Título original: Não cabe cura para quem não está doente
por Carla Biancha Angelucci,
Deputado evangélico quer legalizar o tratamento da 'cura de gay'.
fevereiro de 2012
‘Psicóloga cristã’ afirma amar gay, mas prefere ‘filho machinho’.
fevereiro de 2012
Ciência versus religião.
presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo
e Humberto Verona
presidente do Conselho Federal de Psicologia
O Conselho Federal de Psicologia (CFP), assim como os conselhos regionais, é uma autarquia de direito público, com os objetivos de orientar, fiscalizar e disciplinar a profissão de psicólogo, zelar pela fiel observância dos princípios éticos e contribuir para a prestação de serviços à população.
Cumprindo as suas atribuições, o CFP, por meio da resolução 01/99, regulamenta a atuação dos psicólogos com relação à questão da orientação sexual.
Considerando que as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão (compreensão similar à da Organização Mundial da Saúde, da Associação Americana de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina), a resolução proíbe que o psicólogo proponha seu tratamento e cura.
Entretanto, em nenhum momento fica proibido o atendimento psicológico à homossexuais, como afirmado pelo deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, que propõe um projeto que pretende sustar dois artigos da citada resolução.
Isso fere a autonomia do CFP como órgão que fiscaliza e orienta o exercício da psicologia e contraria as conquistas no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, consolidados nacional e internacionalmente.
A iniciativa do CFP foi pioneira e, na época, o Brasil passou a ser o único país no mundo com uma resolução desta natureza. Por isso, o conselho recebeu dois prêmios de direitos humanos.
Vale ressaltar que, a partir da resolução brasileira, a Associação Americana de Psicologia formou um grupo específico para elaborar documentos de referência para norte-americanos e canadenses, reafirmando posteriormente a inexistência de evidências a respeito da possibilidade de se alterar orientações sexuais por meio de psicoterapia.
A discussão sobre a patologização da homossexualidade é comumente atravessada por questões religiosas, já que certas práticas sexuais são vistas também como imorais e contrárias a determinadas crenças.
Entretanto, há que se reafirmar a laicidade da psicologia, bem como de nosso Estado. Isso significa que crenças religiosas -que dizem respeito à esfera privada das pessoas- não podem interferir no exercício profissional dos psicólogos, nem na política brasileira.
Nesse sentido, ao associar o atendimento à pretensa cura de algo que não é doença, entende-se que o psicólogo contribui para o fomento de preconceitos e para a exclusão de uma parcela significativa de nossa população.
Considerando que a experiência homossexual pode causar algum sofrimento psíquico, o psicólogo deve reconhecer que ele é decorrente, sobretudo, do preconceito e da discriminação com aqueles cujas práticas sexuais diferem da norma estabelecida socioculturalmente.
O atendimento psicológico, portanto, deve, em vez de propor a "cura", explorar possibilidades que permitam ao usuário acessar a realidade da sua orientação sexual, a fim de refletir sobre os efeitos de sua condição e de suas escolhas, para que possa viver sua sexualidade de maneira satisfatória e digna.
Cumprindo as suas atribuições, o CFP, por meio da resolução 01/99, regulamenta a atuação dos psicólogos com relação à questão da orientação sexual.
Considerando que as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão (compreensão similar à da Organização Mundial da Saúde, da Associação Americana de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina), a resolução proíbe que o psicólogo proponha seu tratamento e cura.
Entretanto, em nenhum momento fica proibido o atendimento psicológico à homossexuais, como afirmado pelo deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, que propõe um projeto que pretende sustar dois artigos da citada resolução.
Isso fere a autonomia do CFP como órgão que fiscaliza e orienta o exercício da psicologia e contraria as conquistas no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, consolidados nacional e internacionalmente.
A iniciativa do CFP foi pioneira e, na época, o Brasil passou a ser o único país no mundo com uma resolução desta natureza. Por isso, o conselho recebeu dois prêmios de direitos humanos.
Vale ressaltar que, a partir da resolução brasileira, a Associação Americana de Psicologia formou um grupo específico para elaborar documentos de referência para norte-americanos e canadenses, reafirmando posteriormente a inexistência de evidências a respeito da possibilidade de se alterar orientações sexuais por meio de psicoterapia.
A discussão sobre a patologização da homossexualidade é comumente atravessada por questões religiosas, já que certas práticas sexuais são vistas também como imorais e contrárias a determinadas crenças.
Entretanto, há que se reafirmar a laicidade da psicologia, bem como de nosso Estado. Isso significa que crenças religiosas -que dizem respeito à esfera privada das pessoas- não podem interferir no exercício profissional dos psicólogos, nem na política brasileira.
Nesse sentido, ao associar o atendimento à pretensa cura de algo que não é doença, entende-se que o psicólogo contribui para o fomento de preconceitos e para a exclusão de uma parcela significativa de nossa população.
Considerando que a experiência homossexual pode causar algum sofrimento psíquico, o psicólogo deve reconhecer que ele é decorrente, sobretudo, do preconceito e da discriminação com aqueles cujas práticas sexuais diferem da norma estabelecida socioculturalmente.
O atendimento psicológico, portanto, deve, em vez de propor a "cura", explorar possibilidades que permitam ao usuário acessar a realidade da sua orientação sexual, a fim de refletir sobre os efeitos de sua condição e de suas escolhas, para que possa viver sua sexualidade de maneira satisfatória e digna.
Este texto foi publicado originalmente na Folha de S.Paulo
fevereiro de 2012
‘Psicóloga cristã’ afirma amar gay, mas prefere ‘filho machinho’.
fevereiro de 2012
Ciência versus religião.
Comentários
um psicologo pode apenas INDICIAR uma coisa, e nunca obrigar.
Fui ao site do veículo e não o encontrei.
Poderia colocar o link?
Abraços Paulo!
Hackers anonymous declara guerra a religião:
http://noticias.gospelprime.com.br/hackers-do-anonymous-declaram-guerra-a-religiao/
Ainda assim vai ficar difícil pros crentes compreenderem coisa tão simples e tão óbvia.
Vamos ser claros desde o início:
qualquer tipo de religião é uma
doença deste mundo. Uma doença
que cria o ódio e a intolerância, uma
doença que leva as pessoas a entrar
em guerra com seus compatriotas,
uma doença que veio a este mundo
há muito tempo atrás, quando a
humanidade não tinha ciência, uma
doença que trouxe falsa esperança e
repressão aos que acreditaram e
muitas vezes mais terror e
repressão para aqueles que
ousaram não acreditar.
As religiões são hierarquias
autoritárias, destinadas a dominar o
seu livre-arbítrio. As religiões são
estruturas de controle. Elas
mentem… Quando você entra para
uma religião, se inscreve em um
programa de treinamento estúpido.
As religiões não se vendem como
tal, mas esta é essencialmente a
maneira como elas operam… Nós
vemos religião praticamente da
mesma maneira como vemos
muitos governos. Impõe o medo e
ganham muito dinheiro, então um
pequeno grupo de pessoas se torna
absurdamente rico, enquanto as
multidões de fiéis podem comer
terra…
Então, não deixem a religião
controlar a sua vida. Não lute com
outros por cauda de suas crenças.
Pelo contrário, nossa vida pode ser
uma aventura maravilhosa, onde
você tem a oportunidade única de
ajudar a humanidade e os seus
concidadãos. Onde todos nós
podemos trabalhar juntos para fazer
desta terra um lugar melhor para
nós, nossos filhos e todas as
gerações que virão depois de nós”.
FONTE: FOLHANEWSLETTER.BLOGSPOT.COM
Eu sou um anônimo subversivo, e vocês?
Aliás, como confessam na matéria acima, orgulham-se disso.
Quem quiser ver mais capachismo gayzista do Conselho de Psicologia, órgão "científico" (haha) que tem até trio-elétrico próprio em parada gay, divirta-se com essa:
http://www.youtube.com/watch?v=ROLW1-rmjzY
não é preciso ser gay para ser favorável à garantia dos direitos e o respeito à dignidade de pessoas homoafetivas. Sou heterosexual e defendo os direitos desta minoria que sofre neste país de pessoas intolerantes como você.
E o CFP usa critérios científicos e éticos para formular suas normas. Você, por outro lado, usa de falácias para tentar argumentar, demonstrando sua falibilidade diante de temas que você aparenta não compreender.
Se vai argumentar, ao menos faça isso de forma correta.
Ah, e é claro que não precisa ser homossexual para ser a favor das exigências e das vontades da militância gay. Pode até ser hetero, assumido ou indeciso.
Necessário é ser um capacho político da ideologia gayzista, como o CFP, certos "jornalistas", e mais alguns enganadores ou inocentes úteis por aí.
"Necessário é ser um capacho político da ideologia gayzista, como o CFP, certos "jornalistas", e mais alguns enganadores ou inocentes úteis por aí."
Vamos reformular sua torpe afirmação:
Necessário é ser um capacho político da ideologia religiosa, como a ICAR e a IURD, certos "jornalistas", e mais alguns enganadores ou inocentes úteis por aí.
Hum... creio que está bem melhor agora.
Abraços
Mas tem gente que leva piada a sério.
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