O professor Renato Lessa (foto), titular de teoria política da UFF (Universidade Federal Fluminense), escreveu um artigo dizendo que “uma república de ateus é não só viável, mas pode ser uma condição necessária” para garantir a laicidade do Estado e proteger a sociedade da intolerância religiosa.
Para Lessa, ateísmo
colocaria as crenças
no mesmo patamar
|
“Só pode fornecer tal garantia [contra a intolerância] um Estado indiferente a todas as crenças e, neste sentido, desespiritualizado”, acrescentou.
Após citar o ensaísta francês Michel de Montaigne (1533-1592), entre outros, como sendo um dos primeiros a denunciar o horror da religião de Estado, Lessa se mostrou preocupado com a pregação conservadora da Frente Parlamentar Evangélica e seu poder crescente no governo, por intermédio da coalização partidária que acabou de garantir um ministério ao senador e pastor Marcelo Crivella, da Igreja Universal.
“A unção ministerial do senador Crivella, para além do que possui de autoevidente, é portadora de presságios ainda mais preocupantes do que o usual.”, escreveu. “Se associada a episódios recorrentes da ação da liga evangélica na política nacional, sugere ameaça à república laica.”
A ideia de uma república de ateus é polêmica. Além de ser rechaçada por parte dos próprios céticos, ela causa arrepios nos líderes religiosos porque eles entendem que esse regime de governo é contra as crenças. Na definição de Lessa, contudo, uma república descrente não seria “contra” as religiões, mas “indiferente”.
Quando se fala de governo liderado por ateus, religiosos e políticos de direita sempre lembram, entre outros, o regime ditatorial soviético, principalmente na época de Stalin, que matou milhões de opositores.
Essa é outra polêmica, porque se trata de uma argumentação equivocada ou de má-fé, porque nenhum ditador matou em nome do ateísmo, independentemente de sua cor ideológica, mas tendo como bandeira o socialismo, no caso de Stalin, ou seu projeto pessoal de poder.
Talvez Lessa esteja superestimando o poder da direita evangélica. Ou não. De qualquer maneira, ele fez uma pergunta para a qual a sociedade terá de dar uma resposta, que definirá o rumo do país: “É razoável que crenças particulares constituam base para legislação e políticas públicas?”
Criação do Partido Nacional Ateu divide céticos dos Estados Unidos
Comentários
Quem já está no Inferno: Bob Marley, Janis Joplin, Freddie Mercury, Christopher Hitchens, Albert Einstein (inclua qualquer um que afronte a religião aqui)
Absolutamente não.
Um república de ateus não é algo que me agrada, e eu sou ateu. A política não deve se envolver ou ser confundida pelas crenças religiosas. Essas devem ser respeitadas e é importante que sejam dadas a elas a liberdade que sempre tiveram.
Então de que adianta ter uma atéia no poder, com medo de epitar os religiosos ou, pior, que ainda não saiu do armario.
Ter dado um ministério para os evangélicos, mesmo um inexpressivo, como o da pesca e ter colocado lá uma pessoa que nunca pescou, a não ser durante discurssos enfadonhos, deixa cláro a posição que tal bancada ocupa e mostra o medo da nossa presidente em enfrenta-los.
Não sei se o Brasil tem alguma chance ainda, no futuro, de ser um pais laico, visto que os evangélicos tem se fortificado cada vez mais e, com certeza, nas proximas eleições, poderão ser maioria no congresso.
Enquanto os nossos governantes correrem, apenas e tão somente, atras de votos, nunca teremos uma governo do povo, pelo povo e para o povo.
Boa idéia!
Pode ser Cuba, Coréia do Norte, ou qualquer inferno, digo, paraíso, parecido.
Boa viagem, Renato Lessa.
Que lindo!
Na seu paraíso secular, pode-se até ter religião mas não se pode falar (fazer "proselitismo") dela!
Que maravilha, um paraíso amordaçado!
Nota importante: Ateístas e gays poderão continuar fazendo seu proselitismo à vontade, claro.
Que mentira cabeluda!
Se o regime é ateísta, então ele já tem uma "crença oficial" (e obviamente a ser privilegiada pelo poder): o ateísmo.
E tenderia a reprimir todas as outras.
E também é óbvio que é isso mesmo que o professor ateísta xiita deseja mesmo.
Professorzinho desataulizado.
Mas a república que ele quer já existe, é só exolher : cuba, vietna, china.
Mas tem um preço: liberdade zero.
Manter abraçado com a legislação trabalhista como conseguiu a ICAR ( e não só no Brasil) ou o dia consagrado ao descanso seria de escolha acertada entre empregadores e empregados, públicos ou privados?
Ou manteria como está pra não dar trabalho mexer em calendários e demais rotinas que adotm semana de 7 dias tendo o domingo como marco para dizer que os dias seguintes seriam úteis?
Pois é...tirar a religião do Estado dá trabalho, mexe com status quo. Mudar nomes pode: Pérsia virou Irã, Arábia ganhou Saudita(nome de mandatários), capital do Brasil saiu do Rio e foi láaaaaa pra onde o vento faz a curva, os escravos foram libertos( tradição milenar e até acampanda pela Bíblia e derivados), etc. Tudo mudança de paradigmas, de tradição etc. Mas mexer na hegemonia do santo domingo nada? hummmm
E é o que outros ateus ainda estão loucos para fazer.
- Oi, boa tarde, posso falar de Jesus para você?
- Não quero, valeu.
- VAI PRO INFERNO!
Isso é totalmente descartável. Não gosta? Problema é seu, agora engula teu vômito homofóbico e hipócrita e deixa de ser mediocre. Não queremos compartilhar da tua imbecilidade.
Ateísmo não é crença, é falta delas.
Estude, por favor, pra não chegar aqui e falar merda.
Deixa de ser imbecil!
Aliás, as duas datas tem origem pagã, sabia disso?
Que tal o regime ateísta materialista comunista, implantado em vários países?
Haha!
O Luan pinta um mentiroso retrato do "proselitismo" religioso, como se a maioria dos religiosos saíssem xingando e atacando os outros por aí.
Pelo que se pode observar nos comentários do militante ateu furioso, o cara realmente gosta de projetar nos outros o que ele é, e acusar os alvos de seu ódio de fazerem o que ele tanto faz.
"Quem em breve irá para o céu: Silas Malafaia, Valdemiro Santiago, Edir Marcedo, Joseph Ratzinger, Casal Renascer, (inclua seu religioso aqui)"
como indicado pelo AnônimoMar 5, 2012 08:48 AM, sinceramente, eu prefiro ir para o meio do inferno.
Ofensivos são os religiosos né? Huram... sei...
>> "Besteirada, mentira e vitimismo ateísta safado."
Não é não, caro Anônimo. Eu mesma já fui alvo - algumas vezes - da grosseria, falta de educação e chiliques de evangélicos e testemunhas de jeová na porta da minha casa por dizer - educadamente - que não estava interessada em ouvir a palavra de deus e/ou por falar que sou atéia.
Isso pq vc tb não viu minha prima que é evangélica fanática elevada à milésima potência me tratar como se fosse a pior criatura da face da Terra só pq não compartilho das crenças dela.
Claro que o ateísmo é uma crença! Nós acreditamos na Chaleira Voadora, no Monstro Espaguete Voador e no Unicórnio Invisível Cor-de-Rosa, isso sem falar no dragãozinho que temos na nossa garagem...hehehehehehe
Nenhum desses citados se dedicava a "afrontar a religião", como os ateístas militantes gostam de desperdiçar suas efêmeras vidas fazendo.
Bob Marley, por exemplo, era um artista extremamente religioso, como qualquer um que conheça alguma coisa de sua obra sabe.
Portanto, matou em nome do ateísmo, embutido e fundamental em sua visão de mundo.
Não adianta ficarem tentando se isentar dos crimes ateístas.
Entre os ateus tem muita gente dona da verdade, agressiva e estúpida assim.
Mas, sim, há uma discução muito forte entre os ateus sobre essa visão, há ateus que creem na inexistência de deus, e os que não acrditam em deus, qual a diferença?
Uns acreditam ser uma crença outros não.
Particularmente, eu já ouvi as duas hipóteses, e fico em uma mastubação psicológica não gozando de ideia. Sim, fico em cima do muro. Estava esperando argumentos mas...
Mas isso que está acontecendo: crenças particulares estão tomando conta da legislação e políticas públicas, sem contar que além de nos sujeitar aos evangélicos e seus lobos pastores, o brasil está uma merda.
Ateísmo é uma crença da mesma forma que jogar purrinha é um esporte.
Inexistência é a falta de existência de algo. No fim das contas se trata de descrença. Tanto faz se o ateu "acredita na inexistência de deuses", "não acredita na existência de deuses", "falta crer na existência de deuses", "desacredita na existência de deuses". É tudo variante da mesma coisa: da falta de crença na existência de deuses.
Olha como é ridículo seu argumento: vc não acredita em duendes ou acredita na inexistência de duendes, portanto "aduendismo" é uma crença. (levando em consideração que o prefixo a significa "ausência, negação, falta"...)hehehe
Em primeiro lugar, ateísmo não é uma crença.
Etimologia básica: ateísmo vem do adjetivo grego atheos onde o prefixo a significa "ausência, falta, negação" e o sufixo theos significa "deus". Traduzindo ao pé da letra, atheos significa "sem deus". Portando, ateísmo é a falta, ausência de crença em divindades ou descrença (onde o prefixo des é um prefixo de negação/ausência) em deuses.
E em segundo lugar: nós já sabemos que estado laico não é a mesma coisa que estado ateu. Estado laico é onde há separação entre estado e religiões e onde nenhuma religião tem preferência em detrimento das outras e é exatamente isso que nós ateus defendemos: o laicismo do estado. Que crença religiosa e a falta dela sejam direitos individuais que não devem jamais ser impostas à ninguém.
Ninguém aqui quer constituir a legislação e políticas públicas com base no ateísmo. Não somos nós que:
- colocamos símbolos de apenas uma religião em prédios públicos;
- inventam projetos de leis absurdos baseados puramente numa crença religiosa;
- usa dinheiro público para custear passeatas para Jesus, colocação de placas falando que "Tal cidade pertence à Jesus"
- que usamos sessões no plenário pra orar e fazer pregações religiosas;
- somos contra direitos humanos e civis só pq estes são contra os dogmas obsoletos pregados por uma determinada religião;
- achamos que somos acima da lei e da constituição "pq pertencemos à maioria";
- que acha que liberdade de credo religioso "só vale pra minha religião e o resto que se dane";
- agimos como crianças mimadas com complexo de vítima, alegando "opressão religiosa", "censura religiosa", "perseguição religiosa" quando outras religiões exercem o mesmo direito de credo garantido pela constituição que os cristãos têm;
- impedem outras pessoas de exercerem a crença de sua escolha;
- achamos que temos o privilégio de mandar e desmandar e que desejamos monopolizar o país praticamente inteiro;
- etc. (a lista é longa)
Resumindo: são alguns cristãos (leia-se a bancada evangélica no congresso)que quer à todo custo basear a legislação e políticas públicas na religião.
Falando da matéria, concordo com a república ateia, mas eu não concordo com o nome. Tudo bem, seria ótimo termos um governo pró-ateísmo, mas acho que as outras religiões não iam gostar de estar numa república ateísta. Eu falaria de uma república contemporânea, onde não existem barreiras para a escolha ou não de religiões. Se eu fosse um teísta, eu acharia um tanto quanto estranho viver num país ateísta.
Ruggero
Assistindo a entrevista de Silas Malafaia no programa “De frente com Gabi”, conclui que estamos correndo o sério risco de futuramente perdermos o nosso direito de ir e vir, principalmente ao que concerne a liberdade religiosa. Estamos a dois passos de nos tornarmos um país fundamentalista, onde aquele que não concordar com as aberrações profanas pelos lideres religiosos serão apedrejados em praça pública. A crescente participação política de pessoas ligadas e eleitas pelas seitas e organizações religiosas, tanto no senado como na câmara já nos dá um sinal de alerta. Essa onda crescente está atrelada a manipulação de lideres religiosos sem escrúpulos, -e diga-se, conhecedores das lacunas existentes na alma humana-, e sua ascensão como manipulador da fé, pois, esses profissionais da fé estão arrebanhando multidões desnorteadas pelas exigências dos novos tempos, para os quais nossa psique não está preparada. Eles, os manipuladores descobriram que essas dores da alma aliviam-se nas catarses coletivas entre gritos e linguagens infantis indecifráveis, guardadas há muito no inconsciente.
HATERS gonna hate! Keep working!
Postar um comentário