por Mac Margolis, Newsweek
Fidel Castro (foto) logo mais estará de joelhos. Pelo menos assim garante a imprensa italiana, afirmando que o octogenário líder da Revolução Cubana está preparando seu regresso à Igreja Católica.
O retorno será dramático, segundo o La Stampa, o maior jornal do país (Itália), e ocorrerá em março, durante a visita do papa Bento 16 à ilha. É que aos 85 anos e com a saúde fragilizada, o ditador comunista estaria "mais próximo à religião e a Deus", disse sua filha Alina ao jornal La Reppublica.
A "boa nova" varreu a mídia cristã. O maior ícone vivo do comunismo estará mesmo à beira da penitência? Embora distante do pai, Alina é devota e frequentemente peregrina a Roma, onde goza de trânsito fácil na Santa Sé.
Já uma fonte do Vaticano assegura que o papa terá, sim, um encontro reservado com Fidel a quem concederá a bênção. Mas o resto pode não passar de fumaça benta.
Quando ouviu a "notícia" a historiadora americana Julia Sweig, uma das maiores estudiosas de Cuba contemporânea, soltou uma gargalhada.
"É verdade que a Igreja e o Estado sempre tiveram uma relação diferenciada em Cuba", diz. "Mas isso não indica que uma conversão tardia está nas cartas."
O brasileiro Frei Betto, amigo de Fidel e talvez o maior intérprete da alma do ditador, tampouco avaliza a versão italiana.
Mas o que estaria atrás da boataria e qual é a relação real do velho ditador com a fé? Em meio século de socialismo, onde o maior padroeiro usava boina e charuto, a convivência do governo e a Igreja cubanos foi frequentemente tumultuada.
Católico, protestante ou adepto de santeria, os religiosos de Cuba tinham de orar escondidos e se esquecer de Deus se quisessem servir à pátria e ao partido. Não ajudou alguns padres benzerem os rebeldes da Baía dos Porcos, na fracassada invasão apoiada pela CIA. Fidel, famosamente, chegou a cancelar o feriado de Natal de 1969.
Tamanho foi o estremecimento entre a cruz e o castrismo, que o papa João 23I teria excomungado o líder comunista em 1962, mas há controvérsias. Quem conhece Fidel o chama de agnóstico e não ateu. "Alguns têm a fé religiosa, outros a fé de outra espécie. Sempre fui um homem de fé, confiança e otimismo", disse a Frei Betto, autor do livro Fidel e a Religião, publicado em 1985.
Com o tempo, a fé ganhou oxigênio. Desde o papado de João Paulo 2, com quem Fidel gozava de "uma química fantástica", segundo Frei Betto, a repressão cedeu lugar à convivência tensa, porém pragmática. No pacto inédito, a Igreja teria compreendido que o comunismo não tinha prazo de validade iminente, enquanto a cúpula comunista se convenceu de que bater em religião era dar murro em ponta de baioneta. Pois até os ideólogos oram.
A partir de 1991, com a reforma do Partido Comunista, os devotos clandestinos no governo já podiam sair do armário. Mais recentemente, a decisão de libertar dezenas de prisioneiros políticos em 2010 foi fruto de um pacto costurado entre o presidente Raúl Castro e o cardeal arcebispo de Havana, Jaime Ortega y Alamino. O mesmo sacerdote teria persuadido o regime a conter os ataques às Damas de Branco, o grupo de parentes dos dissidentes presos.
Para quem conhece a alma castrista, nada disso surpreende. Questionado se é ateu, Fidel disse a Frei Betto: "Infelizmente, os jesuítas não me imputaram uma formação verdadeiramente da fé cristã". Essa admissão implícita, de que possa existir uma verdadeira formação da fé cristã, talvez anime a torcida cristã.
No evangelho da Igreja Católica contemporânea, que amarga escândalos e a sangria de fiéis, uma alma desviada é um convertido em potencial, mesmo que seja de um tirano. Para quem imagina a contrição do velho ditador e o perdão papal, pode esperar sentado.
Mas vale especular. Como seria a confissão do ditador mais longevo do hemisfério?
Cuba precisa ‘mais que nunca’ das ‘bênçãos’ dos evangélicos, diz Raúl
maio de 2011
La Stampa disse que o ditador
vai se reconverter ao catolicismo
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O retorno será dramático, segundo o La Stampa, o maior jornal do país (Itália), e ocorrerá em março, durante a visita do papa Bento 16 à ilha. É que aos 85 anos e com a saúde fragilizada, o ditador comunista estaria "mais próximo à religião e a Deus", disse sua filha Alina ao jornal La Reppublica.
A "boa nova" varreu a mídia cristã. O maior ícone vivo do comunismo estará mesmo à beira da penitência? Embora distante do pai, Alina é devota e frequentemente peregrina a Roma, onde goza de trânsito fácil na Santa Sé.
Já uma fonte do Vaticano assegura que o papa terá, sim, um encontro reservado com Fidel a quem concederá a bênção. Mas o resto pode não passar de fumaça benta.
Quando ouviu a "notícia" a historiadora americana Julia Sweig, uma das maiores estudiosas de Cuba contemporânea, soltou uma gargalhada.
"É verdade que a Igreja e o Estado sempre tiveram uma relação diferenciada em Cuba", diz. "Mas isso não indica que uma conversão tardia está nas cartas."
O brasileiro Frei Betto, amigo de Fidel e talvez o maior intérprete da alma do ditador, tampouco avaliza a versão italiana.
Mas o que estaria atrás da boataria e qual é a relação real do velho ditador com a fé? Em meio século de socialismo, onde o maior padroeiro usava boina e charuto, a convivência do governo e a Igreja cubanos foi frequentemente tumultuada.
Católico, protestante ou adepto de santeria, os religiosos de Cuba tinham de orar escondidos e se esquecer de Deus se quisessem servir à pátria e ao partido. Não ajudou alguns padres benzerem os rebeldes da Baía dos Porcos, na fracassada invasão apoiada pela CIA. Fidel, famosamente, chegou a cancelar o feriado de Natal de 1969.
Tamanho foi o estremecimento entre a cruz e o castrismo, que o papa João 23I teria excomungado o líder comunista em 1962, mas há controvérsias. Quem conhece Fidel o chama de agnóstico e não ateu. "Alguns têm a fé religiosa, outros a fé de outra espécie. Sempre fui um homem de fé, confiança e otimismo", disse a Frei Betto, autor do livro Fidel e a Religião, publicado em 1985.
Frei Beto é amigo
do ditador cubano
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A partir de 1991, com a reforma do Partido Comunista, os devotos clandestinos no governo já podiam sair do armário. Mais recentemente, a decisão de libertar dezenas de prisioneiros políticos em 2010 foi fruto de um pacto costurado entre o presidente Raúl Castro e o cardeal arcebispo de Havana, Jaime Ortega y Alamino. O mesmo sacerdote teria persuadido o regime a conter os ataques às Damas de Branco, o grupo de parentes dos dissidentes presos.
Para quem conhece a alma castrista, nada disso surpreende. Questionado se é ateu, Fidel disse a Frei Betto: "Infelizmente, os jesuítas não me imputaram uma formação verdadeiramente da fé cristã". Essa admissão implícita, de que possa existir uma verdadeira formação da fé cristã, talvez anime a torcida cristã.
No evangelho da Igreja Católica contemporânea, que amarga escândalos e a sangria de fiéis, uma alma desviada é um convertido em potencial, mesmo que seja de um tirano. Para quem imagina a contrição do velho ditador e o perdão papal, pode esperar sentado.
Mas vale especular. Como seria a confissão do ditador mais longevo do hemisfério?
Cuba precisa ‘mais que nunca’ das ‘bênçãos’ dos evangélicos, diz Raúl
maio de 2011
Comentários
Robson Kvalo
“Governar grilhando a mente através do medo de punição noutro mundo ou "nesse mundo" é tão baixo quanto usar a força.”
Cristão! Aff
Se o assassino do Che é endeusado por milhões no mundo, porque Fidel não pode dar um guinada destas (se bem que o cara já esta na bita).
Saiu recentemente que o KGB Putin disse que iria proteger os cristão que estão sendo mortos e perseguidos .
Também corre o Putin é a encarnação de Paulo e o cara é vsito como santo lá.
Quem não ve que isto é sacanagem comuna pô!
A única diferença é que ele só era menos hipócrita e afirmava abertamente que era cristão. Mas as tropas americanas faziam (e ainda fazem) o uso do cristianismo para justificar suas matanças (o que nota-se em muitos assassinos fardados, como é o caso de Chris Kyle) e vendê-la aos povos subjugados. Bush também era fundamentalista ao usar-se do cristianismo para ofender aos islamitas.
Fidel só alega precisar da religião porque acha necessário. E ele mesmo justifica: É pela avançada senilidade que faz com que julgue preciso algum axioma religioso para se sentir bem. Ele nunca, inclusive, assumiu-se abertamente um "ateu". Logo, se há alguém a ser hipócrita, é tão-somente ele mesmo.
Acho que os brasileiros deveriam deixar de se cegar por visões americanizadas hipócritas e observar que sim, qualquer pessoa pode ter uma religião em qualquer época da vida. Basta que ela mesma julgue necessária isso. Sendo um "ditador" ou não.
Os piores ditadores são aqueles aceitos e bem-vistos pela maioria mundial. Que sequer defendem seu país, e sim, defendem interesses opressores de outros povos a bem próprio. Esses cometem os piores crimes a nível mundial e são - à exaustão - justificados como atos necessários e parvoices afins.
Um ditador não é mais hipócrita se ele aceita uma religião. Ele é mais hipócrita a partir do momento em que ele usa a religião como forma de governo. Sabendo que assim, é um método de conseguir se manter no poder por meio do terror mental.
Todos os sacerdotes qu "benzeram" os rebeldes comunistas da Baía dos Porcos, eram ligados a teologia da Libertação. O que não foi mencionado na matéria.
Frei Betto, é um dos maiores divulgadores dessa peste chamada Teologia da Libertação dentro da Igreja Católica no Brasil.
Por isso que Cuba é uma merda de País, bem aventurada a nação cujo Deus é o Senhor...
http://humanitatis.net/?p=5634
Ass. Irmão
Ass. Irmão
Você não sabe se critica ou elogia.
Você é um paranóico.
Ainda vou ver os cristãos que comentam nesse blog reconhecerem que eles seguem fantasias e futuramente irão virar ateus.
Essa esquerda religiosa, sem exceção, abandonou suas ideias ao chegar ao poder e passou a praticar a mais deslavada corrupção, além de não se atualizarem politicamente. Cuba, nada obstante o bloqueio, já deveria ter promovido reformas econômicas como as executadas pela China e Vietnã, para modernizar sua economia. Parece que aqui o arcaico atrai o arcaico.
Evidentemente, Fidel não vai se converter e esse artigo vem no estilo da guerra fria, buscando satanizar o regime cubano. Quando lá estive, em 1988, pude ver um povo (povo, não classe média) muito mais nutrido e educado que o brasileiro, muito mais alegre também. Nesse quesito o Brasil certamente tem muito a aprender com Cuba, mas nossa imprensa nada diz a esse respeito.
Falam em liberdade, mas qual a liberdade que tem um morador da periferia das grandes cidades brasileiras que não possui dinheiro para se alimentar convenientemente?
Cuba não é o que a imprensa ocidental diz a seu respeito, mas não é um modelo a ser copiado, ter apenas educação e saúde de qualidade como possuem os cubanos é muito pouco para quem é de classe média no Brasil.
Jacob Marques.
Essa doeu, Não?
Ass. Irmão
da Igreja tem que conversar com o representante Cubano paraganhar espaço como
a Igreja Católica e forte politicamente ela aos poucos vai ganhando espaço
e os ateus idiotas ficam se mordendo ótarios comentando besteira bando de inulteis.
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