Mesmo deixando de acreditar em Deus, ele continuou ligado ao movimento revolucionário católico
Mesmo ateu, Betinho continuou ligado ao movimento revolucionário católico. Em 1971, foi exilado para o Chile pela sua atuação na resistência à ditadura militar que se instalara no Brasil em 1964. Com o golpe no Chile em 1973, ele se refugiu na embaixada do Panamá. Depois, morou no Canadá e México.
Os amigos de Betinho sabiam de sua descrença, mas o grande público, não, e ele, até certo momento, apresentava constrangimento ao falar sobre o assunto. Às vezes, quando possível, saía pela tangente.
Na primeira entrevista que deu ao Roda Vida, em dezembro de 1987, ou seja, 9 anos antes da segunda, ele teve de responder a pergunta de uma telespectadora se a “força interior” dele vinha de Deus. Betinho respondeu colocando Deus entre “alguns valores fundamentais”, entre os quais ele acreditava no da justiça, da solidariedade, da fraternidade. Ou seja, deixou Deus de sua lista de valores.
Após 11 anos no exílio, Betinho voltou ao Brasil em 1979, beneficiado pela Lei da Anistia. Em 1981, em parcerias com economistas, fundou o IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas). Foi um período em que se envolveu no movimento pela reforma agrária.
Em 1986, ele soube que tinha síndrome da Aids. Ele contraiu o vírus em uma transfusão de sangue, a qual se submetia regularmente por sofrer de hemofilia. Ele e os seus irmãos Hanfil (cartunista) e Chico Mário (músico) herdaram a doença de sua mãe. Todos foram contaminados pelo vírus HIV e uma época em que ainda não havia o coquetel de medicamentos para neutralizar os efeitos da síndrome. Os irmãos morreram em 1988.
Betinho obteve a notoriedade ao liderar uma campanha contra a fome, cujo auge foi em 1993. A campanha arrecadou toneladas de alimentos, com o envolvimento dos vários setores da sociedade. Ele dizia que “democracia e miséria são incompatíveis”.
Em 1997, teve de se afastar da campanha por estar muito fraco. Morreu no dia 9 de agosto daquele ano.
Betinho dizia que o seu sonho era que todos da sociedade tivessem as mesmas oportunidades de felicidade, mas se reconhecia como utópico.
Alguns de seus amigos católicos tinham dificuldade em aceitá-lo como ateu. Humberto Pereira, por exemplo, que atuou com ele na Juventude Estudantil Católica, declarou à Veja, quando Betinho morreu, que era “impossível” que o companheiro tivesse perdido a fé. Mas Maria Nakano, mulher de Betinho, deu à revista testemunho que não deixa dúvida: "Eu o acompanhei em seus momentos de crise absoluta e pude observar que não procurou se segurar em Deus".
Betinho foi sepultado como tinha pedido: sem orações, cruzes e velas.
> Com informação do Roda Viva, Veja e Wikipédia, entre outras fontes.
O sociólogo Herbert José de Sousa, o Betinho, nasceu no dia 3 de novembro de 1935 em Bocaiúva, uma pequena cidade de Minas Gerais, um Estado de forte tradição religiosa.
O jovem Betinho foi católico praticante, de comunhão diária. Alguns de seus amigos eram sacerdotes. Teve professores jesuítas. Ele fazia parte da ala mais à esquerda da Igreja. Foi da Juventude Estudantil Católica, onde começou a sua militância política.
O jovem Betinho foi católico praticante, de comunhão diária. Alguns de seus amigos eram sacerdotes. Teve professores jesuítas. Ele fazia parte da ala mais à esquerda da Igreja. Foi da Juventude Estudantil Católica, onde começou a sua militância política.
Depois, atuou na Juventude Universitária Católica, na Universidade Federal de Minas. Participou da criação da AP (Ação Popular), da qual foi o primeiro coordenador. Aos 27 anos se tornou ateu.
Em uma entrevista em dezembro de 1996 ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, ele afirmou que se tornou ateu não por influência do marxismo, mas por fazer terapia com um “psiquiatra louco”.
Disse ele no programa: “[...] houve um momento em minha vida em que a estrutura religiosa foi minada por um psiquiatra louco. Eu estava fazendo um tratamento e ele virou para mim, interpretando um sonho, e disse: 'Você tem uma fixação com Cristo'. Eu falei: 'Claro, eu sou da Ação Católica, toda pessoa da Ação Católica está fixada em Cristo'. E ele falou assim: 'É, mas o Cristo é uma figura ambígua, ele é homem, mas se veste de mulher. Ele é homem, mas tem cabelos compridos'. E eu falei: 'Ih, danou tudo'”.
Ele contou que, nesse momento, toda a sua estrutura religiosa desabou. “Com isso, desapareceu o problema da existência ou não de Deus”.
Em uma entrevista em dezembro de 1996 ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, ele afirmou que se tornou ateu não por influência do marxismo, mas por fazer terapia com um “psiquiatra louco”.
Disse ele no programa: “[...] houve um momento em minha vida em que a estrutura religiosa foi minada por um psiquiatra louco. Eu estava fazendo um tratamento e ele virou para mim, interpretando um sonho, e disse: 'Você tem uma fixação com Cristo'. Eu falei: 'Claro, eu sou da Ação Católica, toda pessoa da Ação Católica está fixada em Cristo'. E ele falou assim: 'É, mas o Cristo é uma figura ambígua, ele é homem, mas se veste de mulher. Ele é homem, mas tem cabelos compridos'. E eu falei: 'Ih, danou tudo'”.
Ele contou que, nesse momento, toda a sua estrutura religiosa desabou. “Com isso, desapareceu o problema da existência ou não de Deus”.
Liberto por um 'psiquiatra maluco' |
Mesmo ateu, Betinho continuou ligado ao movimento revolucionário católico. Em 1971, foi exilado para o Chile pela sua atuação na resistência à ditadura militar que se instalara no Brasil em 1964. Com o golpe no Chile em 1973, ele se refugiu na embaixada do Panamá. Depois, morou no Canadá e México.
Os amigos de Betinho sabiam de sua descrença, mas o grande público, não, e ele, até certo momento, apresentava constrangimento ao falar sobre o assunto. Às vezes, quando possível, saía pela tangente.
Na primeira entrevista que deu ao Roda Vida, em dezembro de 1987, ou seja, 9 anos antes da segunda, ele teve de responder a pergunta de uma telespectadora se a “força interior” dele vinha de Deus. Betinho respondeu colocando Deus entre “alguns valores fundamentais”, entre os quais ele acreditava no da justiça, da solidariedade, da fraternidade. Ou seja, deixou Deus de sua lista de valores.
Após 11 anos no exílio, Betinho voltou ao Brasil em 1979, beneficiado pela Lei da Anistia. Em 1981, em parcerias com economistas, fundou o IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas). Foi um período em que se envolveu no movimento pela reforma agrária.
Em 1986, ele soube que tinha síndrome da Aids. Ele contraiu o vírus em uma transfusão de sangue, a qual se submetia regularmente por sofrer de hemofilia. Ele e os seus irmãos Hanfil (cartunista) e Chico Mário (músico) herdaram a doença de sua mãe. Todos foram contaminados pelo vírus HIV e uma época em que ainda não havia o coquetel de medicamentos para neutralizar os efeitos da síndrome. Os irmãos morreram em 1988.
Betinho obteve a notoriedade ao liderar uma campanha contra a fome, cujo auge foi em 1993. A campanha arrecadou toneladas de alimentos, com o envolvimento dos vários setores da sociedade. Ele dizia que “democracia e miséria são incompatíveis”.
Em 1997, teve de se afastar da campanha por estar muito fraco. Morreu no dia 9 de agosto daquele ano.
Betinho dizia que o seu sonho era que todos da sociedade tivessem as mesmas oportunidades de felicidade, mas se reconhecia como utópico.
Alguns de seus amigos católicos tinham dificuldade em aceitá-lo como ateu. Humberto Pereira, por exemplo, que atuou com ele na Juventude Estudantil Católica, declarou à Veja, quando Betinho morreu, que era “impossível” que o companheiro tivesse perdido a fé. Mas Maria Nakano, mulher de Betinho, deu à revista testemunho que não deixa dúvida: "Eu o acompanhei em seus momentos de crise absoluta e pude observar que não procurou se segurar em Deus".
Betinho foi sepultado como tinha pedido: sem orações, cruzes e velas.
> Com informação do Roda Viva, Veja e Wikipédia, entre outras fontes.
Comentários
Reconheceu que o Psiquiatra era louco, mas aceitou as loucuras deste!
Era ligado a movimentos católicos, mesmo reconhecendo-se ateu. Isto é hipocrisia.
Reconhecia-se ateu mas manteve-se ligado a movimentos católicos. Isso é impotência, falta e alternativas e falta de segurança.
Toda a aquela campanha em 1993 era apenas uma forma velada de tentar fazer alguma coisa que o destacasse perante Deus. Pelo sim pelo não, vai que é tudo verdadade, não?
Quem faz coisas boas pra se destacar perante deus e conseguir favores cosmicos é o crente!
Ele tinha vergonha de se dizer ateu.
Secretamente, ele ainda tinha fé em Deus.
Ou isso, ou temia que suas "boas ações" não fossem bem recebidas, se declarasse ser ateu. Com isso ele demonstrou que ateus não podem construir nada de importante.
Aos olhos do Povo, a campanha de arrecadação de alimentos foi feita pelo intelectual ligado a entidades católicas e não por um ateu.
Ele traiu vocês!
E também devia parar de usar computadores, tomar remédios, e tantas outras coisas desimportantes criadas por ateus.
Ignorante.
Huahauah vindo de quem vem, é hilário.
Features Increased:
Brain Damaged LvL: 89
Schizophrenia LvL: 78
Creed LvL: 135
Achievement Unlocked: Severe Mental Alienation
Eu incluiria também Imunidade à Lógica (mas essa é uma característica antiga, que vem desde o Lv 1).
Immunity to the Logic LvL: over 9000
DBZ fans will get it.
Ele tinha sim vergonha de dizer que ateu, nos anos 80s qualquer um teria vergonha de se dizer ateu, gay, ou qualquer outra coisa que a sociedade brasileira nao aprovasse, alias ate hoje temos. O fato é , ele era ateu, fez o bem, mais do que muitos aqui, tendo fé ou nao. Isso subvrete a logica da pseudopsicologa que diz que sem deuses nao há moral.
Iesus Xristos Teon Uios Stin ... essa ja é veia.
Ou o site abaixo tá mentindo.
http://www.meusonhonaotemfim.com/abredetalhe.asp?codcategoria=71&produto=120
Neste site mostra várias figuras históricas independente do credo, pois há Albert Einstein (Ateu), Stephen Hawking (ateu), Mahatma Gandhi (Religioso) e Martin Luther King (Religioso), por exemplo.
Este site, parece, apenas falar de grandes conquistas feitas por grandes pessoas, independente de sua crença, como já disse.
Porém, Templário, você sempre tenta denegrir a imagem dos ateus, as vezes de forma ridícula como agora.
Abraços.
Para todos os efeitos, ele era judeu. Mas não conheço a fundo a biografia dele para saber se há mais detalhes sobre esse tema.
Herbert José de Souza, o Betinho, nasceu em 3 de novembro de 1935, em Bocaiúva, Minas Gerais.
No inicio dos anos 60,...
Nos anos 80, foi um dos fundadores do ISER (Instituto de Estudos da Religião) e da ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS), instituição pioneira na defesa dos direitos dos portadores do HIV. Dedicou-se também à coordenação do IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sócio-Econômicas).
Denegrir o que Bapho? O cara ajudou gente pra caramba, e só porque ajudou a fundar o ISER é um demérito pra ele?
Cdê o seu bom senso?
Agora, também, não sei se podemos chamar Einstein de ateu, mas parece que todos o chamam de ateu, devido a notícia acima, por isso o mencionei como ateu.
Abraços.
E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro.
Apocalipse 1:13
Mais um exemplo de uma fé frouxa.
O "bém" feito se não resultar em glórias a Deus resulta em glória para o próprio ego. Deste modo é inútil.
<<"Eu o acompanhei em seus momentos de crise absoluta e pude observar que não procurou se segurar em Deus">>.
Pobre louco e orgulhoso, o que ele teria perdido com isso?
Ass> Irmão
Fazendo uma comparação, um religioso que estuda o ateísmo não deixa de acreditar em Deus.
O escritor espanhol Eduardo Mendonza é um ateu que se dedica ao estudo das religiões. Em alguns de seus livros, os personagens são bíblicos.
De acordo com uma pesquisa, nos Estados Unidos os ateus são mais informados sobre religião do que religiosos. No Brasil também, ao menos pelo que tenho lido nos comentários deste blog.
Você é que está falando que ele era ateu, por isso pensei que você estava falando mal dos ateus.
Veja sua pergunta: "Agora não entendi, como pode ser um ateu e fundar o Instituto de estudos da religião ? (ISER)"
A julguei como ofensiva.
Caso não foi, peço desculpas.
Abraços.
Portanto, mude meu exemplo, troque Einstein por Charles Chaplin, creio que este seja ateu.
Abraços.
"Vive o SENHOR, e bendito seja o meu rochedo; e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação, 2 Samuel 22:47¨"
a proposito é Iesus Christos Theou Uios Soter, blz e não velha não, tem 2000 anos e é sempre atual
Paulo, bloqueie o IP dele para que nao retorne novamente.
Crentes decoram textos apocrifos que estão na bilbia auto intitulados, e aceitam sem criticas ou analise.
O homem não muda, não evolui, toda geração nasce igualzinha, e vai se moldando pela influencia do seu meio, salvo os neuropatas. Como esquecem os erros dos seus antepassados vão mantendo a religião e aqueles os mais interessados que dela vivem. Não assumem nenhuma responsabilidade mas ditam as nossas. São contra por exemplo o uso de preservativos, porem não vão criar os filhos de ninguem. Hipocritas, correm atras do dinheiro e do luxo. Criticam pessoas como Betinho que tinha atitude e iniciativa, porque os religiosos não tem. So atrapalham para parecer que estão fazendo alguma coisa. Os midiaticos são os que atingem e transformam os incautos em automatos, manobraveis, os quais muito ingenuamente pensando que são espertos, acham que estão negociando benesses com o TODO PODEROSO, e para isso muitas vezes deixam esta vida para receber o produto de suas compras depois de mortos. Vidas mediocres quanto maior for a dedicação ao seu rei. Eduquem e os grilhoes da fé se romperão.
Espero que ele não se transforme em massa de manobra de ateus que pensam que o blog é deles.
O bem verdadeiro, que resulta em colheita e duradouro é aquele que glorifica a Deus.
<<"E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
1 Coríntios 13:3">>
E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
Lucas 18:9-14">>
a esta conclusão.
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