Dom Odilo defendeu a tradição
da exposição do crucifixo
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“Houve constrangimento”, disse. “Criou-se um problema que não havia.”
Ao participar ontem (26) à noite do programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, dom Sherer reconheceu que a Igreja não pode “pretender exigir” a presença de seus símbolos nos tribunais.
“O Estado é laico”, afirmou. Mas ainda ele assim defendeu a permanência dos símbolos católicos no espaço público porque eles fazem parte da tradição e da história do país.
Ao responder uma pergunta sobre o desconforto que alguém que não seja católico, como judeu e ateu, possa ter ao ser julgado diante de um crucifixo, Sherer disse que o símbolo não interfere nas decisões dos juízes, que se baseiam nas leis.
O arcebispo reafirmou, durante a entrevista, a posição da Igreja sobre temas como aborto, casamento de homossexuais e uso de contraceptivos.
Ele reconheceu que a Igreja Católica tem perdido fiéis para as denominações evangélicas. E isso, segundo ele, se deve a vários motivos, que vão desde aos problemas internos, como a falta de sacerdotes, aos “métodos de arrebanhamento de fiéis por alguns grupos religiosos”, que prometem milagres e “solução para todos os problemas da vida”.
Afirmou que isso a Igreja Católica nunca fará.
Valores seculares determinarão a moral do século 21, diz Dawkins.
janeiro de 2012
Secularismo. Religião no Estado laico. Religião na Justiça.
Comentários
Exato. O problema é que as religiões são contra a evolução.
Aí dá nisso.
"- Mimimimi"
É muito cara de pau ele.
Pelo mesmo motivo histórico teria que colocar símbolos de outras religiões aí ele vai se sentir ofendido não vai?
Concordo e discordo. A evolução deve acontecer. Mas naturalmente. Não se pode forçar uma nação católica a deixar de ser católica de uma hora para outra. O jeito correto de fazer isso é reeducando. O que leva tempo.
Imagino que há problemas muito maiores que o estado teria que resolver e que trariam muito mais benefícios a vida de todos.
Acho difícil a Igreja Católica ou qualquer outra igreja aceitar o aborto. Aliás, a Lei já o tolera em dois casos: gravidez que possa matar a gestante ou gravidez contraída através de estupro. Creio que seja o suficiente. Eu sou ateu e sou contra o aborto.
A maneira como o Dom Odílio argumentou a esse respeito no programa Roda Viva de ontem vai ao encontro do que eu penso. Não é necessário ser religioso para achar o aborto um absurdo, com exceção dos casos previstos na lei. Não há problema algum do ateu ter idéias semelhantes à dos religiosos. Achar que tudo o que é religioso não presta é uma tolice.
Além de todos os abusos milenares perpetuados por essa religião ultrapassada e fútil, hoje em dia eles ainda tentam adaptar cada nova descoberta científica a favor de sua doutrina tacanha.
Lastimável, pra não dizer patético.
Só cristão acredita nessa baboseira.
Como isso é ridiculamente difícil de operacionalizar para agradar a todas as religiões, a melhor opção é respeitar a todos não tomando partido nenhum. O que está de acordo com o fato de o Estado ser laico. Ponto.
Eu, particularmente, sou a favor do aborto ao invés de fazer uma criança sofrer tudo o que ela pode sofrer se não tiver os pais preparados para serem pais. E, acredite, muitos pais não estão nem de longe preparados para serem pais. Só quer prazer - e o dever, necas.
"que prometem milagres e “solução para todos os problemas da vida”"
O que a "igreja" católica ainda não aprendeu é que Jesus é um Deus de milagres, o maior e mais importante milagre é a salvação.
"Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus. Lucas 10:20"
Muda o Nick e continua colando versículos aqui!!!
Que saco!
Ah, jura?! O que vai ser depois, Apóstolo?! Discípulo de Jesus?!
Ah, vá!
MAS QUANDO SE TRATA DE OUTRAS RELIGIÕES E MINORIAS LOGO SOLTAM UM GRANDE FODA-SE.
Primeiramente, nossa sociedade não é cristã, mas sim de maioria cristã. Fazer afirmações deste tipo, além de ser uma modalidade de generalização apressada, acaba se aproximando do preconceito e da intolerância, visto que ignora a identidade religiosa individual tanto dos cristãos (que possuem diversas denominações e diferenciações), quanto os dos que não são cristãos – impondo-lhes essa condição como “sociedade”.
Segundo que a “tradição cultural” dos símbolos religiosos em repartições públicas brasileiras é exclusiva da Igreja Católica Apostólica Romana, e não cristianismo em geral. Ela remete à época que a Igreja Católica Apostólica Romana era oficial, no regalismo e confessionalismo do Império brasileiro, que por sua vez não permitia influencia de poder de nenhuma outra religião. Outras denominações cristãs, como os protestantes, ou as não-cristãs, eram somente toleradas, com liberdade de crença limitadíssima (e até marginalizada), e de forma alguma o crucifixo era a exposição dessas crenças (até porque era proibido pela Constituição da época). Para se ter exemplo, no projeto da Constituição de 1824 chegou-se a cogitar a proibição de votar e ser votado todo aquele que não confessasse a religião do Império, e esta (Constituição) acabou sendo promulgada proibindo que se tornasse deputado ou Imperador quem não fosse católico (assim como no cargo de Senador, mas por força de outra legislação). Veja que tradição não pode ser entendida como do cristianismo em geral...
Essa união, inclusive, acabou sendo concluída como prejudicial à sociedade, o que culminou justamente na adoção do princípio da laicidade – que compreende a retirada dos crucifixos das repartições públicas – na formação da República brasileira, e hoje é tido como um dos pilares da nossa democracia. Portanto essa tradição católica de impor crucifixos nas repartições do Estado não pode ser valorada como positiva e legítima, pois está vinculada justamente aos momentos não-democráticos, não-republicanos e de discriminação oficial. É só tradição cultural nos locais privados, seja das religiões, seja dos seguidores, e não do Estado (este somente tem o dever de garantir a proteção aos seguidores e religiões em seus âmbitos particulares).
E, claro, nosso país não teve somente uma cultura, somente uma tradição. Diversas culturas e tradições não cristãs também fazem parte da história de nossa sociedade, sendo, portanto, uma sociedade multicultural, e não “cristã e católica”. Essa coisa de dar importância social somente ao cristianismo desrespeita a história cultural de nosso país...
No mais, concordo com você! O crucifixo é símbolo católico, e isso importa em confissão, e o Estado não pode confessar a fé católica, sob pena de violação da laicidade!
Em tempo: para alguns cristãos não há tradição nos crucifixos, visto que eles não têm veneração às simbologias.
E depois nós somos os intolerantes
Essas p%$# nem mentir sabem mais ¬¬
Pô, deveria ter um trequinho aqui pra positivar o comentário.
Voltaire, na verdade, apenas publicou alguns extratos dos escritos do padre (o que o tornou conhecido mais amplamente), mas o adaptou a seu deísmo burguês, tirando dos escritos originais todo seu radicalismo ateu e comunista.
A "metáfora das tripas", como foi chamada, foi escrita pelo padre mais ou menos da seguinte forma: "E conheci um camponês revoltado que desejava que os grandes da terra fossem enforcados com as tripas dos padres". Não se sabe ao certo se esse camponês existiu realmente ou se Meslier o inventou a título de ilustração. A frase, é claro, por meio de Voltaire, foi indefinidamente adaptada ao longo da história, mas essa é sua verdadeira origem ;=)
Uma das poucas obras em português sobre o "padre ateu" (e a primeira de fôlego, creio) foi escrita por Paulo Jonas de Lima Piva, chama-se "Ateísmo e revolta: os manuscritos do padre Jean Meslier" e saiu em 2006 pela Editora Alameda. Vale muitíssimo a pena, tanto que já li duas vezes! ^^
Grande abraço!
Claudio
Então pq não colocar - num prédio público - a imagem de Prometeu que se sacrificou pela humanidade ao roubar fogo dos deuses e entregá-lo aos homens e que teve como castigo ser amarrado numa pedra e condenado por toda a eternidade a ter seu fígado comido por uma águia? Ou colocar a imagem do Preto Velho que é o espírito que representa a sabedoria, humildade e paciência ou da Escrava Anastácia?
Afinal, essas entidades (imaginárias ou não) tb sofreram injustiças.
Tenho dó dessas criaturinhas...
A vida ainda ensina....
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