisa de nenhuma qualificação.
Manoel Machado,
A questão é: como você sabe que é uma queda de braço eterna? Você está certo de que tem boas razões para acreditar nisto ou você simplesmente não domina o assunto e não se interessa pela discussão?
E faz diferença para o ateísmo na prática que se pense sobre o que é ateu e sobre as razões para sê-lo, sobretudo quando tantos ateus se colocam em posição de condenar religiosos simplesmente porque estes são religiosos ou acreditam por causa da fé.
Você se colocar na condição de poder ser considerado ateu enquanto outros jamais teriam tal condição por quaisquer impossibilidades enumeráveis por você, dá a entender que sim, ateísmo é questão de gosto e, principalmente, capacidade. Olha o absurdo disso. :)
Na minha opinião, a primeira pergunta que um aspirante ao ateísmo deve fazer a si mesmo é "qual a importância de Deus na minha vida"? Se o condicionamento religioso do aspirante a ateu for tamanho ao ponto de considerar que essa pergunta não se responde com apenas "nenhuma importância", aí é questão de avaliar o estrago desse condicionamento... E jamais impedir, ou tentar atrapalhar, que mais pessoas cheguem à cândida e simples conclusão de que Deus é um conceito criado à imagem e semelhança humana, visando reger o maior contingente de seres humanos possível... Até quando se quer descartá-lo da equação.
Legal que você teve que inventar que eu disse coisas que eu não disse para mostrar uma "falácia" que não aconteceu porque você não consegue nem identificar o que é um argumento (surpresa: o trecho que tanto te preocupou não é um argumento, se é, mostra quais são as premissas e qual a conclusão que eu tentei estabelecer).
Qual afirmação de Russell você quer saber se eu considero falsa? Note apenas que a dicotomia entre "ateísmo" e "agnosticismo" é defendida pelo próprio Russell (e por qualquer um que saiba o que é "ateísmo" e "agnosticisimo").
Sobre você não ter defendido argumentação irracional, por que eu sou obrigado a argumentar racionalmente? Foi isto que eu considerei curioso: o que me obriga? Se você não pode me cobrar nada não faz sentido ficar apontando falácias.
E falando em espantalho, espantalho mesmo é essa tua comparação com ser brasileiro. Do que eu estou dizendo é perfeitamente aceitável que alguém seja simplesmente ateu porque machucou o dedão. Até porque não é uma questão de ser aceitável, é algo que pode acontecer.
O que estou defendendo é devemos ser críticos sobre o ateísmo: nos perguntar se machucar o dedão é uma boa razão para ser ateu, se acharíamos que é igualmente boa para ser teísta. Saber onde nos leva o ateísmo ao invés de pensar que ele não leva para lugar algum e que não vale qualquer esforço intelectual, que é puro comodismo.
Diz precisamente de onde segue que eu defendo que ateísmo é questão de gosto, não entendi nada dessa conversa sobre "impossibilidades enumeráveis", eu não falei de nada disso.
E eu acho que a "primeira pergunta" de que você fala está errada, e que isto é muito significativo desta concepção equivocada do que está em jogo no ateísmo. O ateísmo não começa com a pergunta "Qual a importância de Deus na minha vida?", mas com a pergunta "Deus existe?". E ateísmo é sobre isto: a existência de deuses.
Não sei você, mas eu não decido aquilo que considero verdade com base na importância das coisas porque sei que não é assim que o universo funciona: as coisas são o que são independente da importância que damos para elas.
Toda esta tua conversa é extremamente representativa dessa distorção que está sendo inculcada no ateísmo onde o ateísmo deixa de ser uma tese sobre a existência de deuses e se torna afirmação sobre história de vida. E o pior não é isso: o pior é achar que o absurdo é pensar que o ateísmo não é uma afirmação sobre história de vida.
Provavelmente, se o Sottomaior tivesse usado "ausência de fé" no lugar de "ausência de crença", tda essa discussão aqui não estaria acontecendo...
Estão querendo complicar o que não necessariamente é tão complexo assim.
Se o ateísmo é uma crença, então o ateísmo pode ser justificado ou não. Um ateu não estaria justificado se acreditasse que deuses não existem porque machucou o dedão, por exemplo. E estaria justificado se tivesse concluído que deuses não existem porque acredita que só existe o que é físico, por exemplo.
Em qualquer um dos casos seria um ateu.
O que está sendo atacado aqui, no fundo, é a exigência separada de que se deve justificar as próprias crenças no caso do ateísmo: ter razões para tê-las. O que estou defendendo é que para ser ateu é preciso ter razões para ser ateu, mesmo que sejam razões ruins. O que está sendo negado é que seja preciso ter razões.
Não se vê as pessoas defendendo isto sobre outras coisas: ninguém defende que não é preciso ter razões para negar o aquecimento global, por exemplo.
O que está passando despercebido é que as pessoas sempre têm razões, e quando parecem não tê-las é porque tais razões são ruins ou simplesmente porque as pessoas não são aquilo que pensam ser. Assim, o resultado para o ateísmo é que muitos ateus seriam irracionais ou não seriam realmente ateus. A alternativa é defender que o ateísmo é ausência de crença e assim ter que pessoas que nem se consideram ateias são ateias (supondo que se evite a inclusão das pedras) e que o ateísmo por si só não pode ser irracional ou racional (e as pessoas não precisam pensar sobre o porquê de serem ateias).
Não vejo nenhuma boa razão para aceitar a alternativa e a única motivação para aceitá-la é estar interessado em números, o que não é uma boa razão. E é precisamente a segunda alternativa que torna o ateísmo algo mais parecido com o que há de pior nas religiões: o desprezo pela auto-crítica.
Não é necessário ficar lendo filósofos. O que é necessário é aceitar o ateísmo por boas razões e esperar que os outros façam o mesmo, da mesma forma que exigimos boas razões para aceitar o que os outros nos dizem.
Acho que já devem ter dito isso nos comentários, mas o sujeito que a escreveu, é um idiota. Ateísmo não é uma crença, é a falta dela, exatamente o oposto do que ele escreveu.
Exatamente como dito num dos primeiros posts, desligado não é um canal de televisão. Como dizia o Cognite Tute (ele sumiu, que fim levou? Gostava de ler as opiniões dele), careca não é uma cor de cabelo e não colecionar selos não é um hobby. Ateísmo não é crença. É não acreditar em deuses, é simples assim. Nada mais, nada menos. Pode vir falar do filósofo que quiser, espernear, citar credenciais, isso não muda o fato de você estar colocando coisas onde não existem.
Se você diz ser ateu e diz isso ser uma crença sua, decsulpe, mas você tem sérios problemas. Não me coloque no mesmo patamar que você, isso chega a ser ofensivo. Eu não sou tão imbecil a ponto de achar que não acreditar em deuses é uma crença.
"Ateísta seria a negação da palavra grega theos: "A theos". Theos não significa só Deus, mas se estende além dele, seria o universo, o espírito, o místico. Theos é a palavra grega usada para se referir a Deus, mas também a tudo que é místico e provavelmente metafísico. Então, o Ateu não nega somente Deus. O Ateu nega a existência do divino bem como tudo aquilo que nossos sentidos não são capazes de sentir. Tudo aquilo que está além da phisis (mundo real).
As palavras gregas possuem um significado bastante amplo, e por isso quando são traduzidas perde-se muito do que elas realmente são."
Está aí, uma definição perfeita.
Pessoas e pedras são constituídas de poeira estrelar.
Dai não segue que pessoas sejam como uma pedra.
Pessoas e pedras são ateias, ambas não acreditam que Deus exista.
Dai não segue que pessoas ateias não possuam crenças embora pedras não possuam qualquer tipo de crença.
Najma diz:
A melhor razão que eu posso encontrar ao ateísmo é a não necessidade de Deus nem de deuses pra nada além de controle de massas. Portanto, um Ateu está na condição de simplesmente não crer e negar a existência de Deus/es. Se isso não é suficiente, cai naquela questão a ser feita por todo aspirante a ateu: "Qual a importância de Deus na minha vida?". As possíveis respostas do aspirante, a depender do grau de condicionamento religioso detectável (senão imersão completa ainda), podem ser:
. Se Deus é a razão última da existência e eu existo, logo, Deus existe e eu não posso negar-lhe a existência por mim mesmo. Devo recorrer aos filósofos de plantão;
. Se Deus é a razão última do "bem" antagonizando ao "mal", então, se o conceito Deus não existir, não existe o bem, logo, se eu pratico o bem, Deus existe e eu não devo simplesmente não acreditar nele. Devo elaborar um teratoma conceitual e adaptá-lo o quanto antes para a condição do ateu(o_O);
. Deus é amor então, se ele não existir, não existe amor... (Blergh...);
. Se a descrença em Deus for o atributo de um ateu, as pedras são atéias por serem incapazes de crer no que quer que seja(quem sabe?), eu não sou uma pedra, logo não sou ateu... oi?;
. Incas Venusianos existem em histórias do National Kid, tem gente que acredita neles, logo, não são pedras e portanto Incas Venusianos existem(oi??)...
___________________
Sem mais...
(Gisele)
Gregory,
«O que me incomoda é que não vejo razão alguma para aceitar o "generalismo" do termo "ateu" e que, pelo contrário, vejo razões para rejeitar tal coisa, e o pior: muitos simplesmente se negam a ver tais coisas, até agora ninguém mostrou porque estaria errado, ninguém mostrou porque se deve aceitar o tal "generalismo" de "ateu" e rejeitar o "restritivismo".»
A questão é que o termo É geral tal como existe, e define uma distinção pertinente entre pessoas que acreditam em deuses e pessoas que não acreditam.
Tu não estás discutindo o que o termo SIGNIFICA, mas o que GOSTARIAS QUE SIGNIFICASSE.
Enfim alguem lucido.
Tu não estás discutindo o que o termo SIGNIFICA, mas o que GOSTARIAS QUE SIGNIFICASSE.[2]
Segundo Karen Armstrong, o cientista francês Martin Mersenne, que pertencia a uma severa ordem franciscana, declarou que havia cerca de 50 mil ateus só em Paris, mas a maioria dos "ateus" que citou acreditava em Deus. Mersenne chamava de ateus aqueles que discordavam de sua ideia sobre Deus, como Giordano Bruno, que acreditava num Deus mais estoico, não porque negassem a existência de um Ser Supremo. Agiu como os pagãos do Império Romano, que rotularam judeus e cristãos como ateus por conta da divergência de opiniões sobre o divino. Nos séculos XVI e XVII, a palavra ateu ainda era reservada exclusivamente para a polêmica. Chamavam inimigos de ateus. (Uma história de Deus. p 360)
Segundo Karen Armstrong, o cientista francês Martin Mersenne, que pertencia a uma severa ordem franciscana, declarou que havia cerca de 50 mil ateus só em Paris, mas a maioria dos "ateus" que citou acreditava em Deus. Mersenne chamava de ateus aqueles que discordavam de sua ideia sobre Deus, como Giordano Bruno, que acreditava num Deus mais estoico, não porque negassem a existência de um Ser Supremo. Agiu como os pagãos do Império Romano, que rotularam judeus e cristãos como ateus por conta da divergência de opiniões sobre o divino. Nos séculos XVI e XVII, a palavra ateu ainda era reservada exclusivamente para a polêmica. Chamavam inimigos de ateus. (Uma história de Deus. p 360).
O fato é que, para chegarmos à conclusão de que os argumentos a favor da existência de deuses não são válidos, trilhamos um caminho e raciocinamos a respeito disso. Tive duas fases distintas de ateismo que detalhei um pouco mais na última postagem do meu blog; na primeira fase eu simplesmente fui "de carona" nas convicções que foram passadas pela minha família. Olhando para trás posso perceber que foi por isso que mais tarde entrei numa fase de busca, em que me convenci que havia alguma validade na idéia de um deus vago, tipo "energia", e lá se foram vinte anos. Nessa segunda fase em que estou há uns 12 anos é que finalmente posso dizer que tenho um embasamento mais sólido para me definir como ateia, coisa que eu não tinha na primeira fase. Cabe dizer que eu NÃO li sobre os filósofos, sou leiga no assunto, mas decidi analisar os argumentos, principalmente do Gregory Gaboardi e agora os do Eli, de forma isenta; não estou concordado por que são "amiguinhos", estou concordando porque analisei oa argumentos e estes me conveneceram.
O ateismo de fato não é uma decisão que tomamos, é uma conclusão a que chegamos. Para se chegar a uma conclusão é preciso analisar argumentos pró e contra e decidir quais consideramos válidos e quais não. Esse processo não ocorre no vácuo, e vai necessariamente ter consequências na maneira como encaramos a vida e o mundo em que vivemos.
De modo que ateismo não envolve fé, mas pode sim ser considerada uma crença justificada.
Temos que aprender a aceitar pequenas fraquezas, fugir de um ideal inatingível de perfeição. O rigor lógico é bacana, mas não é necessário ou aplicável em qualquer contexto.
Há uma frequente confusão em relação ao significado dos termos 'ateísmo' e 'agnosticismo' — e muito agnóstico chega a desqualificar Ingersoll e Russell para defender isso, como o Gregory fez nesse tópico, ao insistir em enxergar uma dicotomia que o próprio Russell disse que era mais uma questão de ponto de vista.
Concordo que devemos fazer um debate de qualidade, mas não vejo qualidade em pinçar uma frase solta de um artigo majoritariamente bom para com ela desqualificar o autor. Isso não é elevar o debate, é rebaixá-lo ao nível da inveja.
De fato, ninguém hoje em dia tem medo de coisas formidáveis, alimenta pessoas famigeradas ou lustra as coisas jogando água em cima... Mas não estamos falando aqui de etimologia de dicionário, estamos falando de terminologia segundo atualmente compreendida e segundo citada pela Stanford Encyclopedia of Philosophy, que tem mais autoridade que a enciclopédia escolar de filosofia que alguém citou. E estamos falando de Russell, minha gente. Vocês não adoram o Bule Voador? Leram Russell?
Não estou julgando o texto do Daniel, estou me atendo ao tema do ateismo como crença justificada.
Aqui se chega a uma questão prática que muitas vezes me perturba. Quando vou a um país estrangeiro, à prisão ou a algum lugar semelhante, sempre me pergunta qual é a minha religião.
Nunca sei se devo dizer «Agnóstico» ou «Ateu». É uma questão muito difícil e ouso dizer que muitos de vocês têm sido afligidos por ela. Enquanto filósofo, dirigindo-me a uma audiência puramente filosófica, eu devo dizer que teria de me descrever como «Agnóstico», pois não creio que exista um argumento conclusivo com que se possa provar que não há um Deus.
Por outro lado, se eu desejasse causar a correta impressão em uma pessoa comum na rua, eu acho que teria de dizer que sou um «Ateu», porque quando eu digo que não posso provar que não existe um Deus, eu preciso também acrescentar que não posso provar que não existam os deuses homéricos.
Nenhum de nós consideraria seriamente a possibilidade de que os deuses de Homero realmente existam, mesmo assim, se tivessem de dar uma demonstração lógica de que Zeus, Hera, Poseidon ou o resto deles não existem vocês veriam nisso uma tarefa terrível. Não se poderia obter tal prova.
Então, no que diz respeito aos deuses olímpicos, falando para uma platéia puramente de filósofos, eu deveria dizer que sou um «Agnóstico». Mas falando popularmente, eu acho que todos nós diríamos, em relação a tais deuses, que somos «Ateus». Em relação ao Deus cristão, eu devo, creio, assumir a mesma postura.
Há exatamente o mesmo grau de possibilidade e probabilidade de existência do Deus cristão e do deus homérico. Eu não posso provar a inexistência de qualquer deles, mas não creio que sua existência seja uma alternativa suficientemente provável para merecer ser seriamente considerada. Desta forma, acho que nos tais documentos que, às vezes, me pedem para preencher eu preciso declarar-me «Ateu», ainda que seja um problema muito difícil, e algumas vezes eu disse uma coisa ou outra sem nenhum princípio a seguir.
Quando se admite que nada é certo, deve-se, creio, também admitir que algumas coisas são muito mais certas do que outras. É muito mais certo que aqui estamos reunidos hoje do que as teses deste ou daquele partido político estarem corretas. Com certeza há graus de certeza, e dever-se-ia ter o cuidado de enfatizar tal fato porque, de outra forma, aportaríamos no território do ceticismo total, e um ceticismo completo seria, é claro, totalmente estéril e completamente inútil.
Só isso.
abs.
a - não existe dicotomia entre agnosticismo e ateísmo
b - o agnosticismo não é "superior", ele é apenas uma maneira mais estritamente filosófica de abordar a questão da existência da deidade
c - o ateísmo não é "inferior", ele é apenas uma simplificação, para fins práticos e populares, do agnosticismo
d - não há nada de errado em fazer um certo grau de simplificação para que um contexto seja inteligível por pessoas não tão preparadas, o nome disso é "didática".
e - Russell, enquanto agnóstico, não concedia nenhuma preeminência ao conceito da divindade monoteísta, mas fazia questão de dizer que todas eram igualmente improváveis
f - há muitas pessoas que nunca leram Russell, mas tentam desqualificá-lo. Eu, que pouco o li, já consigo perceber isso.
1)
Não entendi isso de "falácia etimológica"...Por que usar a palavra "ateu" com o sentido de "aquele que não acredita em deuses" é uma falácia etimológica, e usar "crença" como sinônimo de "conclusão" não é?
Usar "preconceito" como "pré-conceito" (um exemplo do texto citado como referência) é uma falácia etimológica por quê? Porque mais pessoas usam "preconceito" como uma visão negativa e injustificada ao invés de usarem o sentido original da palavra?
É uma questão meramente quantitativa, então?
Se é assim, fazendo a suposição de que mais pessoas usam a palavra "ateu" como "ausência de crença em deuses" do que pessoas usam a palavra "crença" como sinônimo de "conclusão", então não haveria falácia etimológica no emprego de "ateu", e sim no emprego de "crença", correto?
E como seria feita a contagem? E qual seria o limiar? "Como "X" pessoas usam "preconceito" com o significado "A", e "Y" pessoas com o significado "B", logo "preconceito" agora significa "A" e quem usar como "B" estará incorrendo numa falácia etimológica." É isso?
E esse limiar seria absoluto ou relativo?
E, ao se fazer a contagem, como se lida com línguas diferentes? Afinal, existem palavras presentes em determinadas línguas que não existem em outras.
Além disso, uma mesma palavra não pode ter sentidos diferentes dependendo do contexto em que é empregada?
Sobre a questão da ausência de crença e da crença na ausência:
"Desligado" não é um canal de televisão, de fato, e "careca" não é cor de cabelo... Assim sendo, acho que "ausência de crença" e "crença na ausência" seriam, sim, coisas diferentes...
Mas, pelo que eu entendi, alguns aqui estariam defendendo que a "ausência de crença" seria impossível...
No caso, se teriam crenças com diferentes graus de embasamento, com diferentes graus de certeza... Se é assim, afirmar que "ausência de crença" não existe não seria também uma crença? Logo, seria, então, perfeitamente possível (não vou aqui entrar no mérito de com qual probabilidade) que a "ausência de crença" existisse, não?
3)
Outro ponto sendo discutido aqui é quem seria ou não um "ateu de verdade"...
Então, novamente, um ponto de vista de um engenheiro: modelos são representações simplificadas da realidade. O modelo pode ser mais ou menos complexo, dependendo da sua necessidade.
Num modelo simplificado, qual o problema em empregar "ateu" como "aquele que não acredita em deuses"?
E, caso se deseje ampliar o modelo, qual o problema em se diferenciar os ateus (como já foi proposto em alguns comentários)? Afinal, alguém que é ateu porque "sente que deuses não existem" é, sim, diferente de alguém que é ateu porque chegou a essa conclusão através de determinada linha de raciocínio...
Porém, dizer que um é ateu e o outro não não seria incorrer na tal "falácia do escocês"?
Também não vejo problema em alguns se dedicarem na divulgação do ateísmo, enquanto outros se dão ao trabalho de pensar em modelos mais complexos... Reclamar disso me parece um pouco com aquelas reclamações do tipo "esses cientistas perdem tempo olhando para o espaço quando eles deveriam estar se preocupando em acabar com a fome no mundo!"...
Não é porque alguém resolveu classificar ateus em um milhão de subgrupos que se está alienando as pessoas que não entendem, não querem entender, ou não concordam com os critérios usados para a divisão...
Quando fico doente e um médico me diz que estou com "virose", não estou sendo alienado por só saber o mínimo sobre o que seria um vírus, e absolutamente nada sobre o vírus específico me atacando no momento...
E ainda estou na dúvida se levo ou não as pedras atéias, comunistas e flamenguistas a sério ou não...
Em algum comentário "perdido" entre os vários escritos, fiquei com a impressão de que, estendendo-se o raciocínio de quem postou, a ciência sempre empregaria a falácia do "argumento da ignorância", pois exige evidências para assumir que algo de fato existe. É isso mesmo?
5)
Se não me engano (me desculpem, mas são tantos comentários que eu não sei mais quem disse o que, ou o que de fato foi dito), em algum comentário, alguém afirmou que a filosofia tenta (ou pode) provar (ou desprovar) qualquer coisa, por mais absurda que seja, e alguém respondeu que a filosofia não faz nada disso...
Conversando com alguns estudantes de filosofia, estes já tentaram me provar absurdos...
Não consigo reproduzir nenhum dos argumentos, mas uma vez tentaram me provar que eu não posso nunca afirmar nada sobre coisa alguma, que tudo é uma ilusão, ou algo assim...
Só me lembro, então, de ter perguntado o porque de essas pessoas pagarem suas contas de luz, já que não podiam afirmar que elas de fato existiam... Ou por que não pulariam do alto de um prédio, já que não podiam afirmar que a gravidade era real...
Essas pessoas que tentaram provar algo através da filosofia não seriam, então, filósofos "de verdade"? Novamente, essa não seria a tal da falácia do escocês?
Isso sempre me faz lembrar do futebol dos filósofos do Monty Python...
Desculpem-me o post longo, e me desculpem eventuais problemas de interpretação dos comentários anteriores... Novamente, é que são tantos que, quando eu estava lendo os finais, já estava esquecendo os do começo... Hehehehe...
Constituição Federal:
Art. 1 A República Federativa do Brasil (...), constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: [inciso] III- a dignidade da pessoa humana.
Art. 3 Constituem objetivos fundamentais da república Federativa do Brasil: [inciso] IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
E finalmente:
Art. 5 inciso VI- é inviolável a liberdade de consciência (...) e inciso VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política (...).
Como vê todo espectro de crença (seja ela de qualquer natureza) está devidamente protegida.
Uma suposto alienígena, vivendo em uma civilização 10.000 anos mais avançada do que a nossa e que nunca sequer tenha imaginado a idéia de deuses e/ou religiões, não poderia ser considerado ateu? Deveríamos taxá-lo de "ateu de dicionário"?
Mesmo que tal criatura tenha um conhecimento, consciência e inteligência muito maiores do que o nosso, deveríamos dizer a ele que ele está cometendo uma falácia?
Tornar complexo o que é simples, me parece ter uma motivação similar ao do clero dos primeiros séculos de nossa era em propor que deus é formado por três pessoas. Se trata do desejo criar uma elite entre leigos, um grupo especial que tem entendimento dos mais profundos aspectos teológicos, filosóficos e portanto está melhor capacitado para LIDERAR a multidão.".
_____________________
Merece uma moldura! Sem tirar nem por, assino embaixo. :) Deus é instrumento de manejo de massa desde que foi "criado". Até quando é descartável, serve para o mesmo propósito nas mãos "certas". Abraço
Ao vc afirmar q "pedras são atéias", vc ñ está usando uma comparação (ou inversão) de entendimento do "deus criou todas as coisas)? Pq se associarmos as palavras "alma" (animu do Latim significa movimentação) e "espírito" (do Latim spiritus, significa sopro, respiração), as pedras ñ tem alma nem espírito.
Pode falar: "Ah, os animais são ateus?" Eu digo q não é assim, afinal, a crença em divindades é humana, da msma forma q a não crença (e nem precisa ser ateu, afinal, a 1º (proto-)religião foi baseada na mulher, religiões filosóficas (como o confucionismo) e certas partes materialistas das religiões, como as tribais baseadas no animalismo e/ou em objetos (como os ainus).
Não sei se fugi do assunto....
O mais engraçado é gente aproveitando pra atacar Lihs usando os mesmos argumentos que eu ouvia por parte de alguns religiosos. "Isso ai ta virando religião!".
Ganhar visualizações per fas et nefas (e não estou falando do Paulo Lopes), a gente vê por aqui.
CRENTE UNITARISTA: Aquele que acredita num deus, cuja existência e poder invalidam a existência e poder de outros deuses.
CRENTE UNIVERSAL: Aquele que acredita em todo tipo de influência sobrenatural.
ATEU UNITARISTA: Aquele que não acredita na existência ou poder de um deus.
Definição Alternativa: Aquele que acredita serem falsas a existência e poder de um deus.
ATEU UNIVERSAL: Aquele que não acredita em nenhuma manifestação ou entidade de caráter sobrenatural.
Definição alternativa: Aquele que acredita que toda entidade ou manifestação sobrenatural é falsa.
AGNÓSTICO: Aquele que alega que o conhecimento não é suficiente para acreditar na existência e manifestação sobrenatural, mas que também rejeita a crença sem fundamentação lógica.
IGNORANTE DO CONCEITO: Aquele a quem não foi apresentado um conceito ou que, por sua natureza, é incapaz de avaliar verdade ou falsidade de tal conceito, o que torna inútil que este lhe seja apresentado.
Então essa questão da forma que a Bulimia Voadora coloca, como sempre, querendo causar para ter fama na net a todo custo, é chover no molhado, e aínda demonstra ignorância sobre o assunto que quer discutir. E poderia ser dito, sem muito drama, em algumas linhas.
E o ateísmo continua sendo aquele que não crê em deuses, e/ou qualquer tipo de misticismo e sobrenaturalismo. Desse forma, até um chimpanzé, levando em conta seu grau cognitivo um pouco complexo, seria, provavelmente, ateu. Se existe ateu letrado ou não, não importa. Assim como uma pessoa pode ser moralmente boa mesmo sem nunca ter lido Kant ou qualquer outro pensador, sem sequer ter justificativas para explicar porque matar outras pessoas é errado, ainda mais em proveito próprio. È óbvio que essa pessoa pode acabar em algumas incoerências, parcialidades e poderá levar um banho numa discussão ética.
Enfim precisa de todo esse drama? Precisa vir querer por ateus que estão pouco ligando para o "ateísmo" como seres de "segunda classe"(para não dizer as palavras usada pela LiHS?) Vão ler Serle, Dennett, Baars, Chucherland Feurebarch, e parar de querer inventar moda com questões já bem velhas para ter a polêmica do dia.
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Pedro Gabriel
CRENTE UNITARISTA = Teísta
CRENTE UNIVERSAL = Supersticioso
ATEU UNITARISTA = Ateu
ATEU UNIVERSAL = Materialista
Sua definição de agnosticismo não me parece totalmente exata. Como disse o Russell, o agnóstico não fica em cima do muro, ele apenas evita tomar conclusões absolutas com insuficiência de dados. Russell deixa bem claro que, na ausência de dados para justificar a crença, a descrença é justificável, apenas não é epistemologicamente demonstrável. E se Russell, que não era nenhum bobo, tinha essa tolerância, eu acho tolice fazer cavalo de batalha dessas firulas semânticas. Como bem disse o filósofo, um ceticismo absoluto seria estéril e inútil.
Quanto ao ignorante do conceito, esse é o GRANDE TEMA do tópico. Para mim, e para outros, alguém que desconhece o conceito de deus é 'ateísta', para outros seria outra coisa. Só sei que não é 'agnóstico', porque o agnosticismo, sim, e com certeza, é uma conclusão a que só se pode chegar analisando argumentos pro e contra a divindade. Portanto, um agnóstico, necessariamente, precisa conhecer o conceito. Ao menos é o que o Russell dizia.
«O problema é que as pessoas estão se considerando ateias pelas mesmas razões que deveriam se considerar aextraterrestres, mas não se consideram aextraterrestres: é um fato que estão sendo incoerentes.»
Discordo. As pessoas não se consideram "aestraterrestres" por uma questão de RELEVÂNCIA. A ideia de extraterrestres não permeia o dia a dia das pessoas, tornando pouco relevante identificarmo-nos como "aextraterrestre". O teísmo, por outro lado, vem à tona a cada "graças a Deus" soltado por um interlocutor crente no meio de uma conversa. A noção de que não compartilhamos dessa crença nos acomete frequentemente, tornando RELEVANTE o ato de nos identificarmos como "ateus".
Dizem que os esquimós têm várias palavras para "neve", distinguindo propriedades diversas que são RELEVANTES em seu dia a dia. Não somos "incoerentes" por não utilizarmos termos correspondentes — simplesmente o termo "neve" nos basta para designarmos aquilo com que a maioria de nós nem tem contato.
«Desta incoerência segue que está em jogo uma concepção equivocada de "ateísmo", e a contepção de "ateísmo" que faz sentido simplesmente não precisa de nenhuma qualificação.»
Como vimos não há incoerência, então nenhuma "concepção errada de ateísmo" decorre daí.
A definição que queres dar a palavra não é a que "faz sentido", mas a que preferes por motivos UTILITÁRIOS — como um conceito supostamente mais "claro" para a promoção de um ateísmo fundamentado em cogitações racionais.
Pessoal da LiHS, é hora de pensarem sobre um novo presidente, não acham? Pessoas capacitadas para isso não faltam. Pensem!
HAHAHAHHAHAHAH!!! Esse cara deve ter lido todos, errou o nome de cada um deles, exceto Dennett. HAHAHA!
ainda tem gente aqui que, em vez de discutir a questão, ainda está tecendo ataques? E crêem ser isso uma postura racionalista?
Terei de discordar do Kentaro, inclusivismo demais aceita intolerantes, e se tem algo que intolerantes merecem é a intolerância.
o senhor gostaria de propor minha destituição? Poderá fazê-lo, juntando um quinto dos membros da LiHS. Boa sorte.
Um texto diz muito mais do que leva escrito. Querer que as respostas fiquem restritas ao que foi redigido e que não se remetam ao que foi dito é, no mínimo, desonestidade intelectual. Um texto não existe fora de um contexto que o ultrapassa e justifica.
Portanto, acredito que a postura do Eli deve, sim, ser considerado não apenas em relação à crítica ao texto e à sua aterna birra e despeito em relação ao Sottomaior, mas também em função de sua atuação à frente de um organização que pretende representar ateus.
Somos livres para manifestar nossas opiniões quando o assunto nos envolve diretamente.
Os agnósticos costumam dizer que não sabem se a causa "Deus" pode ser provada ou não. Que isso não é possível "pelos homens", como alguns dizem. Popularmente falando, é uma posição "em cima do muro". É uma posição de dúvida irracional que não fada o agnóstico à crença dogmática. Mas o coloca numa posição deveras insustentável fácil de se refutar (colocando-se a aposta de Pascal em suma, é fácil evidenciar uma falsa dicotomia).
Sottomaior não cometeu falácia ao dizer que ateísmo é a ausência de crenças. É uma afirmativa que, matematicamente falando, poderia ser testada e comprovada diversas vezes quando SE FALA EM CRENÇAS DOGMÁTICAS. Mas que se fosse testada diversas vezes quanto a outras "crenças" (por exemplo, ao considerar-se a pergunta "você acredita que o time X vencerá amanhã?"), dúvidas quanto a um assunto não-dogmático, teríamos diversas respostas a serem testadas e verificadas. Mas isso não chega a validar a afirmação de Sottomaior como uma falácia. Muito menos de ordem etimológica. A palavra "ateísmo" contém diversos valores lógicos voltados à ausência de crenças. Podendo-se usá-la em sentido de explicar algo simples: que não se acredita em deuses, religiões ou divindades. Apenas isso. Se isso constitui uma "crença na não-existência" de deuses, seria uma reducionista e apressada tentativa de se apegar a algo como o teorema da incompletude de Gödel sem revisá-lo.
Segue link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema_da_incompletude_de_G%C3%B6del
Estabelecer argumentos do tipo ad verecundiam (não se esqueçam que filósofo Y disse isso) e simplesmente denotar que a palavra "ateísmo" não é uma mera ausência de crenças apenas porque "todos devem crer em algo", pode nos aproximar de uma dicotomia induzente a diversos conceitos como agnosticismo e até nihilismo. Devido aos "conflitos" de hipóteses que podem surgir e serem passíveis de ser testadas dentro do teorema de Gödel.
Não podemos dividir uma naturalidade de descrença (afinal, as pessoas nascem descrentes porque não há estruturas cognitivas para discernir o que é uma crença ou muito menos uma palavra) como uma mera "casta filósofica" de grupos que agem como "perigosos livres pensadores". Mas perigosos ao próprio intelecto e raciocínio, entenda-se.
Tudo o que se deseja é a verdade e o entendimento. Sem complicações, retoques, divisões ou intenções sem objetivo.
Se eu fosse uma dessas pessoas, teria vergonha de me ver usado assim, como escudo de alguém que se revela um déspota.
Se eu fosse um diretor da LiHS, teria vergonha de ver o presidente desfilar tamanha arrogância e prepotência.
Sou um nihilista assumido e não me meto nestas questões de organização. Mas, sinceramente, nestas horas eu gostaria de ser um "ateu militante" para puxar um movimento de "Fora Eli"!
Você é um vergonha para os ateus.
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Marco Antônio, faço minhas as suas palavras. Nunca tive simpatia ou antipatia pelo Eli. Mas após ler a resposta que ele deu a você, tomei partido. Ninguém merece um sujeito destes.
Não é útil ou construtivo ao racionalismo ignorar problemas conceituais e seguir em frente, ou "incluir" erros em nome da política, muito menos erros cometidos por quem faz questão de apontar o dedo para religiosos para chamá-los de "ilógicos".
Nosso público não é tão ignorante para notar todos os erros que Ives Gandra comete e ignorar os cometidos pelo Daniel Sottomaior. O que eu escrevi no Bule Voador sobre a divulgação filosófica, que é extremamente impopular na dita comunidade cética apesar de igualmente necessária, foi uma observação geral sobre o problema. A energia de ativação para o post veio em primeiro lugar de uma semana produtiva que tive hospedando um filósofo profissional em casa, e em segundo lugar da minha falta de vontade em perdoar textos escritos pelo Sottomaior para a grande mídia em que ele acusa ilogicidade nos outros enquanto a comete ele mesmo.
Podem chamar de tentativa de aparecer, podem elaborar mil teorias sobre motivações minhas, ou tentar contaminar a LiHS com rusgas pessoais que têm contra mim (e todos os que estão fazendo isso o fazem porque saíram descontentes de debates nos comentários do Bule Voador, geralmente defendendo coisas como "apontar erros lógicos em ateus é criar um elitismo").
Ora, apontar erros conceituais de evolução em professores de biologia, como fez minha orientadora na graduação, é criar um elitismo de professores de biologia? Se é assim, toda a atividade consensual, tanto científica quanto filosófica, é a criação de aristocracias.
A falta de abertura de reconhecer erros não exime ninguém de estar errado.
Mas como o Eli voltou à questão do "erro de lógica", repetirei aqui minha primeira pergunta.
Gostaria de ressaltar que a dúvida é legítima; não é nenhum tipo de ataque a ninguém.
Segue a pergunta:
Não entendi isso de "falácia etimológica"...Por que usar a palavra "ateu" com o sentido de "aquele que não acredita em deuses" é uma falácia etimológica, e usar "crença" como sinônimo de "conclusão" não é?
Usar "preconceito" como "pré-conceito" (um exemplo do texto citado como referência) é uma falácia etimológica por quê? Porque mais pessoas usam "preconceito" como uma visão negativa e injustificada ao invés de usarem o sentido original da palavra?
É uma questão meramente quantitativa, então?
Se é assim, fazendo a suposição de que mais pessoas usam a palavra "ateu" como "ausência de crença em deuses" do que pessoas usam a palavra "crença" como sinônimo de "conclusão", então não haveria falácia etimológica no emprego de "ateu", e sim no emprego de "crença", correto?
E como seria feita a contagem? E qual seria o limiar? "Como "X" pessoas usam "preconceito" com o significado "A", e "Y" pessoas com o significado "B", logo "preconceito" agora significa "A" e quem usar como "B" estará incorrendo numa falácia etimológica." É isso?
E esse limiar seria absoluto ou relativo?
E, ao se fazer a contagem, como se lida com línguas diferentes? Afinal, existem palavras presentes em determinadas línguas que não existem em outras.
Além disso, uma mesma palavra não pode ter sentidos diferentes dependendo do contexto em que é empregada?
não, as palavras sequer podem ter um sentido figurado.
;-)
Sério?? Isto me parece uma pérola das mais polidas. Pedras não são atéias porque pedras não tem persona. O termo ateísmo é atribuído apenas a personas (físicas ou jurídicas) por exprimirem vontade. Pedras não exprimem vontade.
Mordredis.
O Ateu é aquele que não crê em deus, pois diante de uma análise baseada em lógica absorve ideias reflexivas diante do que conhece de religiões que não há deus. Mesmo assim um ateu nem precisa agregar conhecimento ou filosofia a sua vida para não crer em deus.
Qualquer definição sobre o individuo é autônoma.
Cientistas filósofos estão pensando nisso, hoje jornalistas e pedreiros também.
Qualquer argumento de uma pedra ser ateia pois é incapaz de crer em deus, desmerece a razão ao individuo pensante, pois pedras nem organismos são.
A falácia continua, pois o assunto é abordado diante do que cada um acredita, e fé existe quando não há provas e os argumentos se baseiam em lógicas imprecisas como no caso do "teista até o pescoço, já que órgãos são incapazes de pensar, como as pedras". O argumento facilmente derrubado, já que o sistema nervoso é distribuído por todos os órgãos é fácil afirmar que órgãos reagem a cada estimulo de filosofia teísta ou ateísta.
Ainda estão colocando "Minhocas cheias de terra em seus intestinos na cabeça do individuo cético."
Desculpem os erros de português sou um mero indivíduo laico, daqueles que nada sabe,enquanto a lógica existir, e as provas físicas deixarem de ser importantes, pois filosofias ainda são confusas, e causam na mente do povo a impressão de saber algo do universo a sua volta.
Continuem comentando sobre ele e só farão ele se tornar maior. Para mim ele é mais um que torna o ateu um fiel religioso que não crê em deuses.
Ele é um sacerdote.
HAHAHAHHAHAHAH!!! Esse cara deve ter lido todos, errou o nome de cada um deles, exceto Dennett. HAHAHA!"
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ai ai ai
O único nome errado [perdoavelmente] foi Serle que deveria ser Searle, faltou um "a".
Enfim, como eu disse. Esse assunto ser ateismo ou não uma crença é falta de estudos.
Pedro Gabriel.
HAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAH ....
Comentário de Kentaro Mori no Bule Voador:
Kentaro Mori, em 11 dezembro 2011 às 12:30
"Definir que a conceituação no dicionário para ateísmo é um erro é definir que todos que se declaram ateus de acordo com esse conceito são ateus em auto-engano. Por certo isso os excluirá, porque duvido que alguém gostaria de fazer parte de um grupo que de antemão o classifica como incorrendo em um erro. Por isso notei que esse posicionamento exclui de antemão boa parte dos ateus, incluindo boa parte dos que estão associados presentemente à LiHS.
Façamos uma analogia com o ceticismo, por exemplo. A definição no dicionário para ceticismo não é muito apropriada para o movimento cético moderno, derivado principalmente da abordagem de Martin Gardner e de Paul Kurtz, mas nenhum cético de bom senso diria que aquele que se declara cético pelo dicionário é “ingênuo”, “ignorante” ou se estenderia em fazer pouco deste que deseja ser seu par. O que se propôs, e foi até já mencionado aqui, foi a criação de um novo termo — no caso, o “ceticismo científico” de Kurtz — embora eu pessoalmente acredite que esses neologismos são pouco eficazes. Não vejo os brights crescendo tanto quanto deveriam.
Devemos, sim, promover definições que vemos como mais refinadas de tais conceitos tão centrais às nossas causas, mas buscando sempre não excluir e principalmente não fazer chacota dos que afirmem definições diversas que ainda tenham compatibilidade com nossa causa.
A falácia epistemológica não significa que nenhum termo pode ser definido por sua epistemologia, apenas que é um erro presumir que eles sempre o serão. O que define uma palavra é seu uso, entretanto se a epistemologia pode oferecer ainda uma conceituação aceitável, não vejo por que rejeitá-la com tanta veemência em nome de uma “higiene”, como expresso em mensagem privada. Um termo terrível, terrível, para o presidente de um movimento.
Obviamente a questão é o que é aceitável. Eu vejo como inaceitável que um grupo humanista faça chacota ou destrate um membro candidato bem intencionado que esteja simplesmente no caminho e no desejo de ser incluído. Que se dirá de membros eméritos.
Pedras são amorais? Pedras são arreligiosas? Pedras são apáticas? Pedras são ateias?"
Muitos já demonstraram aqui a total e completa falta de senso e de relevância em seu artigo mas acho que vale a pena ressaltar uma coisa, pois você conseguiu prender a atenção num ponto irrelevante em detrimento do restante.
O que o Daniel disse foi "(...)Já o ateísmo é somente a ausência de crença em todos os deuses, e não tem qualquer doutrina. Por isso, fundamentalismo ateu é um oximoro(...)"
O senhor tirou a frase de seu contexto e com base nisso teceu todo esse texto.
Se eu disser "Um elefante não é uma ave ou seja, não tem asas, não voa, por isso não precisamos de proteção contra elefantes voadores" minha frase estará correta.
Um pentelho desocupado poderia dizer que "o morcego tmb não é uma ave mas voa por isso, a frase que eu usei é uma falácia, e blablabla..."
A melhor resposta seria ignorar esse tipo de imbecilidade.
A ideia geral foi passada: elefantes voadores não existem e se preocupar com isso é absurdo.
Da mesma forma, o que o Daniel queria no texto não era fazer uma nova "designação definitiva do que é ser um verdadeiro ateu"
Ele simplesmente quis dizer que o ateísmo tem sim uma pluralidade de ideologias e que os ateus tem os mais diversos valores e crenças (tanto filosóficas quanto morais, políticas, etc) e que por não possuir uma "doutrina una" não tem um "fundamentalismo" (no sentido de estrita aderência a um conjunto específico de doutrinas) a ser seguido.
O que vc parece tentar é exatamente o contrario do texto: se vc não faz parte dessa classe específica de ateu, vc não é um "ateu de verdade".
Sinceramente, dado o que vc mesmo falou anteriormente, acredito que faz muito pouca diferença esse tipo de debate quando, se existe uma luta a ser travada, o verdadeiro debate deve ser contra o fundamentalismo e à favor da laicidade, seja baseado em que tipo de crença ou descrença esta for.
Eu, pessoalmente, me emputeço com ateu de dicionário. Pra mim, não vale mais que crente que obedece pastor. Pra mim, ateu que não compreende pelo menos os rudimentos das ciências é um porcaria indigno do nome.
Aí não me venham com churumelas de "baixo clero". Tem ateu e tem adolescente do heavy metal. Alguns crescem e florescem, outros não. Fuén.
Beijos a todos.
Vejam o comentário do cidadão acima. É um autêntico LiHSista ...
Não existe esse papo de filósofo e não sei o quê, porque o ateu é ateu e ponto. O ateu verdadeiro nem discute sobre isso, porque não vê necessidade disso. É como eu discutir se o coelho da páscoa existe, chega a ser patético.
Não há necessidade de argumentação pra algo natural, que é o ateísmo. O céu é azul. "Ah, mas existe uma explicação científica pra isso!" - Ok, ótimo, mas eu não pensei em nenhuma explicação, apenas constatei que é azul e ponto. Eu respiro. O vento esfria as coisas. Tudo é simples sem o pensamento interferindo e enchendo o saco, tanto criando explicações fantasiosas como querendo destruir tais explicações.
A ciência tem o seu papel, e cumpre. Ponto. Apenas existimos e depois morremos. O resto ninguém sabe, então não há necessidade de pensar sobre isso, pois não tem utilidade.
Esse pessoal fica aqui perdendo tempo, igualzinho os crentes ... Fala sério. O ego inflando sem necessidade. Vão dormir, tomar um chá, relaxar e cuidar da vida e vocês, ué!
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