por Concí Sales a propósito de
No Sul, Justiça acata pedido para retirar crucifixo de seus prédios
Cristo, se vivo fosse, mandaria ele mesmo retirar essas imagens horríveis de um homem torturado, dos lugares onde se deve justamente coibir toda forma de violação da dignidade do ser humano.
Quando o texto atribuído a Paulo e que consta do Novo Testamento afirma que a cruz é sinal de salvação, não está sendo autorizada a iconografia deste cruel instrumento de morte, como representação do sagrado.
Seria até um contra-senso, pois Paulo era judeu e a sua religião proíbe imagens, quaisquer que sejam, sob pretexto de adoração, culto ou veneração por mais simples que possa parecer: o pecado se chama idolatria, todos nós sabemos, de tanto ouvir a prédica protestante contra os católicos romanos.
Salvação por meio da cruz, em sentido teológico clássico, seria a exaltação da coragem e da esperança, que não recuam nem sob a tortura e não silenciam com a morte. Qualquer pessoa que não cede em sua luta, que não renuncia ao ideal, a ponto de ser torturada, e mesmo morrendo, sua mensagem ainda se faz ouvir. É um sinal de salvação e de que ainda há esperança para o gênero humano prosseguir, mesmo com tantos sistemas cruéis e opressores, fazendo uso da violência, da dor, do sofrimento, para manter todos silenciados.
Daí a utilizar-se da cruz, como instrumento dessa mesma violência opressora, de um sistema cruel que se pretende estabelecer como inquestionável, porque autorizado supostamente por Deus, é má-fé e manipulação ideológica que a retirada dos símbolos faz bem por anunciar que o engodo chegou ao fim. Está mesmo na hora de sua eliminação.
Este homem torturado e ensanguentado que penduram nas paredes dos órgãos públicos é também uma estratégia de tantos outros Herodes e Pilatos redivivos - os que aliás crucificam de novo milhões de outros pobres Cristos -, abençoados contudo por padres, pastores e tantos outros Caifazes e Anazes...a apresentar-se como fazedores do sagrado, do sacro faccerem, do sacrifício ofertado com dinheiro e sangue ao suposto Deus.
Esta iniciativa das lésbicas gaúchas, corroborada pela autoridade competente, merece todo apoio e mais do que justa e santa aprovação. É um raro momento de fé verdadeira, na humanidade, nesse fanático e fundamentalistamente religioso país.
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Cruz não expressa moralidade, e sim sacrifício, tortura, dor, morte
de um leitor em agosto de 2011
Religião no Estado laico. Posts de leitor.
No Sul, Justiça acata pedido para retirar crucifixo de seus prédios
"Homem ensanguentado é uma
estratégia dos fazedores do sagrado"
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Quando o texto atribuído a Paulo e que consta do Novo Testamento afirma que a cruz é sinal de salvação, não está sendo autorizada a iconografia deste cruel instrumento de morte, como representação do sagrado.
Seria até um contra-senso, pois Paulo era judeu e a sua religião proíbe imagens, quaisquer que sejam, sob pretexto de adoração, culto ou veneração por mais simples que possa parecer: o pecado se chama idolatria, todos nós sabemos, de tanto ouvir a prédica protestante contra os católicos romanos.
Salvação por meio da cruz, em sentido teológico clássico, seria a exaltação da coragem e da esperança, que não recuam nem sob a tortura e não silenciam com a morte. Qualquer pessoa que não cede em sua luta, que não renuncia ao ideal, a ponto de ser torturada, e mesmo morrendo, sua mensagem ainda se faz ouvir. É um sinal de salvação e de que ainda há esperança para o gênero humano prosseguir, mesmo com tantos sistemas cruéis e opressores, fazendo uso da violência, da dor, do sofrimento, para manter todos silenciados.
Daí a utilizar-se da cruz, como instrumento dessa mesma violência opressora, de um sistema cruel que se pretende estabelecer como inquestionável, porque autorizado supostamente por Deus, é má-fé e manipulação ideológica que a retirada dos símbolos faz bem por anunciar que o engodo chegou ao fim. Está mesmo na hora de sua eliminação.
Este homem torturado e ensanguentado que penduram nas paredes dos órgãos públicos é também uma estratégia de tantos outros Herodes e Pilatos redivivos - os que aliás crucificam de novo milhões de outros pobres Cristos -, abençoados contudo por padres, pastores e tantos outros Caifazes e Anazes...a apresentar-se como fazedores do sagrado, do sacro faccerem, do sacrifício ofertado com dinheiro e sangue ao suposto Deus.
Esta iniciativa das lésbicas gaúchas, corroborada pela autoridade competente, merece todo apoio e mais do que justa e santa aprovação. É um raro momento de fé verdadeira, na humanidade, nesse fanático e fundamentalistamente religioso país.
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Cruz não expressa moralidade, e sim sacrifício, tortura, dor, morte
de um leitor em agosto de 2011
Religião no Estado laico. Posts de leitor.
Comentários
Sem contar que é algo de extremo mal gosto exibir a imagem de uma pessoa crucificada.
E mesmo na ausência do crucificado, reverenciar um instrumento de tortura como algo sagrado é, no mínimo, questionável.
Att.,
Espancador de Pastores
Ótimo texto, Concí.
Fere o Estado laico, é manipulação ideológica!
Mais do que uma miniatura de um instrumento de tortura e a lembrança de uma covardia histórica, o crucifixo é uma marca.
Assim como a Nike tem seu bumerangue e o McDonalds os arcos amarelos, os cristãos têm essa cruz romana.Portanto não vão deixar barato, pois significa que também estão perdendo exposição gratuita de marca, que hoje é sabido ser a coisa mais importante no mundo das corporações.Mais que dinheiro e mais que propriedades e ações na bolsa.
Talvez façam de forma inconsciente, mas a defesa dos crucifixos consiste nisso.Não tem nada a ver com religião ou metafísica.
Portanto, fere o Estado laico e precisa ser proibida!
o que que jesus cruxificado representa para os que são candomblecistas ou ateus??
Importa é que a tal imagem é uma referência mitológica, religiosa portanto, inadmissível num verdadeiro Estado laico!
Tem de ser retirada já!
Se eu fui na igreja, eu TENHO que aceitar os símbolos que sei que existem por lá. O padre pedófilo, o texto reescrito milhares de vezes por instituições patrimonialistas manipuladoras, as interpretações incorretas advindas de traduções malfeitas em tempos pré-medievais, modelos de conduta de beduínos quase pré-históricos e por aí vai, chegando às estátuas.
Agora, se a pessoa vai em uma instituição jurídica por vontade própria, também deve aceitar os símbolos que por lá habitam - juízes corruptos, funcionários relapsos etc, nunca disse q lá todos são "santos". Se ela foi CONTRA a vontade, a opinião dela não tem força, convenhamos.
Impor cruz em estabelecimentos não religiosos em sua natureza é o mesmo que impor logomarca da coca-cola em igreja. Contrassenso.
Mas o ponto é que a tal estátua da deusa justiça vendida, digo, vendada, é mesmo inconstitucional por ferir o Estado laico, e precisaria, se a Constituição fosse levada a sério, ser banida de todos os tribunais e espaços públicos.
Esses comentários são o equivalente de "se eu não posso jogar, ninguém pode" dos religiosos.
Entende a diferença?
Acho que poderiam aproveitar e mudar o nome de todas as cidades com nome de Santos. E quem sabe derrubar o o Cristo redentor. Aquele imagem fere a constituição, pois,está em espaço público, além de ser usado como marketing que rende milhoes ao Rio de Janriro. Quem topa levar a marreta?
- Censurar o livre pensamento.
- Insistir que fazer perguntas demais é perigoso.
- Incentivar as pessoas a terem fé (acreditar sem provas)
- Queimaram cientistas.
- Queimaram artistas.
- Queimaram escritores.
- Se mobilizaram e ainda se mobilizam contra diversas formas d earte que consideram impuras.
- Lucram em cima da ingenuidade de pessoas simples, ignorantes, sem estudo, que são vulneráveis a discursos enganosos.
- Etc.
Tem certeza que religião e cultura são inseparáveis?
A menos que você considere que a religião é uma forma única de cultura e que não pode haver nenhuma outra.
Isso também é algo que as religiões pregam.
Parei de ler aqui...
senhor anônimo, esse comentário poderia ser endereçado a Jesus, vejam o que esse senhor disse:
Quem é meu pai e minha mãe: para Maria;
Hipócritas: para os fariseus;
Carne de pescoço: para Pedro;
Vendilhões do templo: para os sacerdotes;
Andava com gente da pior espécie;
Quer uma coisa mais anti-religiosa do que isso: não querer ter uma família e recusar a própria família, então vamos segui-lo? Hipócritas.
-Não, não serve, pois indica uma religião específica, o cristianismo.
Estado laico já!
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