Título original: Deus e Hitchens na terra do sol
por Gunter Axt, historiador, para Zero Hora
O grande polemista britânico Christopher Hitchens (foto), morto em 15 de dezembro, desprezava obituários sanitarizados. Lamentou não poder sobreviver às mortes de Henry Kissinger e Bento 16 para torpedeá-los sem clemência. Tripudiou sobre os editores do The New York Times quando do obituário tépido do odiado político racista Earl Buz.
Numa pousada, em Paraty, em 2006, passeava de meias brancas, no café da manhã, com um transbordante copo de uísque caubói na mão. Na cidade, participou de sessão com Fernando Gabeira. Ambos vinham da esquerda, de cuja versão doutrinária se apartaram.
Hitchens insurgiu-se contra a timidez com que a esquerda europeia reagira em 1989 à sentença de morte do regime iraniano a Salman Rushdie. Desde então, rompera ruidosamente com velhos camaradas, como Noam Chomsky e Tariq Ali, e investira contra celebridades, como Madre Teresa de Calcutá, Lady Di, Bill Clinton e, finalmente, Deus.
Ele militara contra a Guerra do Vietnã, mas surpreendera em 2003 ao celebrar a invasão do Iraque. Os neocons de Bushnão poderiam ter sonhado com melhor garoto-propaganda. Desde o 11 de Setembro, obcecara-se pela ameaça de um islamo-fascismo, parecendo absorver a frágil, mas mobilizadora, lógica do choque das civilizações de Samuel Huntington. Garantiu que as provas da existência das armas de destruição em massa ainda apareceriam e achava que o custo em milhares de vidas e em dólares tinha valido a pena.
Em 1982, rompera com o socialismo ao apoiar a Grã-Bretanha no conflito com a Argentina pelas Ilhas Malvinas, pois esperava que os ingleses depusessem o ditador Leopoldo Galtieri. Nos anos 1990, alertou para a iminência de um genocídio na Bósnia pelo menos um ano antes de Srebrenica, clamando por uma intervenção militar que só chegou depois da morte de 200 mil pessoas. Mas, com o Iraque, se equivocou.
Considerando a amplitude de sua voz, Hitchens tinha sangue nas mãos e se regozijou com isso em alguns artigos, o que vem sendo minimizado por conta de sua posição de destaque no establishment da mídia global. Errar é humano, mas insistir no erro, apesar de todas as evidências, é, na melhor das hipóteses, burrice.
Informado do envolvimento de Gabeira (que, naturalmente, se opunha à Guerra do Iraque) no sequestro do embaixador americano, em 1969, atacou-o (“Mantemos salas especiais para terroristas em nossos aeroportos”), traduzindo, com malícia, arrogância imperialista e intolerância com a divergência. Diante da reação de repulsa da plateia lotada, vacilou. Em sua primeira visita ao Brasil, investia contra um dos políticos mais respeitados por seu compromisso com a ética e com a liberdade. De volta aos Estados Unidos, pareceu retratar-se. Disse apreciar apenas dois ex-terroristas, sendo um deles Gabeira. Ficou a impressão de ser capaz de sustentar posições com veemência, mesmo sem conhecimento do contexto.
No ano seguinte, Hitch veio conferenciar em Porto Alegre. Olhos azuis faiscando num rosto bonito, embora algo inchado. Atendeu a todos com gentileza. Encantou-se com os jacarandás floridos e, pouco antes da fala, quis dar uma esticada na Redenção.
No Salão de Atos da UFRGS, engolfou o ambiente com movimentos lânguidos e voz aveludada, timbrada em inconfundível sotaque britânico. Era um virtuose. Pausava e acentuava com elegância, magnetizando a audiência. Expôs o argumento central do best-seller recém-lançado "Deus Não É Grande". A encruzilhada entre fé e razão seria a mais importante questão hodierna. A religião não só não teria função prática que não pudesse ser substituída, como a sua presença a tudo envenenaria. Propôs um ateísmo radical para combater o domínio da ilusão e emancipar o ser humano, afirmando-se como paladino de um Iluminismo renovado.
Terminada a sessão, trocamos impressões. Por que repelir a chance de uma razão lúdica, tal qual a imaginada por São Tomás de Aquino e revisitada em autores diversos como Heidegger e Maffesoli? Aquino lhe parecia um místico, e a religião surgiu como explicação antes do advento da ciência, depois da qual se tornou descartável e inconveniente. O mundo, acreditava, estava retroagindo com o irracionalismo místico. Talvez fosse, objetei-lhe, desdobramento de um estresse coletivo causado pelo excesso de materialismo, lembrando o que Stefan Zweig escrevera no prefácio de Brasil, País do Futuro; e, ainda, que Zygmunt Bauman interpretara o Holocausto como um drama de toda a humanidade, e não apenas dos judeus, justamente por esse horror ser cria em escala industrial do padrão racional modernista. O impulso para o religioso, insistiu, estava na origem do totalitarismo, cuja versão mais acabada seria a indistinção entre espaço público e privado por conta da afirmação de um panóptico de autoridade e vigilância.
Mas o Iluminismo não necessariamente vivia em choque com o religioso, podendo emergir da própria ambiência espiritual, retruquei, invocando a generosidade precursora do jesuíta Antônio Vieira para com índios e judeus no Brasil do século XVII. Para quem se acostumou a perceber o Iluminismo como apanágio do século XVIII francês e anglo-saxão, creio ter lhe parecido insólito. Disposto a enquadrar logo o debate com uma questão de efeito, desafiou-me a citar uma religião que não se valera do divino para justificar a dominação sobre a mulher e que não diluíra o indivíduo num arcabouço moral aplastante.
Deslocando o fulcro do monoteísmo para o sincretismo, registrei serem mulheres ou gays parte razoável dos sacerdotes nas religiões afro-brasileiras. Hitch associou-as à santería cubana, num tom que indicava considerá-las no plano das superstições banidas da Europa com o extermínio das bruxas durante a Idade Média. Bizarro, pensei, pois tal conceito não estaria a sugerir uma vitória definitiva, sobre mentes ilustradas, da Inquisição, talvez a mais totalitária das manifestações monoteístas? Terminaria aí o propalado cosmopolitismo de Hitch?
Expliquei-lhe guardar o sincretismo afro-brasileiro parentesco distante com a santería, pois reconfigurara elementos de diversas tradições africanas, combinando-se com o catolicismo popular, a pajelança indígena, o espiritismo kardecista e até o budismo. Crença dinâmica e diversificada, tinha razoável grau de visibilidade. Ademais, se o totalitarismo moral generalizante tanto o incomodava, por que considerar como primitivas crenças incapazes de universalismos, nas quais a noção de pecado é fluida, o paraíso e o inferno se realizam no aqui e agora – religiões, enfim, que aceitam o mundo como ele é e as pessoas como elas são, propugnando a satisfação dos desejos individuais no presente, mais ou menos como propunham os estoicos? De resto, para quem convoca nos gregos antigos a origem dos cânones ocidentais, como ignorar acharem natural os criadores da filosofia crítica combinar o exercício da lógica com oferendas, inclusive sacrificiais, a suas divindades, como, aliás, o próprio Sócrates recomendou a um discípulo?
Para quem se propunha a discutir o divino, Hitch transitava mal pela história comparada das religiões. A evidência antropológica da realidade brasileira desmontava seu libelo ateísta.
Agradava-me em Hitchens o jeito boêmio e a irredutibilidade às proibições sanitárias da contemporaneidade. Privar com ele à mesa era um privilégio. A prosa elegante e a oratória magnética farão falta num mundo no qual tais virtudes se esfumaçam. Sua coragem em minar consensos era essencial na corrosão de hegemonias pasteurizadas. Originário das humanidades, ter-se erigido em popstar manteve de certo modo viva a chama de Sartre na atualidade fragmentada.
Mas sua virulência figadal era já antiquada num mundo onde cada vez mais se espera dos intelectuais a construção de pontes. Certa compulsão para a polêmica fácil sugeria oportunismo, talvez explicitado em seu trânsito notório por salões engalanados de Washington. Suas contradições, ao contrário de arrefecer face às qualidades, são matizadas pela voz amplificada. De resto, um problema recorrente com oradores espetaculares é a diluição de uma obra atada ao momento. Grandes intelectuais se debruçam sobre o passado, a partir de impasses do presente, tentando escrever para o futuro, pois seu maior e mais ingrato desafio é a permanência.
Em sua última entrevista, Hitchens falou da relação Igreja-nazismo.
dezembro de 2011
Mais sobre Hitchens. Ateísmo.
Hitchens tinha prosa elegante e oratória magnética |
O grande polemista britânico Christopher Hitchens (foto), morto em 15 de dezembro, desprezava obituários sanitarizados. Lamentou não poder sobreviver às mortes de Henry Kissinger e Bento 16 para torpedeá-los sem clemência. Tripudiou sobre os editores do The New York Times quando do obituário tépido do odiado político racista Earl Buz.
Numa pousada, em Paraty, em 2006, passeava de meias brancas, no café da manhã, com um transbordante copo de uísque caubói na mão. Na cidade, participou de sessão com Fernando Gabeira. Ambos vinham da esquerda, de cuja versão doutrinária se apartaram.
Hitchens insurgiu-se contra a timidez com que a esquerda europeia reagira em 1989 à sentença de morte do regime iraniano a Salman Rushdie. Desde então, rompera ruidosamente com velhos camaradas, como Noam Chomsky e Tariq Ali, e investira contra celebridades, como Madre Teresa de Calcutá, Lady Di, Bill Clinton e, finalmente, Deus.
Ele militara contra a Guerra do Vietnã, mas surpreendera em 2003 ao celebrar a invasão do Iraque. Os neocons de Bushnão poderiam ter sonhado com melhor garoto-propaganda. Desde o 11 de Setembro, obcecara-se pela ameaça de um islamo-fascismo, parecendo absorver a frágil, mas mobilizadora, lógica do choque das civilizações de Samuel Huntington. Garantiu que as provas da existência das armas de destruição em massa ainda apareceriam e achava que o custo em milhares de vidas e em dólares tinha valido a pena.
Em 1982, rompera com o socialismo ao apoiar a Grã-Bretanha no conflito com a Argentina pelas Ilhas Malvinas, pois esperava que os ingleses depusessem o ditador Leopoldo Galtieri. Nos anos 1990, alertou para a iminência de um genocídio na Bósnia pelo menos um ano antes de Srebrenica, clamando por uma intervenção militar que só chegou depois da morte de 200 mil pessoas. Mas, com o Iraque, se equivocou.
Considerando a amplitude de sua voz, Hitchens tinha sangue nas mãos e se regozijou com isso em alguns artigos, o que vem sendo minimizado por conta de sua posição de destaque no establishment da mídia global. Errar é humano, mas insistir no erro, apesar de todas as evidências, é, na melhor das hipóteses, burrice.
Informado do envolvimento de Gabeira (que, naturalmente, se opunha à Guerra do Iraque) no sequestro do embaixador americano, em 1969, atacou-o (“Mantemos salas especiais para terroristas em nossos aeroportos”), traduzindo, com malícia, arrogância imperialista e intolerância com a divergência. Diante da reação de repulsa da plateia lotada, vacilou. Em sua primeira visita ao Brasil, investia contra um dos políticos mais respeitados por seu compromisso com a ética e com a liberdade. De volta aos Estados Unidos, pareceu retratar-se. Disse apreciar apenas dois ex-terroristas, sendo um deles Gabeira. Ficou a impressão de ser capaz de sustentar posições com veemência, mesmo sem conhecimento do contexto.
No ano seguinte, Hitch veio conferenciar em Porto Alegre. Olhos azuis faiscando num rosto bonito, embora algo inchado. Atendeu a todos com gentileza. Encantou-se com os jacarandás floridos e, pouco antes da fala, quis dar uma esticada na Redenção.
No Salão de Atos da UFRGS, engolfou o ambiente com movimentos lânguidos e voz aveludada, timbrada em inconfundível sotaque britânico. Era um virtuose. Pausava e acentuava com elegância, magnetizando a audiência. Expôs o argumento central do best-seller recém-lançado "Deus Não É Grande". A encruzilhada entre fé e razão seria a mais importante questão hodierna. A religião não só não teria função prática que não pudesse ser substituída, como a sua presença a tudo envenenaria. Propôs um ateísmo radical para combater o domínio da ilusão e emancipar o ser humano, afirmando-se como paladino de um Iluminismo renovado.
Terminada a sessão, trocamos impressões. Por que repelir a chance de uma razão lúdica, tal qual a imaginada por São Tomás de Aquino e revisitada em autores diversos como Heidegger e Maffesoli? Aquino lhe parecia um místico, e a religião surgiu como explicação antes do advento da ciência, depois da qual se tornou descartável e inconveniente. O mundo, acreditava, estava retroagindo com o irracionalismo místico. Talvez fosse, objetei-lhe, desdobramento de um estresse coletivo causado pelo excesso de materialismo, lembrando o que Stefan Zweig escrevera no prefácio de Brasil, País do Futuro; e, ainda, que Zygmunt Bauman interpretara o Holocausto como um drama de toda a humanidade, e não apenas dos judeus, justamente por esse horror ser cria em escala industrial do padrão racional modernista. O impulso para o religioso, insistiu, estava na origem do totalitarismo, cuja versão mais acabada seria a indistinção entre espaço público e privado por conta da afirmação de um panóptico de autoridade e vigilância.
Mas o Iluminismo não necessariamente vivia em choque com o religioso, podendo emergir da própria ambiência espiritual, retruquei, invocando a generosidade precursora do jesuíta Antônio Vieira para com índios e judeus no Brasil do século XVII. Para quem se acostumou a perceber o Iluminismo como apanágio do século XVIII francês e anglo-saxão, creio ter lhe parecido insólito. Disposto a enquadrar logo o debate com uma questão de efeito, desafiou-me a citar uma religião que não se valera do divino para justificar a dominação sobre a mulher e que não diluíra o indivíduo num arcabouço moral aplastante.
Deslocando o fulcro do monoteísmo para o sincretismo, registrei serem mulheres ou gays parte razoável dos sacerdotes nas religiões afro-brasileiras. Hitch associou-as à santería cubana, num tom que indicava considerá-las no plano das superstições banidas da Europa com o extermínio das bruxas durante a Idade Média. Bizarro, pensei, pois tal conceito não estaria a sugerir uma vitória definitiva, sobre mentes ilustradas, da Inquisição, talvez a mais totalitária das manifestações monoteístas? Terminaria aí o propalado cosmopolitismo de Hitch?
Expliquei-lhe guardar o sincretismo afro-brasileiro parentesco distante com a santería, pois reconfigurara elementos de diversas tradições africanas, combinando-se com o catolicismo popular, a pajelança indígena, o espiritismo kardecista e até o budismo. Crença dinâmica e diversificada, tinha razoável grau de visibilidade. Ademais, se o totalitarismo moral generalizante tanto o incomodava, por que considerar como primitivas crenças incapazes de universalismos, nas quais a noção de pecado é fluida, o paraíso e o inferno se realizam no aqui e agora – religiões, enfim, que aceitam o mundo como ele é e as pessoas como elas são, propugnando a satisfação dos desejos individuais no presente, mais ou menos como propunham os estoicos? De resto, para quem convoca nos gregos antigos a origem dos cânones ocidentais, como ignorar acharem natural os criadores da filosofia crítica combinar o exercício da lógica com oferendas, inclusive sacrificiais, a suas divindades, como, aliás, o próprio Sócrates recomendou a um discípulo?
Para quem se propunha a discutir o divino, Hitch transitava mal pela história comparada das religiões. A evidência antropológica da realidade brasileira desmontava seu libelo ateísta.
Agradava-me em Hitchens o jeito boêmio e a irredutibilidade às proibições sanitárias da contemporaneidade. Privar com ele à mesa era um privilégio. A prosa elegante e a oratória magnética farão falta num mundo no qual tais virtudes se esfumaçam. Sua coragem em minar consensos era essencial na corrosão de hegemonias pasteurizadas. Originário das humanidades, ter-se erigido em popstar manteve de certo modo viva a chama de Sartre na atualidade fragmentada.
Mas sua virulência figadal era já antiquada num mundo onde cada vez mais se espera dos intelectuais a construção de pontes. Certa compulsão para a polêmica fácil sugeria oportunismo, talvez explicitado em seu trânsito notório por salões engalanados de Washington. Suas contradições, ao contrário de arrefecer face às qualidades, são matizadas pela voz amplificada. De resto, um problema recorrente com oradores espetaculares é a diluição de uma obra atada ao momento. Grandes intelectuais se debruçam sobre o passado, a partir de impasses do presente, tentando escrever para o futuro, pois seu maior e mais ingrato desafio é a permanência.
dezembro de 2011
Mais sobre Hitchens. Ateísmo.
Comentários
Sites Cristãos pregam mentiras, crendices tolas, intolerância, preconceito e ódio.
Anti-família!?
Homossexuais também tem pai e mãe, tem família.
...Os padres pedófilos, proibição de usar camisinha, pastores estelionatários, as meias e toalhas do Valdemiro ou o paninho mágico de Nossa Senhora contribuem muito para o bem da humanidade.
Eu tenho visitado seu blog todos os dias por pura curiosidade, e as vezes causa mal estar a quantidade de ódio que os ateus pregam, diferente dos sites cristão(as vezes até com hipocrisia) que só pregam amor, esperança, familia, o seu blog é recheado sobre assuntos anti-cristão e anti-familia (tipo homossexualismo), se vocês não crêem em DEUS tudo bem, ele não vai deixar de existir por causa disto e vocês tem tuda a liberdade para dizer se acredita ou não, agora, que bom se vocês criarem um pouco de amor no coração e pararem de olhar tanto os defeitos dos outros, afinal, todo mundo erra, e assim como teve ateus que contribuiram com alguma criação para nos facilitar a vida, também tiveram inúmeros religiosos que contribuiram para o bem da humanidade. Que a paz esteja com todos, acreditem vocês nela ou não.
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De novo, troll?
Os cristãos não devem ser odiados, apenas ridicularizados, e muito.
Isso até o dia em que mantiverem suas historinhas dentro de seus domínios e longe dos lugares públicos pagos e mantidos pelos impostos de todas as pessoas.
Podemos usar suas ideias como base, mas, ainda assim, devemos ser céticos e críticos de todos eles.
Pois, à partir do momento que você o idolatra, acaba praticando aqui que você critica: religião.
Não contente, estava na turma que usava dinheiro dos manés pagadores de impostos na farra das passagens aéreas até pra filhinha. Idem, só devolveu depois de acuado, descoberto.
Que o CH se enganasse com o rei do embuste vá lá, era de fora e não tinha como 'estudar' o verdadeiro Gabeira. Mas os daqui têm obrigação de mostrar a verdade, sobretudo quem se diz historiador. Sequestro não é a única especialidade meliante do GABA.
Um dos erros dos ateus/agnósticos é essa mania de se colocarem como 'de esquerda'. Fica difícil se impor como agnóstica não sendo da sedizende esquerda. Tenho de recitar explicações e isso cansa.Não sou nem de direita nem de esquerda, não milito em ideologia nenhuma nesse campo onde ninguém sabe mais o que uma coisa e outra. Meu negócio é desbancar religiosos e religiões.
Conhecer a verdade faz bem, deveriam experimentar testando as verdades do mito Gabeira. Os saudosos do socialismo enterrado com a queda do muro de Berlim.
Janer Cristaldo é que tem razão.Ele, sim, é ateu de verdade e não um 'revolucionário' travestido de ateu, que usa o ateísmo para passar ideologias fracassadas, só mudaram o nome da 'militância'.
O CH acordou, o Axt, pelo jeito ainda está preso a 'certos' mitos.
"Em sua primeira visita ao Brasil, investia contra um dos políticos mais respeitados por seu compromisso com a ética e com a liberdade."
Acorde, Alice! ética? Tá parecendo a turma da 'bíbra' que só mostra os pedacinhos 'bons' do livrinho aquele, tão cheio de sangue que se um vampiro morder vai morrer de overdose de ferro...
Tirando o ato falho sobre o Gaba, o texto é interessante ao mostrar as contradições de CH, resta agora mostrar as contradições do autor e de seu mito da ética...
Pelo visto, a militância pró-imperialista dele vêm desde os anos 1980. Gastou 30 anos da sua vida como garoto-propaganda dos Impérios britânico e norte-americano. É importante, para a elite destes países, que haja alguém como ele, metido a ateu e progressista, para seduzir o público mais progressista. Essa ideologia liberal-imperialista jamais teria legitimação se o seu público se restringisse a conservadores religiosos e racistas. É preciso também um público moderadamente "progressista" para formar um consenso liberal-conservador.
Além disso, as “generosidades” individuais e pontuais são argumento a favor da religião e da crença religiosa. poder-se –ia dizer facilmente que pessoas são boas “apesar” da religião e não por causa dela.
E vejo que o autor da “crítica” vê as religiões brasileiras com muito romantismo. Elas são melhores se comparadas com fundamentalistas extremos oriundos das religiões cristãs e islâmicas. Salvo as religiões indígenas que não conheço, não existe em absoluto o respeito irrestrito e hedonismo nas religiões brasileiras que ele cita. As religiões brasileiras, mesmo as mais inclusivas, são dotadas de um certo moralismo. Até mesmo as recentes igrejas inclusivas, embora não sejam homofóbicas, guardam em si boa parte do moralismo presente no catolicismo padrão. O mesmo em relação ao espiritismo. E o fato de haver qualquer noção de pecado, fluida ou não, é deletéria.
A pertinência da crítica se restrigiu à ignorância de Hitchens em relação as religiões brasileiras o que não é lá grande coisa já que apontar algo que uma pessoa não saiba é algo relativamente fácil.
E nada do apontado refuta a premissa essencial de Hitchens : que o ato de ter fé em entidades divinas é inadequado. E é mister apontar que Hitchens não pregou ódio e tampouco odiava os religiosos em si mas sim os sistemas de crença aos quais elas seguiam que sempre intenta transformá-los em gado.
Pedem que lhes tratem com benevolência, mas não são de todo, assim como manda sua sagrada lei, benevolentes. Seus delírios divinos culminaram em massacres de velhos, jovens e crianças em tempos mais antigos e hoje embora sua violência tenha sido parcialmente aplacada com a evolução do pensamento, remanescentes de sua loucura, digo a incompreensão de mão dadas como a ignorância e a intolerância lhes faz discriminar a todos que simplesmente ou são diferentes somente por serem assim ou não compartilham de seu ponto vista.
Um exemplo disso é quando diz que homossexual-ISMO é anti família. Este é um exemplo mais do que claro de uma estupida, ENORME, GIGANTESCA e abominável ignorância. Diz como se os homossexuais fossem homossexuais por terem intenção de acabar com a família. Primeiro que não se faz uma escolha. Queira ou não queira seu pastor ou padre, a homossexualidade(ismo) nasce com a pessoa e em outras nascem com tendencias o que não quer dizer que vá ser homossexual para o resto de vida. E por falar em anti-família, meu pai é cristão, lê bastante sobre bíblia, quer estar bem informado sobre sua crença e crê piamente em tudo que diz respeito a seu Deus e a crença nele. Seria de fato um exemplo de cristão se não fosse pelo fato de ter chifrado minha mãe há alguns dias atrás...
Outra é que vocês se referem de forma completamente descriminatória e pre-conceituosa quando dizem Homossexual-ISMO ao invés de Homossexual-IDADE, pois esta tendencia não é doença que degrada e tão pouco doença infecciosa ao contrário do cristian-ISMO que desde tempos mais antigos até os dias atuais tem infectado o ser humano, perseguido e matado os de sua espécie.
Sem mais a dizer.
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